terça-feira, 25 de junho de 2019

Alguns Poemetos Sem Nome Número 11

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nem sempre se vive
há uma dúvida eterna para isso
entre subidas e descidas
segue o passo
e tudo mais 
são apenas sequências interrompidas
o acaso chega todo contente
para cumprir seu papel
nem por isso não gosta
das coisas que nunca falei

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se um homem olha as nuvens - está preocupado
se um menino olha as nuvens - está sonhando
se um homem olha para o chão - está triste
se um menino olha para o chão - está aprendendo
se um homem corre - está com pressa
se um menino corre - está com razão
se um homem sorri - está disfarçando
se um menino sorri - é sua natureza
e bem lá no fundo 
o que todo homem deseja
é voltar à ser um menino...

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a moda é muito complicada
precisa de um analista,
ou melhor, de um psiquiatra
vive sempre à fazer grandes festas
e acaba sempre expulsando
os seus pobres convidados
antes que elas terminem
é por isso que devemos tomar cuidado
porque certas coisas imprescindíveis
acabaram sendo expulsas
da vida pela moda...

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me perdoe, perdoe mesmo
eu não gostava da sua franjinha
mesmo achando lindos 
os seus cabelos castanhos
me perdoe, perdoe mesmo
eu ainda era muito novo
para saber como o amor
queima qualquer alma
me perdoe, perdoe mesmo
eu não sou um grande inventor
para fazer uma máquina do tempo
para reverter meus velhos erros
você me perdoa?
pois eu não lhe perdoe
(mesmo que tivesse)
por levar para longe de mim
o que eu mais queria sem saber...

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um exército de poeira
vem atacando todas as coisas
sejam elas boas ou más
nada o pode impedir
de seu bravo ataque
nada o detêm
nada o contém
tudo vai ficando empoeirada
até nossas recordações mais caras

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quero manhãs com cara de tarde
e tardes com jeito de noite
noites convidativas e solitárias
como a madrugada
uma madrugada de muitas estrelas
em que a escuridão esteja
quase desistindo 
de mim...

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nossas verdadeiras celas são diferentes
foram construídos de dentro para fora
a chave da porta está em nosso bolso
e não saímos porque nunca queremos
nossos verdadeiros medos são diferentes
nós construímos nossos próprios monstros
para que eles possam nos devorar
no escuro as coisas são todas iguais
só não podemos vê-las...

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