sábado, 29 de fevereiro de 2020

Alguns Poemetos Sem Nome Número 61

Resultado de imagem para menino no cemitério
Eu sou o senhor dos meus pecados,
o mestre de minhas contradições,
não chegue perto de mim,
todo cuidado é pouco...
Eu trago a rudeza em meus gestos,
carrego comigo muitas paixões,
bem mais que a esfinge,
meus enigmas podem lhe devorar...
Eu sou o vilão desta história,
o demônio de todo esse enredo,
não ria de minhas tristezas,
o próximo pode ser você...
Sou a tempestade durante o dia,
a inversão de todos os valores,
a quebra de todas as regras,
a loucura insana que come o tempo
e que quebra todos os relógios...
Eu sou o senhor dos meus pecados,
o mestre de todas as minhas contradições,
não chegue perto de mim,
agora já é tarde demais...

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A porta das jaulas estão abertas,
os leões fugiram
As portas da percepção, escancaradas,
minha imaginação delira,
palavras são flechas com pontas
que estão fortemente envenenadas,
tanto conseguem a caça
como envenenam o caçador...
A sorte já está lançada,
preparem a fogueira para o feiticeiro,
o patíbulo para o condenado,
as chamas arderão em breve,
o corpo balançará na corda,
viver ou morrer é apenas
mais um simples ponto de vista,
não mais que isso...

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Tudo é poesia, tudo mesmo,
rimas ricas ou rimas pobres,
momentos raros ou banalidades,
nada escapa ao poeta,
ele desconhece regras
e até inventa as que necessita...
Tudo é poesia, tudo mesmo,
da imperfeição à perfeição,
é apenas mais um passo,
damos um pulo no abismo,
mas nossas asas batem
e acabamos voando...

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Imaginação
imagina ação
imagina o cão

Perversidade
perversa idade
perversa cidade

Mentalmente
mental mente
metal mente

Jogos, apenas jogos...

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O futuro? O futuro é a morte...
Por isso não se preocupe tanto, não se desespere tanto, corra atrás de grana, mas corra mais atrás de seus sonhos, mesmo se forem impossíveis. Ria mais, fale mais, diga mais bobagens, os loucos conseguem aumentar a intensidade do tempo. Não se preocupe tanto com espelhos ou com convenções, a moda é a maior decepção que pode existir, gasto e perda de tempo. Ame mais, se apaixone mais, seja mais amigo e não tenha medo de decepções, elas existem mesmo, é inevitável. 
O futuro? O futuro é a morte...

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Eu espero pelas esquinas da vida algum amor. Não me preocupo se o tempo acaba, se a morte chega, se o fim é algo que não se escapa. Procuro um amor, mais bonito do que esses de novela, mais real do que uma pedra em seu descanso sem previsão. Que seja mais louco que eu, que seja mais desesperado que eu, um amor que engula o mundo todo em um só trago, que possa segurá-lo em suas mãos. Eu espero pelas esquinas da vida algum amor...

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Nada se faz
nada satisfaz
só águas rápidas
que não caiam do céu
Ternura e caos
A música tocada alta
vindo de sai lá onde
talvez das estrelas
ou de um outro planeta 
Maldade e ternura
Um furacão no peito
um vazio com o furacão
só águas paradas
que acabam apodrecendo
Paradoxo e destino
Nada de mais
nada me traz
só recordações mortas
apenas alguns ossos
saindo do chão
Ternura e caos

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domingo, 23 de fevereiro de 2020

Alguns Poemetos Sem Nome Número 60

Resultado de imagem para menino deitado na calçada
Nada mais é o que é, somente alguns arremedos de um segundo atrás. Tudo muda, nada permanece, assim é o motivo principal de nossa tristeza. Coloquemos as mãos em nossos bolsos, abaixemos as nossas cabeças e andemos, andemos e andemos em direção ao inevitável. Triste ou alegre, tudo é morte, um sopro só e estará tudo acabado e bem acabado. O que nos espera, é outra história, depende do que cada um acredita ou não...

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Me acalmo,
me almo,
em ondas mais ou menos azuis,
azul incerto,
ninguém por perto,
para escutar estes meus blues...

Me almo,
me acalmo,
em ondas mais ou menos blues,
apenas corte,
apenas mais morte,
minhas olheiras que são azuis...

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Até um,
até nenhum,
tudo é um beco sem saída,
eis a vida...

