Eu olho o mundo de duas grandes janelas
- os meus olhos -
e tenho a certeza de dias tão frias
- assim sente minha alma -
tudo assim vai como é
com dúvidas e muitas maldades...
Todos dias vão se sucedendo como são
- uma impiedosa máquina -
o que era normal acabou virando banal
- vida e morte -
enquanto as nossas desesperadas preces
não estão sendo atendidas...
As nuvens pairam bem ao longe
- são cavalos brancos -
e o céu é portanto um grande pasto
- onde vivem também os sonhos -
são todos assim inalcançáveis
e por isso espero que o sono venha...
Ainda lembro de algumas histórias velhas
- que talvez tenha vivido -
e daqueles que um dia amei e ainda amo
- por que partiram? -
me sinto tão mais que sozinho
mesmo na gare na hora do rush...
Tudo passa em minha mente
- parece apenas um velho filme -
que passava num cinema que fechou
- não gosto mais de domingos -
e permaneço calado aqui
pois sou apenas mais um velho
que vive de versos, café e cigarros...
(Extraído do livro "Muitos Dias Já Passaram" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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