segunda-feira, 24 de junho de 2019

Alguns Poemetos Sem Nome Número 10

Resultado de imagem para menino com o dedo na boca

os dias de domingo ainda que me comovem
apesar da tristeza que há em todos eles
(decifra-me ou te devoro)
ando em passos calculados
há tantas pessoas felizes
(se podemos chamar esse arremedo)
metade quase vivos
metade quase mortos
vivos no seu afã de viver
disfarçando o medo da morte
para que seus sonhos não-sonhos
consigam o charme discreto
de uma quase felicidade

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para não vê-la mais, me ceguei
não furei os meus olhos,
preciso ainda deles...
para não ouvi-la mais, me ensurdeci,
não estourei meus tímpanos,
ainda preciso deles...
para não senti-la mais,
anulei todas as minhas sensações,
mas tudo inutilmente,
a alma ainda dói,
dói e muito...

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tudo mais, tudo menos
venenos são o que são
entre grandes e pequenos
entre o sim e o não

tudo bem, tudo mal
eis aí a grande questão
entre o choro e o carnaval
entre o frio e o verão

uma grande dança das cadeiras...

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quero acreditar na dúvida
brincar com o medo
andar até não poder mais...

observar certos detalhes
que escapam aos olhos
e se mostram à alma...

acender velas pelos escuros caminhos
e ir cantando como noturnas aves
até que o novo dia chegue...

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Marina, teu rosto arrendondou-se 
com o passar dos anos,
mas teus olhos continuam sonhadores...
Por quais terras terás andado?
Por quais amores terás sofridos?
Não sei, não faço ideia...
Mas continuo o mesmo menino curioso...

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o barão não tem ossos
seus ossos são nossos
quase que ele teve um troço...

as mentiras são sinceras
são angustiantes as esperas
eu nem sei quem eu era...

os centímetros são espaços
nós gostamos de abraços
eu nem sei onde passo...

somos todos uns vagabundos
cada qual com o seu mundo
mergulhei bem lá no fundo...

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choramos até quando rimos...
a vida? é um grande circo...
a morte? o fim do espetáculo...
aproveitemos então
as coisas mais simples possíveis
elas nos proporcionam sonhos
e nunca pesadelos...

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