Até um, 
até nenhum,
toda estrada muito comprida,
eis a vida...

Até um,
até nenhum,
eu morro em cada despedida,
eis a vida...

Até um, 
até nenhum,
a sorte só nada distraída,
eis a vida...

Até um,
até nenhum...

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Pararei de falar das coisas que vi, das coisas que um dia amei, mas isso dói demais. Vou parar de falar dos amores que morreram, das paixões que gelaram, mas isso dói demais. Disfarçarei que está tudo bem, que tudo está em seu devido lugar, mas isso dói demais. Não reclamarei de dor alguma, de incômodo algum, mas isso dói demais. Não irei à mais nenhuma festa, não há mais o que comemorar, talvez um dia o fim, mas isso dói demais...

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Podem falar que sou triste demais,
que falo somente de choro, 
que tenho cumplicidade com a tristeza,
que chamo a solidão pelo nome,
mas isto é mentira...
Gostaria de rir mais de histórias engraçadas,
mas a maioria delas não é...
Queria falar mais sobre os finais mais felizes,
mas todo o final tem um quê de nada...
Poderia inventar notícias melhores,
mas isso não passaria de uma grande mentira...
Somos apenas seres humanos,
nosso destino já vem pré-fabricado
e os que foram felizes são meros desconhecidos...
Nossos céus são cobertos de escuridão,
nossa história uma grande mancada...
Podem falar que sou triste demais,
porque na verdade sou mesmo...

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Tens as olheiras 
de uma noite passada em claro,
entre o desvario e a loucura
em dose dupla...
Tragam-me a última dose da noite!
Eu sou o rei da madrugada...
Tens a preguiça
do acordar cedo demais,
enquanto eu mesmo nem durmo...
Companheira de noites sujas e frias,
vem morrer junto comigo!...

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Alegres, vãs e frias,
eis nossas almas vazias,
alegres, vãs e vadias,
eis nossas almas tardias,
e tudo se resume 
em apenasmente nada...
Onde dormi? Na calçada...

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sábado, 22 de fevereiro de 2020

É Que Eu Costumo Mentir

Resultado de imagem para menino cínico
Olho sempre para o espelho
e não me importo com minhas rugas,
acho que um dia pode ser melhor que o outro,
mas isso é apenas mais uma incerteza...
Ando sempre elogiando a rosa,
falo de sua beleza e de seu perfume,
mas acabo esquecendo de seus espinhos,
espinhos que acabam sempre ferindo...
Digo que não tenho mais medo de nada,
que posso andar tranquilamente na rua,
mas eis que o medo nos espreita pelos cantos
enquanto o perigo aumenta cada vez mais...
Acredito nas histórias que contam
e saio feito um bobo repetindo todas,
mas nada há que mostre algum sinal
que tudo um dia terá um jeito...
Quero estar sempre com meus sonhos,
alimentá-los, acalentá-los como filhos,
mas sonhos oferecem mais riscos
do que alguém possa perceber...
Cruzo meus braços, sento comodamente,
acho que muita coisa que falam é verdade,
mas as verdades são dispensadas,
ainda mais na beira de abismos...
Olho minhas feridas com certo prazer,
quero preservar minhas cicatrizes,
esquecendo que as mágoas sabem 
muito bem ressuscitar antigas dores...
É que eu costumo mentir às vezes,
às vezes não, costumo mentir sempre...

