alguns pássaros cometem auticídio
jogando-se da mais alta das esferas
assim somos todos nós indefinidamente
quando morremos por nossas quimeras
queremos o sol e magoamos as chuvas
pedimos verões e matamos as primaveras
botamos as máscaras vamos aguardando
nas nossas mais impacientes das esperas
fingimos que somos uns mansos cordeiros
mas nada mais somos que bravias feras
e isso não é somente coisa nova de agora
desde o nosso surgimento de outras eras...
alguns pássaros vestem seu negro luto
enquanto outros usam as cores da festa
nós assim somos exatamente o que somos
e apenas tênues lembranças o que resta
como cicatrizes vivas em nossa vil carne
ou sinais mágicos vivos em nossa testa
lembremos sempre deste sábio ditado:
tudo pode ser bom e contudo nada presta
a vida é um grande e tortuoso labirinto
estamos perdidos no meio dessa floresta...
alguns pássaros mantêm o seu bico fechado
outros ainda não cessam de fazer o seu cantar
assim somos nós em nossas tais semelhanças
muitos choram para um outro não chorar
há muitos rios que são totalmente diferentes
mas todos eles caminham para o mesmo lugar
os medos caminham entre todos os homens
enquanto a vida e a morte estão à namorar
espero também que chegue então a minha vez
toda demora é motivo para a tristeza aumentar
então vamos poetas sangrando nossos versos
até como alguns pássaros possamos então voar...
(Extraído do livro "Insano" de autoria de Carlinhos de Almeida).
Oi poeta. Passando por aqui...
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