sexta-feira, 31 de março de 2023

Poesia Gráfica XIII

 

L O U R O Q U E R B I S C O I T O

L O U R O Q U E R B I S

L O U R O Q U E R              O I T O

L O U R O Q U E R           C O I T O

    O U R O Q U E R B I S C O I T O

    O U R O Q U E R B I S

    O U R O Q U E R              O I T O

    O U R O Q U E R           C O I T O


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A B S O L U T O

A B S O L U T 

A B S O L U T A

A B S O P U T O

A B S O P U T 

A B S O P U T A 


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B R I N C A D E I R A D E M A U - G O S T O

B R I N C A D E I R A D E M A U - R O S T O

B R I N C A D E I R A D E M A U - G A S T O

B R I N C A D E I R A D E M A U - P O S T O

B R I N C A D E I R A D E M A U - P A S T O

B R I N C A D E I R A D E M A U - C A S T O


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P Ó S - V I D A 

V I D A - A P Ó S

S E R Á ?

P Ó - V I D A 

V I D A - P Ó

V I D A - P Ó S 

? Á R E S 


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C A M P O S D E M A R T E 

C A N T O S D E A R T E

(Jimmy Hendrix levantou da cova...)...

P A T O S D E S A P A T O S

S Ó S Ã O B O A T O S

(Janis Joplin veio junto também...)...

O T A M A N D U Á

V I U O T A M A N H O D O "A"

(John Lennon vai vir mais tarde...)...

Rasputin foi ali comer um pudim...


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V A T A P Á

V A I T A P A R

V A I N O T A P A

V A I T O P A R

V A I Q U E D Á

V A I Q U E D A R


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Q u e s t ã o

Q u e e s t ã o

T u d o é n ã o

T u d o é m ã o

N a c a n ç ã o

T u d o c a n s a

A e s p e r a n ç a


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Despair

Start

falo até o que não sei

nem

instantes indecisos

sofro

mude a letra e o som

filosofia?

não há...


Reset 

sem sublinhas vermelhas

vamos

para lugar algum aqui

não sei

estava com fome e comi

os meninos?

calçada...


Guns

ataque pelos flancos

esteira

lucro líquido e certo

acidente

caí mas não quebrei

palmas?

o fracasso...


Nudes

ataque de muitos nervos

alvejando

cair morto no asfalto

perdição

erva maldita do Cão

morri?

sempre...


Eyes

tortos e tão lindos

curvas

toda minha maldade

despair

nem quero mais 

fatídico?

talvez...


(Extraído do livro "Palavras Modernas" de autoria de Carlinhos de Almeida).


quinta-feira, 30 de março de 2023

Esse Noite

Corpo incompreensível de muitas façanhas,

Seios e olhos desiguais, alguma verdade,

Amanhã é o dia! O carrasco irá me visitar

E as torradas estão quase prontas

(Bem branquinhas e o café quente)

Esse noite, esse noite, visão sem par

De tantos e tantos vidros já quebrados

Um copo de vinho, um cigarro é o que tenho

Para intermináveis noites tão claras

Ganhei um novo susto na Paulista que não fui

Calcei minhas botas sem légua nenhuma

Um corpo de vinho, uma bagana é o que restou

Em minhas mãos sujas de muitas cinzas

Faltam muitos dados para meu P.c.

E as resenhas serão na luz de velas

O que era dois, agora é nenhum

Mas ainda as palavras são minhas...

Isso Tudo Eu Já Falei


Isso tudo eu já falei...
Já falei da bainha e do cós,
Já falei de mim e falei de nós,
Do antes, do durante e do após,
Daquilo que é manso ou feroz...

Isso tudo eu já falei...
Já falei do bolo e também da bala,
Já falei do silêncio e da minha fala,
Eu sou o que grita ou o que se cala,
O que chegou agora ou fez a mala...

Isso tudo eu já falei...
Já falei da dúvida e da certeza,
Já falei do principal e da sobremesa,
De ser delicado e da minha rudeza,
Na caçada ser o caçador ou a presa...

Isso tudo eu já falei...
Já falei de quem é bom e quem é mau,
Já falei do canto do dia e do bacurau,
Daquilo que é rotina e do sensacional,
De algum enterro e do todo o carnaval...

Isso tudo eu já falei...
Já falei que não tenho mais nada a falar,
Já falei que mesmo se tivesse não ia ousar,
Mesmo que tudo se acabe vai continuar,
Tudo vai e volta parecendo com o mar...