Quando A Sexta Não É Sábado

Resultado de imagem para carnaval de sepetiba 2020
Eu tento transformar, mas não consigo e os amores meus infinitamente me castigam o tempo mais que todo. Não, não, não é assim que tem que ser, mas o destino é um mau piadista, entretanto, é bom nas charadas.
Por isso, na falta de outro motivo, me escondo de mim mesmo nas horas mais insanas em que o relógio erra nos seus cálculos e tudo é apenas uma grande inversão.
Não nego, tenho medo e muito medo mesmo, das coisas mais improváveis, são elas que acontecem com maior frequência, isso fere muito meu já quase infartado coração.
Gostaria então de achar uma rua deserta ou uma praça vazia e sentar em um banco de cimento poder muito rir ou pouco chorar. Mas acontece que tudo acontece ao contrário.
Meus dias, são apenas mais algumas noites em que a solidão gruda em minha pele feito uma sujeira teimosa que nenhuma água consegue tirar. Minhas noites são todas de tempestades, mesmo que não caia uma gota lá fora, isso praticamente o ano todo.
Gostaria eu de usar figuras de linguagem mais expressivas, acretos felizes em direção ao alvo mais que evidente, mas isso nunca acontece. Veja o rol dos miseráveis e lá está o meu nome.
Estou calado como sempre fui, já acabei me acostumando, mesmo que isso doa e muito. Assim são as coisas, o espinho acaba morando na carne que fere e se parte deixa também sua saudade. 
Há provérbios para não serem ditos, ditados que não aconselham e só desesperam, o mundo roda e sou eu que acabo ficando tonto. A cachaça da vida acabou nos viciando.
Eu sou apenas um pequeno intervalo entre o primeiro choro e o último silêncio, não queira encontrar em mim mais do que lugares-comuns como quaisquer outros. 
As surpresas estão em falta no mercado, \as encomendas são muitas e a matéria-prima anda escassa. Até as mudanças mudam, os delírios é que andam até mais bem-educados.
O excesso de ar dificulta a respiração, eu não tenho e ninguém tem mais tempo para o tempo e isso é tempestivamente preocupante. O que temos é que acaba nos fazendo mais falta. É triste dizer isso, mas mesmo assim eu o digo.
Tenho tanto medo das sextas e dos sábados também...

(Extraído do livro "Insano" de autoria de Carlinhos de Almeida).

Medo de Mar

Resultado de imagem para mar sinistro
Eu tenho medo desse mar mais grande
Cheio de água feito um temporal
Eu tenho medo do que ele possa fazer
Que possa engolir todo o meu quintal

Mar grande, mar cinza, mar feio
Mar desconhecido, não sei donde veio...

Eu tenho medo desse mar novela
História longa sem nenhum granfinal
Que eu fique louco no meio da rua
Que eu me enlouqueça nesse carnaval

Mar grande, mar cinza, cara zangada
Toda a minha tentativa, deu em nada...

Alguns Poemetos Sem Nome Número 59

Resultado de imagem para flor solitária
Agarra os restos de sua inocência,
agarre com unhas e dentes,
não deixe escapar o que sobrou...
A cachaça, as drogas, as camas sujas,
nunca foram e nem serão paraísos...
Aquele que você diz seu amor,
é apenas mais um pobre coitado...
Fica sóbria pelo menos um instante,
olhe para o lado e me veja...
Sabe quem sou eu?
Eu sou aquele que fareja os seus passos,
o que corre os riscos mais banais...
Agarra os restos da sua bondade,
agarre com todas as forças,
não deixe escapar o que sobrou...

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Carnavalando em brancas nuvens vou
acabei de perder todo aquele meu medo
o desconhecido já perdeu toda sua razão
morrer é apenas questão de estatística
ou quem sabe até bem menos do que isso
acabei de dar para as flores seu valor real
e aos meus choros acabei me despedindo
não sei se louco ou outra coisa que valha
irei acompanhando qualquer bloco de sujo
pela mais simples questão da lei da gravidade
pelo menos se alguém perguntar quando morri
você já pode responder que foi no carnaval...

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Não sou o certo
sou o errado
não sou a beleza
sou o vício
eu ando entre
todas as sombras
e sou amado
pelo menos 
por elas
não tente me entender
isso é mais que impossível
não possuo mais as carnes
de uma paixão tresloucada
mas os brancos ossos
de todas as lembranças
não sou o doce
eu sou o amargo
de toda esperança morta
de todas as fileiras
de soldados que têm medo
toda a impossibilidade
de entender
alguma coisa 
que possa valer a pena

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Eu vejo um deus
dançando entre os homens
não um deus de paz
nem um deus de guerra
um deus apenas
que tanto se aproximou 
deste nosso mundo
o suficiente para aprender
as nossas mágoas
e sonhar os nossos sonhos
capaz de ir às lagrimas
ou rir perante nosso desespero
em todos os dias 
desse carnaval da vida
que ele seja por nós...

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Abram a porta da prisão
eu quero sair!
Já fiquei muito tempo,
eu não sou mais daqui!
Tirem esse mordaça
eu quero gritar!
Tenho todos os motivos
pra não me calar!

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Quando acabar - acabou
Quando ir embora - correu
Quando chorar - chorou
Quando vir a noite - escureceu
Pois essa é a vida - notou?
Até meu amor - esmoreceu...

