sábado, 31 de maio de 2014

Insaneana Brasileira Número 34 - Plurais Impossíveis

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Quando muito uma chance única. Quando muito um acorde só. Um só momento. Um só dia. A oportunidade que se perdeu e não volta mais. Algumas coisas são iguais ao tempo. E suas medidas imperdoáveis. Perdeu. Perdeu a vida. Perdeu a alma. Perdeu a razão. A razão que povoava florestas e fazia brotar raízes e folhas. Não há mais verde. Tudo amarelou. Ficou cinza. E o medo vem vestido de morte e susto. O susto interrompido numa foto antiga. Foi bola na rede ou foi bola na trave. Depende do gosto do freguês. É o que vemos é o que conta. E nos finais felizes poderão haver gregas tragédias. Eu brinco com as palavras porque somos amigos faz muito tempo. Eu brinco com as probabilidades porque todo cálculo é errado. Eu brinco com as contas que se perfilam num fio e podem ser certas ou erradas ou ainda nada. É o prato do dia. E é o que temos para sempre. A cicatriz está lá. E sempre será uma memória feroz gritando a mesma litania. Quando falamos várias vezes na verdade é uma só. A face no espelho é a mesma que foi invertida. É o queremos mesmo sem sabermos quais são os rostos. O rios são portadores de mão única num tráfego trêfego e tosco. Quanto mais rimas melhor. Vamos enfeitar o pavão que já está enfeitado. A irracionalidade pegou as rédeas e não quer soltá-las. É bom brincar de pique-esconde mas o labirinto é um só. O fio se rompeu e ainda estamos revivendo o mito da caverna. Toda novidade é uma só. É a trilha de formigas feliz pelo açúcar. São palavras difíceis as mais fáceis. E os Jardins Suspensos da Babilônia estão logo ali. Não há porque pedir mais milagres. Todos estão num só. A mão que mata foi a mesma que brincou. E quem embalava a boneca agora fode. As palavras são pedras  mas saem de nossas bocas. A sorte está lançada. O dado está jogado na mesa. O maior número vence. Mas só há zeros nos seis lados. Tantas coisas se passaram mas é uma só. Quem vai? É o último dos moicanos. A espécie se extinguiu há muito tempo. E não adiantam acender vela ao meio-dia. É o meio-dia escuro de sempre. Num céu sem nuvens coberto de feios projéteis. Alice foi embora faz muito tempo. E até algumas coisas caem bem. São as peças do quebra-cabeças que acabaram acertando por acaso. Não há mais que um. A nossa cegueira já deu frutos. E quando muito na verdade foi um só...

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Insaneana Brasileira Número 33 - Teoria da Facilidade

Tudo é fácil. Tudo muito fácil. Os dias não param em novas roupagens. Com a ilusão que tenos de igualdade. Nada é igual. Mas foi feito para enganar olhos e pés. A desilusão vem e a morte vem. E não precisamos de muito esforço. É só fechar os olhos e parar de respirar. Nada certo. Tudo incerto. Como a trajetória de uma bala perdida em meio a tantas outras. Todo vermelho é azul e toda estatística um deboche mal feito. Para tudo há um jeito. Até para a morte a lápide mentirosa e a carpideira safada. É notícia. É delícia. É malícia. Não corra e morra. Que aí vem a polícia. Estamos numa grande gaiola de pássaros. A gaiola é tão grande que não vemos as grades. Uma gaiola com horizontes que nem o Amazonas que nunca foi mar. Escolha é uma palavra banida de todos os dicionários. Quem faz? Ninguém faz nada e nem escolheu e nem ficou bonito e nem sorriu sinceramente. A liberdade é uma farsa de um teatro burlesco. Os passos são contados e apressados em direção à uma busca que não dá em nada. Não mudem as letras. Teclados viciados. Dados viciados jogados na mesa da realização. Quem vai pelo rio? As ruas só tem mão única e isso é muito triste. Mas a nossa tristeza tem um extenso estojo de maquiagem para todas as ocasiões. E a nossa realidade é boa como o Cão. Tudo é fácil. Tudo muito fácil. É um cubo mágico com uma cor só. É todo negro. E é todo branco. Com as matizes infinitas que passam despercebidas aos olhos dos otários. É a nossa ficha pessoal. Uma coletânea de burrices sem tamanho. É a acreditar nos quadrinhos e ser um cosplay desde que nasceu. O maior disfarce é a normalidade. Não basta ser ruim tem que se ser o pior. Não basta achar tem que se achar sendo a mais cômica das piadas. Tudo parece bonito e só parece. Cada ruga tem seu destinatário certo e insano. Tudo é tudo. Até pequenas coisas podem originar grandes catástrofes. É o buraco da formiga no dique.  É o dique indo abaixo. Tudo é fácil. Muito fácil...

sábado, 24 de maio de 2014

Vento Na Cidade


Viva o forró do Mané Gago!
Aonde eu tomo mais trago
Após mais uma noite vazia
Uma noite com lábios de vadia...

Viva todos os becos imundos!

Onde conheci vários mundos
Onde o meu sonho jazia
E minha alma era fria...

Estrela sozinha tem pena de mim
Eu nem sempre fui assim
Eu também conheci um dia o dia
E aquilo que eu pensei ser alegria
E também havia meu jardim...

Viva a história sem happy end!

E cada corpo que aqui se vende
E também quem o compraria
Matando de vez qualquer alegria...

Viva toda a maldade precoce!

A hemoptise e a febre e a tosse
Dor que ninguém sequer avalia
E o pedido que ninguém atenderia...

