...à quem endereçar possa...
em minha mão minha indecisão...
na falta de juízo um paraíso...
eu fiz e não fiz porém...
um paradoxo tão ortodoxo...
estéticas mais ecléticas...
tudo não mais brincadeira...
fui logo ali e então me perdi...
está servido também vendido...
quero dormir o tempo todo...
algumas musas são escusas...
os pantaleões não são leões...
traga-me logo um café...
para o artista não há pista...
eu joguei e não roguei...
é tão doce algum esquecimento...
mas eu repito aquele rito...
pelas frestas das florestas...
sinto meus ossos chacoalharem...
são tentativas vãs pelas manhãs...
os tronos perdendo seus donos...
não há mais castelos por aqui...
coloquem a esmola na cartola...
levanto voo e não me enjoo...
a banda vem tocando alegremente...
a fome adquire qualquer nome...
nunca fomos o que somos...
eu acordo antes dos pássaros...
as rachaduras estão nas estruturas...
cada código é um filho pródigo...
tuas curvas são a perfeição...
qualquer lugar deve ter ar...
eu parto dentro do quarto...
as carpideiras estão de branco...
parece mais terno o inferno...
eu me iludo com a cor do veludo...
as máquinas acabam quebrando...
farão passeatas por trinta pratas...
agora que eu vou me embora...
o próprio destino chama no portão...
minha ferida está escondida...
quem diria virou poesia...
(Extraído do livro "Insano" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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