o vidro caiu e não quebrou
foi a mágica do mágico que funcionou
e as razões estéticas para tal
acabaram funcionando em meu quintal
eu aperto o botão
e a máquina dá partida
é apenas a grande questão
do que chamamos vida
o sol nasceu e a noite abortou
tão loucamente com uísque e rock n'roll
e eu continuo com cara-de-pau
esperando desesperado outro carnaval
eu estendo a mão
e já começa essa corrida
e cada nova paixão
é apenas a mais nova ferida
o palhaço não se apresentou
o susto foi grande quase que se urinou
tomei o remédio passei mal
ser sacaneado tá sendo uma coisa legal
eu ouço sim e não
como uma dor mais doída
mesmo na escuridão
já começou a nossa corrida
nas nuvens um céu desenhou
o meu delírio como sempre já delirou
e a minha carpideira é pontual
já chegou rindo alto do meu funeral
eu aperto o botão
e a máquina da partida
é apenas a grande questão
do que chamamos vida...
(Extraído do livro "Insano" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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