Eu até forcei a barra, confesso
quis ser feliz, mas não podia,
era o meu desejo mais inconfesso
poder agarrar a minha alegria
Dar-lhes beijos como na amante,
preencher com ela a casa vazia
mas como é diferente e distante
aquilo que tenho do que eu queria
Eu até forcei a barra, admito
quis escapar da vida como ela é,
mas o destino não é feio ou bonito
e ele nos faz aquilo que quiser
Sai puxando os nossos cabelos,
sem pena bate na nossa cara,
é surdo para os nossos apelos
e nem na nosso desespero repara
Eu até forcei a barra, reconheço
é a minha mais humana natureza
pois é o que pagamos, é seu preço
caminhar na escuridão da incerteza
E fiz as minhas preces, acendi velas
quase subi de joelhos a escadaria,
tentei abrir todas as minhas janelas
pra poder entrar a luz do novo dia
Eu até forcei a barra, forcei a barra,
em vão, ninguém é feliz na marra...
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