Isso tudo eu já falei...

quarta-feira, 29 de março de 2023

Um Dia Antes da Tempestade

Os pãezinhos estão quase queimados
é só deixar mais um tempinho no forno...
A cerveja mais um pouco ficará aguada
é só esperar o gelo derreter mais um pouco...
Vou andar mais um pouco pelas ruas
até que encontre uma pedra para tropeçar...

Um dia antes da tempestade,
antes dessa chuva forte
que há de me amaldiçoar...

Já coloquei quase tudo fora do lugar
minha casa estará simplesmente desarrumada...
Mais uns segundos me descuidando
e o arroz ficará queimado e grudado na panela...
Vou fazer aquela minha dança da chuva
pode ser que agora ela acabe funcionando...

Um dia antes da tempestade,
antes dessa chuva chata
que molhará as roupas no varal...

Mais alguns dos meus muitos cigarros
e meus pobres pulmões começarão à reclamar...
Se eu tomar mais café de forma excessiva
terei mais uma noite com sono insone e raro...
Posso deixar mais uma vez a janela aberta
para que os mosquitos façam seus rasantes...

Um dia antes da tempestade,
vou praguejar com toda a minha raiva
que o sol desenhado de nada adiantou...

Esqueci de propósito a panela sobre o fogão
para que a comida acabe estragando de novo..
A janela vai ficar aberta durante a noite toda
para que possa entrar água e molhar tudo...
Não vou pagar a conta do provedor da net
para poder ficar isolado do resto do mundo...

Um dia antes da tempestade
para que quando ela chegar
me confunda com ela mesma...

terça-feira, 28 de março de 2023

Qual Absinto

 

Beba do meu corpo enquanto puder,

enquanto houver algum líquido,

enquanto os meus ossos ainda deixarem...

Amanhã pode ser tarde demais,

passearei como poeira incontáveis terras,

não terei tempo de falar algum vocábulo...


Beba do meu corpo enquanto quiser,

antes que venha satisfação e nojo,

enquanto as carnes não se apodrecerem...

Amanhã pode nem mais existir,

descansarei todo esse meu agora cansaço,

cansado de sonhar e nada mais do que isso...


Beba do meu corpo enquanto existo,

antes que a morte venha me brincar,

mortos só se levantam nos filmes americanos...

Amanhã só pode ser apenas um detalhe,

um cisco que caiu no olho sem notarmos

e que fez apenas mais um lágrima rolar...


Beba do meu corpo enquanto puder,

antes que o absinto da minha tristeza te faça dormir...

segunda-feira, 27 de março de 2023

Aceso

 


Mesmo no ocaso

quando uma morbidez pálida

nos atinge

e somos indiferentes

aos símbolos apagados nas paredes

o nosso paganismo brilha...


Pirilampos, estrelas em folhas,

rosas com certa timidez...

Dama sem camélias,

vento parado...


Mesmo na solitude

quando um dilema atroz

nos persegue

e somos invisíveis

aos modismos apegados às solidões

o nosso bailado ensandece...


Colibris, cidadãos de jardins,

margaridas de prata...

Comédia sem riso,

velha fantasia...


Mesmo na indecisão

quando dias mórbidos surgem

nos afetam

e somos paródias

dessa nossa mesma ilusão

o nosso esquecimento triunfa...


Celacantos, silêncio absoluto,

comédias sem graça...

Batidas cardíacas,

a dívida só aumenta...

domingo, 26 de março de 2023

Alguns Poemetos Sem Nome N° 230

O que se entende, o que não se entende. Nem toda lógica funciona. aliás. a maioria delas. Vivemos num mundo assim, quase mundo talvez. Onde a maldade é o prato do dia. Duvido de tudo agora. Principalmente de bondades. Humanos, idiotas de carteirinha. Desconhecemos a imortalidade, mas cagamos no tempo...


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No meio da escuridão ando...

O espaço agora vale menos que o tempo...

O espaço fica ali parado

Enquanto o tempo vai ao meu encalço...

O espaço pode me cansar

Mas o tempo é quem ri da minha cara...


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Gravidade zero,

Meus sonhos girando pelo ar...

Risco total,

Pela tristeza de matá-los...

Luto fechado,

Todos foram embora...

Solidão absoluta,

Nem eu mesmo me quero...


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Pressa:

Inimiga de todos os relógios,

De todos eles,

Velhos ou novos...

Sonho:

Carrasco de todos os seres,

De todos eles,

Fáceis ou impossíveis...

