domingo, 23 de junho de 2019

Alguns Poemetos Sem Nome Número 9

Resultado de imagem para sombra do menino
a fila anda
a pila manda
bela ciranda

e nas rimas encontramos nossos assuntos
é tão bom estarmos aqui juntos
de uma vez enterremos nossos defuntos

se entenda
não se venda
não se renda

há soluções andando por aí sem problemas
pobres versos andando sem poemas
miseráveis bodes expiatórios dos esquemas

linda lua
vinda rua
ainda nua

para quem ama o feio bonito parece e é
no desespero é que aumenta a fé
acabaram-se os ingressos para a Arca de Noé

a fila manda
o pulo anda
doce desanda

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não tenho bandeiras
por isso a bagagem é mais leve
não discuto teorias
sobra mais tempo para brincar
nunca quero ferir meus olhos
não são como os teus da cor do mar
eles são quase negros profundos
são o fim de muitos mundos
e vou andando simplesmente...

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a tua vulgaridade se torna invulgar
teus pés delicados um número à mais
a maquiagem comprada no camelô
as noites safadas de bebida e droga
caminhas sob a tempestade
mas eu sou a tempestade
caminhas na escuridão
a escuridão sou eu
e no outro dia acordas tarde de ressaca
não temas coisa alguma
trago comigo as chaves da vida e da morte

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maré cheia
maré vazia
trocaram tristeza por alegria

maré cheia
maré vazia
não era bem isso que eu queria

maré cheia
maré vazia
saudade nunca foi nostalgia

maré cheia
maré vazia
vem a noite porque foi o dia

maré cheia
maré vazia
muitas vezes sorri só de agonia

maré cheia
maré vazia
livrai-nos do mal da apatia

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quantos cantos tem o canto?
quantos pontos tem o conto?
é a sina minha bailarina...
quantas palmas tem a calma?
quantas almas tem minh'alma?
é o destino meu menino...
quantos gostos tem o gesto?
quantos rostos tem o resto?
é a sina minha bailarina...
quantos enredos tem o medo?
quantos brinquedos tem o cedo?
é o destino meu menino...

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um não! me dê cá dois...
há histórias pra contar
não tenho fôlego
há caminhos pra andar
não tenho ânimo...
um não! me dê cá dois...
há sonetos pra acabar
é uma lástima
há muitas pedras pra quebrar
sou filho pródigo...
um não! me dê cá dois...
há momentos pra guardar
num quadro estático
há um brilho pelo ar
tudo tão mágico
um não! me dê cá dois...

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a flecha partiu
o alvo acertou
o prédio caiu
ninguém nem notou
o espinho feriu
é dor onde vou
a bomba explodiu
a pomba escapou
a firma faliu
a grana acabou

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