Sangue e folia...
Crime e castigo...
Onde estamos?
Sem um abrigo...
Venta o vento e até venta mais. Esperamos e esperamos paz. Na verdade é o inverso do inverso. Devore-me se for capaz. São rendas e lendas nas moendas das Gerais. Pois a língua converte e reverte moça e rapaz. A maldade e a saudade vindo lá atrás. A perícia e a malícia e olha a polícia como é sagaz. Dê um corte e é tudo questão de sorte e é tudo quase lilás. É tão moco pro louco e ele quer um pouco ou até demais.
Sangue e folia...
Calma e perigo...
Onde chegamos?
Eu nem te digo...
Até agora no agora eu nem sei quem sou. Se eu sou um chicano ou um marciano ou apenas robô. Faço graça e alguma pirraça pra quem me pagou. Foi a arraia-miúda num deus-nos-acuda e ninguém ajudou. É a lei do Universo um cara perverso já me maltratou. É o mesmo caminho da água pro vinho que embriagou. Tomei um grande susto nem teve um custo de cara pro gol. Vê se pára a piada. Pára de palhaçada que ninguém gostou.
Sangue e folia...
Uva e trigo...
Onde passamos?
Eu quero contigo...
Já andei pela treva e fumei tanta erva e hoje só bebo cerva. Quem nunca fez isso? Sou um cara moderno que não uso terno no meio do inferno e é meu compromisso. Se afasta da proa que eu tou de boa e tou com o catiço. É tanto progresso esse meu retrocesso que fiz um rebuliço. Minha cara malvada tudo deu em nada e deu tudo nisso. Posso estar todo errado e num golpe de estado gastei o meu viço.
Sangue e folia...
Me calo e digo...
Onde choramos?
Num futuro antigo...
A curva é tão turva que me dá apatia. Não comi e nem bebi e nem reparti e estou tendo azia. Tava todo o pessoal naquele natal e não foi por mal. Foi ideia da tia. Tava todo mundo junto trocando assunto na maior alegria. Que não magoe e nem enjoe já que a manhã está fria. Nem olhemos pra lado o fado malvado que traz afonia. E a minha nau vai ao fundo de um mar tão profundo com sua avaria.
Sangue e folia...
Moderno e antigo...
É assim mesmo...
Nem ligo...
(Extraído do livro "Eu Não Disse Que Era Poeira?" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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