Paixão:

Monstro emergindo da lagoa,

De todas elas,

Para nos engolir de vez...


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O cantor cantava sem saber,

O burguês queria dinheiro para nada,

O cidadão comum pulava no abismo,

A massa não possuía piedade alguma,

Todos os meus versos gemiam,

A fome batia palmas efusivamente

Para a morte de qualquer um...


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Mentira - prato do dia

Mentimos por gosto - sem problemas

O mundo é assim - o mesmo circo de feras

Morte por palavras - a nova moda

Olhar para o lado - quem sofre é invisível

Um dia acabará? - nunca saberemos

Os seres são assim - mesquinhos ao extremo


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Vou-me embora, mas não pra Catende,

eu nem sei em que direção fica...

Vou-me embora de mim mesmo,

para o mais longe possível...

Não irei para o mar, um dia eu iria,

mas agora ele fica longe de minh'alma...

Não quero mais voar, já quis,

a tontura me atinge e me aflige...

Talvez procure alguma caverna por aí,

a caverna mais profunda de todas elas,

aquela que eu mesmo cavei em meu peito...

Vou-me embora, mas não vou pra Catende,

mas nem ao mesmo Pássargada, nunca mais...


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De Noite Todos Os Gatos São Tardos

 


O Diabo nunca mais baterá as botas...

O tiro foi mais certo do que a incerteza...

Amorenou-se o azul de certos brancos...

Nem sempre pedir pode dar certo...

Elevei meus olhos para poder ver o chão...

É apenas um milagre todos os dias...

Espero com toda calma mais um trauma...

Pandeiros e queijos com tudo em comum...

Nem sempre esperar demora tanto...

Meu boné está cheio de alguns espinhos...

Inventei um novo idioma para tardes frias...

Peitos grandes para bundas pequenas...

O tempo dura até que ele se acabe...

Batizados de vacas não dão mais certo...

Louças quebradas por preços inteiros...

Um pernil será sempre aquele pernil...

Energéticos e guaribas são para todos...

Acabou toda a gasolina do meu velocípede...

Frases curtas podem ser longas demais...

Nunca faça perguntas para um desesperado...

Bocejos para um insone é lugar-comum...

Mais um café para cortar nosso desespero...

A antiguidade de minhas certas canções...

Quando deixaremos de ater a certos sofismas?

Tocar em feridas, um brinquedo custoso...

Todas as telhas têm seus próprios erros...

Blocos de anotações com seus pormenores...

Eu me emociono sem determinadas emoções...

Chorar pode ser até uma forma de lazer...

Concretistas com razões mais subjetivas...

O rei acabou de almoçar seus milhões...

Cabeças são pisadas todos os instantes...

A quartas agora cairão nos domingos...

Cigarros eletrônicos para os nossos robôs...

Narciso come agora cacos de espelhos...

Nunca mais seremos aquilo que nunca fomos...


(Extraído do livro "Insano" de autoria de Carlinhos de Almeida).

sexta-feira, 24 de março de 2023

(In)Digesto

Goela abaixo

ladeira acima

onde encaixo

mais esta rima?


Indigestos tantos sonhos assim transformados

Como se pedaços de papel fossem amassados

Amassou-se esta festa, amassou-se esta dança

Rola agora na calçada o que já foi esperança


Mastiga pouco

temos pressa

igual um soco

acabou a conversa...


Indigestos todos os amores assim foram perdidos

A ilusão nos roubou e foi indo de porta pra fora

Enganaram-se todos os nossos velhos sentidos

Enquanto esperamos a morte que nem tanto demora


Engulo tudo

de uma vez

não há escudo

tudo se fez...

Poesia Gráfica XII

E S P A D A

E x - P A D A

G U E R R A

M E E R R A

M E N T E R R A


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I V O N Ã O V I U A A V E

I V O N Ã O V I U O O V O

A A V E N Ã O É E S P A Ç O N A V E

O O V O N Ã O É M A I S D O P O V O

I V O N Ã O V I U A U V A

A U V A N Ã O É D O V O V Ô

A E S P E R A N Ç A É V I Ú V A

D E Q U E M U M D I A S O N H Ô


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F e m i n i n o

M a s c u l i n o

F e l i n o

F e m e n i n a

F e m e n i n o


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E N T E N D A

Q U E A V E N D A

N Ã O T E M L E N D A

E X T E N D A

Q U E A L E N D A

N Ã O T E M P R E N D A

A T E N D A

Q U E A P R E N D A

N Ã O T E M R E N D A


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V I R E A E S Q U E R D A

V I R E A D I R E I T A

V I R E A O C E N T R O

V A R E A E S Q U E R D A

V A R E A D I R E I T A

V A R E A O C E N T R O

V O C Ê Q U E S A B E O U N Ã O . . .