Se vier a chuva - se abrigue
Se estiver cansado - descanse
Se vier a tristeza - não ligue
Se for teimoso - alcance
Não se irrite - nem brigue
A vida é apenas - a chance

Quando acabar - acabou
Se parou de respirar - morreu
Quando cantar - cantou
Se não perguntou - respondeu
Quando eu partir - já me vou
O caminhante - sou eu...

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Era tanto
que os exageros me faziam
eu que caminhava 
sem ter rumo algum
sem ter algum paradeiro
eu olho esses ruas
como quem morre de ternura
com pequenos detalhes
subo ladeiras com a alma na boca
e as desço mais ainda
Não sei o que quero
mas tudo quero
não sei o que posso
mas tudo tento
eu coleciono detalhes
e tolas previsões 
que geralmente não acontecem
sinto a magia das palavras
aqui dentro de mim
Era tanto 
que os exageros faziam quaisquer palavras...

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sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

Onde?

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Onde estão os poetas
que sentem até sangrar
que amam sempre à chorar
que esquecem de uma forma
estreita que mata o lirismo
porque vendem a sua alma
aos aplausos do mundo?

Onde estão os poetas
que deveriam enfeitar
até as estrelas, até o ar
são apenas pobres burgueses
com medo da escuridão
que desconhecem que a poesia
é do povo e está na rua?

Onde estão os poetas
senhores que tomam chá
e desconhecem o que é amar
o que é encher a cara
por um amor que foi perdido
e que irá nos dar pesadelos
exatamente por sua falta?

Onde estão os poetas
que nem sabem o que é rimar
intelectuais, sábios, tolos,
cheios de manha vazia,
conhecedores do desnecessário,
hábeis vendedores de livros,
futuros cadáveres como qualquer um?

Onde estão os poetas?
Onde estão? Onde?

Se Você Soubesse

Resultado de imagem para menino rindo
Se você soubesse o que iria acontecer à um segundo adiante, ia ser bem diferente...
Escapava do sol, corria da chuva, saberia como lidar com todas as situações, os desastres morreriam antes de nascer, tudo ficaria muito melhor...
Se você soubesse o que iria acontecer á um segundo adiante, ia ser bem diferente...
Se livraria da bala perdida, do susto que quase matou, da ilusão que feriu sem pena, toda a maldade que persegue tudo e todos...
Se você soubesse o que iria acontecer à um segundo adiante, ia ser bem diferente...
Não ligaria mais para o amor que não daria certo, esquecia a paixão que mataria sem motivo algum, não daria valor para quem não merece nem mesmo uma moeda furada...
Se você soubesse o que iria acontecer à um segundo adiante, ia ser bem diferente...
Pedia mais uma dose, fumava mais um cigarro, esquecia da pressa ou a teria mais, dependendo do que adivinhasse, pois vivemos sempre enganados...
Se você soubesse o que iria acontecer à um segundo adiante, ia ser bem diferente...
Não comeria do bocado estragado, não engoliria do veneno gentilmente oferecido, não fazia nenhum ato de desespero, a vida é ruim, mas ainda assim vale a pena...
Se você soubesse o que iria acontecer à um segundo adiante, ia ser bem diferente...
Não teria medo de alguém tão fraco como você, de um idiota que tem apenas mais preocupações, não caía na lábia dos ladrões do tempo e da vida...
Se você soubesse o que iria acontecer à um segundo adiante, ia ser bem diferente...
Não ia fazer questão das palmas, não ia se martirizar pela juventude que sai correndo, não ia se fantasiar para o novo carnaval, fantasias já usamos todos os dias e máscaras nunca saem do nosso rosto...
Se você soubesse o que iria acontecer à um segundo adiante, ia ser bem diferente...
Riria mais de si mesmo, teria bem mais tempo para brincar, para cantar, para dançar, o seu bolso talvez ficasse um pouco mais vazio, mas a sua alma estaria plena...
Se você soubesse o que iria acontecer à um segundo adiante, ia ser bem diferente...
Conversaria mais diretamente com Deus, enxergaria seus problemas sob outro ponto de vista, seu fôlego estaria melhor, sua solidão um pouco mais ocupada e, talvez, não morresse tanto...
Se você soubesse o que iria acontecer à um segundo adiante, ia ser bem diferente...