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S E M P R E C I N C O

S E M P R E A S C I N C O

O C H Á E S T Á S E R V I D O

O X Á E S T Á S E R V I D O

O M A R E S T Á F E R V I D O

O M A R E S T Á S E N T I D O

S E M P R E C I N C O

S E M P R E A S C I N C O...


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S A N T I F I C A D O

S E N T I F I C A D O

C E R T I F I C A D O

S E N T O F I C A D O

M A S S I F I C A D O

M A S S O F I C A D O


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De Freguês (Maracatu Afônico)

Eis a barata em seu voo desesperado

Esperando um predador à sua altura

Mínimos detalhes...

Ela passa a rosa em meu pênis ereto

Enquanto tento me lembrar esquecido

De um passado tinto de tempestades

Agudos tiros...

Eu sou o pajé em penas verde-esmeralda

Bebendo seu uísque escocês com cauim

Em um carnaval da década de sessenta

Eternos restos...

Na minha mão direita possuo cinco dedos

Na mão esquerda possuo mais outros cinco

E todos ele agora apontam somente o nada

Tarefa diária...

A banda passa sem os devidos instrumentos

Carrossel quebrado com suas muitas crianças

Enquanto como borboletas no café da manhã

Esperança louca...

Bravamente o herói foi apenas mais o covarde

Nessa confusão de todas estas ruas citadinas

Não conhecemos mais a paz que nunca tivemos

Baticum ensurdecedor...

São tantas siglas para significar o mesmo equívoco

Num gesto repentino todo o enredo até já começou

Invisíveis chicotes estalam em nossas pobres costas

Náusea esclarecedora...

Os piratas chegaram quase agora naquele moto-táxi

Tudo quase foi envelhecido pelo mais simples triz

Há pelos de gato espalhados por sobre todos os móveis

Palhaço tropeçante...

Eis a mosca voando para satisfazer o libido da aranha

A teia a mais aérea de todas essas catacumbas que há

Máximos detalhes...


(Extraído do livro "Insano" de autoria de Carlinhos de Almeida).

segunda-feira, 20 de março de 2023

Poesia Gráfica XI


C a í n o c h ã o

C a í n o c h ã o

Nem sei o dia

C a í n o vão

C a í n a m ã o

Quem socorreria?

C a í n o p ã o

C a í n o g r ã o

Era noite ou dia?


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B e i j o j i e B

    e i j o j i e

       i j o j i

         j o j

          oo

 

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E s t a d o s t o t a l i t á r i o s

T o t a l i d a d e d a m a s s a

T o t a l i d a d e q u e a m a s s a

T o t a l i d a d e d i s f a r ç a

T o t a l i d a d e d a f a r s a

T o t a l i t á r i o s e s t a d o s


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A n ã o m o r a l

O i m o r a l

O i i m o r a l

A h m o r a l

A m o r a l

T a l m o r a l 

T c h a u m o r a l

A h n ã o m o r a l


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P E Ç O N H A

E s c o r p i õ e s & f a ç a n h a s

C a m e l e õ e s & a r a n h a s

H I S T Ó R I A

C o b a r d e s & h e r ó i c o s

E s q u i z o s & p a r a n ó i c o s

B U R G U E S I A 


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O c a r a s e a t i r o u d o p r é d i o

O c a r a s e a t i r o u d o t é d i o

O c a r a s e a t i r o u d o a s s é d i o

O c a r a s e a t i r o u d o m é d i o

O c a r a 

              s

                e 

                   a 

                      t 

                        i 

                          r

                            o

                               u . . .


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M a r a v i l h a

M e r a v i l h a

M a g a v i l h a

M a r a v e l h a

R i s o d e M a r i a


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domingo, 19 de março de 2023

Passado Presente

O passado é o presente

                        recente...

Que acabou andando por aí

                     não está mais aqui...

Mas fere quando tem que ferir...

O brinquedo quebrou

e o menino chorou

e a luz se apagou...


O passado é o recente

                        presente...

Que saiu correndo pela rua

                               será que foi na lua?...

Toda verdade acaba ficando nua...

O amor já passou

a gente nem notou

e a luz se apagou...


O passado é o presente

                        repente...

Que andou e foi embora

                      sem ter demora...

Até aquele nosso tempo chora...

O vidro se quebrou

a lâmina cortou

e a luz se apagou...

sábado, 18 de março de 2023

Poesia Gráfica X


A p u t a
A p u t a r i a
A p u t a  r i a
R i a  a  c i d a d e
E m  a c i d e z
C o n s t a n t e

...................................................................................

A m e i o m a r
N ã o t i n h a c é u
F e s t a o u n a u f r á g i o
C a d ê a t á b u a ?
P r a q u e g r i t a r ?
P a l a v r a s v ã s . . .
A m e i o m a r
N ã o a m o m a i s !

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C o l e i r a d e c ã o
C o l e i r a d e n ã o
C o l e i r a d e p ã o
E i s a í
O s e s c r a v o s n ó s
S e m n ó s
S e m v o z

...................................................................................

O s c a b e l o s d e l a
O s o l h o s  - j a n e l a
H ã o d e c r e s c e r
H ã o d e e s c u r e c e r
A t é q u a l q u e r
U m f i n a l d e t e m p o

...................................................................................

J a r d i m
J a r d i n e i r a
J a r d i m  e i r a
E s p i n h o
E x p i n h o
O l h o s f e c h a d o s

...................................................................................

B a h 
B a b á 
B e b ê
L a h
B e b e r
B a b a

...................................................................................

M e t a l
M e t a a l l
O f e r t a d a s e m a n a
O f e r t a d a s e m m a n a
M e t a a l l
M e n t a l . . . 

...................................................................................

Mar Grande


Mar grande, mar alto,

Despir-se como quem vai ao carrasco,

A nudez é simples regalo,

Muitos somos e tal.


Um copo à mais,

Dos sete pecados capitais escolho um,

Os outros que venham,

Apenas o desfile do circo.


Logo depois da vinheta,

A briga das espadas e os escudos estes,

Sob todas as sombras,

É o que faremos sobre lixo.


O botão é logo apertado,

As palavras não serão mais escolhidas,

Hoje é dia de promoção,

Duas cerejas por uma.


Era apenas um cordão,

Não mais ou menos do que só isso,

Estudemos mais um jeito,

Os céus que tremeram.


Bandos de papagaios,

Alto do árvore que não mais verei,

A fama caiu e se quebrou,

Estou sem palavras.


Mar grande, mar pequeno,

Meu azul acabou sendo mais cinza,

Estamos no meio do final,

Não adiantam palmas...

sexta-feira, 17 de março de 2023

In Extremis

Todos os palhaços - choraram

Até as máquinas tiveram pena

O sol mandou suas condolências

Onde estaremos no próximo instante?...


Cada detalhe sem cor...

Cada pano rasgado...

A velha fotografia sumiu...


Todos os prédios - tremeram

Até da escuridão vieram canções

Nuvens discretas enxugam lágrimas

Onde estaremos no próximo instante?...


Cada pedra e suas letras...

Cada gato e seu sono profundo...

A velha ave que vai voando...


Toda a festa - se acabou

Até os metais não brilharam mais

A lua mandou seus pêsames

Onde estaremos no próximo instante?...

quinta-feira, 16 de março de 2023

Sacrifício

Muita coisa...

Merda nenhuma...

Pedra pesada...

Leve pluma...


No meio do caminho havia uma bala

Havia uma bala no meio do caminho

Pra morte não se precisa de mala

Ninguém vai junto, todo mundo sozinho


Alguma coisa...

Porra nenhuma...

Antes nada...

Que só uma...


No meio do caminho havia uma bola

Havia uma bola no meio do caminho

Nunca o mundo foi nenhuma escola

Adivinhar é proibido para o adivinho


Muita coisa...

Caralho nenhum...

Essa parada...

Nem algum...

quarta-feira, 15 de março de 2023

Místico

Um cão virando gato
Um gato virando rato
Um rato não virando
e só...

Barulho de geladeira
Barulho de quebradeira
Barulho de silêncio
e só...

Eu vou na feira de Mandacaru
Comprar uma roupa rasgada
Pena que eu não valho nada
Me traga uma água gelada
Agora ganhei apelido
Me chamo doido varrido
Varro estrelas...

Um cão virando cão
Aprenda logo a lição
Aprenda logo ser não
e só...

Estrela cadente
Estrela decadente
Estrela desvairada
e só...

Come Na Cuia

Comê na cuia Comê na tuia Comê na nuia Experimente o berimbau catreiro Em todas as noites de pé de sapo! Paca tatu Paca tutu Paca Dudu Apert...