Um Poema de Desgosto

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Um delírio bem pior que esses
que amargam a boca e doem o peito
não falemos mais sobre isso
O meu silêncio bastará
para todos os novos dias
que porventura chegarem por aí
Eu não faço articulações engenhosas
não recebo milhares de palmas
e nem ao menos me saúdam quando passo
O desprezo me acompanha
a solidão de ruas cheias de fantasmas
e nem o sol me adianta mais
Eu sou apenas mais um de muitos
que em breve fecharão os olhos
e não os abrirão nunca mais
Tenho que ser realista como não gosto
e ver que todos os sonhos só serviram
para ferir-me ainda bem mais
A beleza que eu quis me foi negada
a esperança foi posta de porta pra fora
e o meu riso era vazio e apenas de praxe
Quem sou eu? Muitos vivem se perguntando
mas para essa pergunta tenho a resposta:
mais um idiota que pensou que tudo daria certo...
Chorar é apenas um grande desperdício
a minha mudez talvez me console um pouquinho
até que meu próprio Apocalipse chegue afinal...

(Extraído do livro "Muitos Dias Já Passaram" de autoria de Carlinhos de Almeida).

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Poesia Gráfica VII

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E S Q U I N A
E X - Q U I N A
A B S O L U T A M E N T E
A B S O L U T A  M E N T E
S O B R E V I D A 
S O B R E  VIDA
P A C I E N T E 
P A Z  C I E N T E
E M   E N T R E L I N H A S

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A T R I S T E Z A P E D E P A S S A G E M
A T R I S T E Z A S E G U E V I A G E M
A T R I S T E Z A P E D E V I A G E M 
A T R I S T E Z A S E G U E P A S S A G E M
E NÓS VAMOS COM ELA...

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O ABSOLUTO DESCONHECE NORMAS
O ABSOLUTO NÃO CONHECE FORMAS
A RIMA PRIMA POR NADA
A LIMA RIMA NA CALÇADA
O MUDO TUDO MUDA
O SURDO TUDO ENSURDA
EM DICIONÁRIOS PAIXÕES GUARDADAS

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A T R I S T E Z A
O T R I S TE
A T R I S T E
O D E L Í R I O
O M I S T É R I O
T U D O G U A R D A D O
N U M A B I S M O
S E M F U N DO

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N O S A N G U E D O S V E N T O S
V E N TO NÃO H Á
N O S A N G U E D A S Á G U A S
A Á G U A F O I E M B O R A
O S M E U S S O N H O S F O R A M
D E P O R T A P R A F O R A

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N Ã O T E M
N E M M A L N E M B E M
N E M A Q U É M N E M A L É M
N Ã O T E M
N E M C O N T U D O N EM P O RÉM
O Q U E F A Z M A L O Q U E F A Z B E M
N Ã O T E M
M A I S A L G U M A P O E S I A
M O R T A S O B M E U S O L H O S

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A G R A F I A
A  G R A F I A
T O D O S O S N O M E S
N O M E N E N H U M
I N V U L G A R 
V U L G A R
S E M V E R B O A M A R

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Tudo O Que Vive Sonha

Resultado de imagem para menino dormindo
Diferentes formas,
um mesmo objetivo - sonhar...
Eis o motivo de vir
ao final dessa festa,
quero catar os restos de sonho
como quem limpa 
o salão depois que tudo acaba...
As impressões ficam,
as expressões somem 
em nuvens não tão brancas assim...
Quanto mais frágil,
mais corta-nos o vidro...
Quanto mais queridos,
os amores nos ferem...
As paixões com sua força
acabam nos enforcando...
Nossos corpos-almas 
balançam sinistramente
pelo espaço vazio do medo...
As formigas em carreira
e as abelhas em seus vôos
por intermináveis jardins...
Toda uma lógica divina
mesmo nos maiores delírios
dos loucas atrás de paredes...
Estrelas pelas calçadas
e a simplicidade andando
por infindáveis labirintos...
Tudo pulsa, mesmo que passe..
Tudo é belo, mesmo envelhecendo...
Tudo permanece, mesmo indo...
Tudo que vive, sonha...

Come Na Cuia

Comê na cuia Comê na tuia Comê na nuia Experimente o berimbau catreiro Em todas as noites de pé de sapo! Paca tatu Paca tutu Paca Dudu Apert...