Vento citadino tem pena de mim

Eu nem sempre fui assim
Eu também ri e muito um dia
Quando minha vista via
O meu anjo o meu querubim...

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Insaneana Brasileira Número 32 - Eu Fui e Não Fui...


Eu fui e eu não fui. Fui á lugar nenhum e à todos os lugares possíveis e plausíveis e impossíveis e incríveis. Estamos ao mesmo tempo cheios e carentes e há os dentes e há as mentes que doem do mesmo jeito. Não quero escrever mas não obedecem e não quero crer mas as crenças crescem. É sábado no começo da semana e feliz de quem ama e mais feliz ainda quem instalou o programa. Estou vazio e mais cheio de tralhas e são as batalhas que me fazem de herói. E o peito dói. O peito dói. O peito dói. E quanto mais é mais e acabou-se a paz. São novos os vizinhos e nove os espinhos e qualquer uma contagem perdeu a viagem. Os dardos da virgem me atingem e as nuvens são novas fuligens e um novo céu tingem. Boa sorte. Boa morte. Bom consorte. Boas profecias dos dias no baralho cigano. É Dumont e o aeroplano. Eu queria e sou humano. E humano faço coisas que duvida a própria vida. E a ferida. E a ferida. É a ferida. É a feira de amostra. Quem é que não gosta? Quem é que não profetiza? O profeta e a profetiza casaram em total separação de bens. São estações e seus trens. E junte todos os trens. E vamos viajar e andar também. Além e vaivém e atem o cara é o superman. E o salvador do dia e o salvador do país. É por apenas um triz. Quem diz. Quem diz. Eu desmereço o preço e nem sei se conheço. Isso tudo é uma balela de vida paralela e bela e janela. E os ventiladores ventilam ventos novos no meio quente. E eu quero mais sombras ensombreadas de tudo o que não fiz. Metades á parte fazemos discursos como poetas ensandecidos de meia pataca. Discursos muitos discursos e muitos discurso sem saber o que está se dizendo. Porque ninguém sabe e nem fará por fazer. Eu deliro e prefiro perfumes mais fortes de flores orientais e florais de Bach. E é isso que faremos. Acabaram os dias e os dias se acabaram e isso são coisas distintas para se saberem.É uma procissão de joelhos e velas acesas chorando. A esperança vindo aos poucos e a mente demente em espertezas planas. É sim é sim é sim. Acabaram-se as vírgulas que estavam na minha mochila. E eu não sei em que pagode está a nova encarnação do Buda. Só sei que sou rude rude rude e mais nada...

Novas Letras

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Novas letras nova moral
O errado virou certo
Nada está longe tudo perto
Cada peito é um deserto
Não faz mal é carnaval!

Nova onda novo carnaval

Cada pílula uma viagem
Inventaram uma sacanagem
É  a mais sonora miragem
Não faz mal é temporal!

Nova onda novo temporal

Estamos na beira do abismo
Queremos o global cinismo
Todos vivem de fatalismo
É como um doente terminal!

Novo carro novo terminal

A guerra é uma nova festa
E agora o que nos resta
É o sol passando pela fresta
Não faz mal é o escambau!

Nova fala novo escambau

Como se falava há muitos anos
Quando haviam muitos planos
Mas na verdade nunca humanos
Não faz mal é carnaval!!!!!!

terça-feira, 20 de maio de 2014

Insaneana Brasileira Número 31 - Time Is Money

Times is money. Times is honey. Time is alone. Money is alone. E tudo mais que meu pequeno idioma puder captar. O idioma é pequeno e o coração mais ainda. O idioma é pequeno e o coração mais ainda e a vida a mais imprecisa das aventuras. O idioma é pequeno e o coração mais ainda e a vida a mais imprecisa das aventuras e as pessoas são tão burras. Escolhem aquilo que as mãos não podem pegar. Grandes coisas enquanto as pequenas alegrariam corações quais máquinas enferrujadas pelo tempo. Porque o tempo enferruja tudo e até distorce as cores. Eu o quero. Era o brinquedo novo e as imperfeições decorrentes do acidente no caminho. Em primeira estância é o que temos para hoje e não esqueçamos de que a felicidade nos move a rir sem motivo mas cantar sem cansaço. Que cansaço sinto agora e mal sei que amanhã quando for embora a falta que diziam que sentiriam faltou em todos os peitos e a tristeza que chamamos de vida continuará. Não sou triste porque meus sonhos saíram de uma caixa que não era a de Pandora. E os olhos se entortaram e cegaram por causa da luz. É estrada são quantas estrelas mais precisar. Tudo o que perdi e me era tão caro está esperando por mim nesse exato momento porque nada se perde só sai de frente aos olhos por alguns segundos que parecem o peso de mil edifícios. Eu queria e eu queria como um som bonito mas nada aconteceu. E os alfinetes furam as inexistentes carnes. E as sofregas peles ficam vazias de alheios carinhos. E nem quero mais nada do que queria. Times is money. Times is honey. Time is alone. Money is alone. My dear.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Insaneana Brasileira Número 30 - Pistas e Estradas

Eram dias. E a quentura das tardes faz tudo. E o que eu quero são sons mais sonoros da mais pura sofreguidão. É pouco tempo para tanto divertimento. E sinais de terra de grama de asfalto. Subidas e descidas ao som ambiente. É o que temos para hoje. E o agora é o nosso mestre. Já somos e somos e somos mais. Muito mais. Eu tiro fotos e publico em redes sociais. E ligações noturnas de declarações do mais puro amor. É a TV ligada e o riso solto e fácil. Não quero e dispenso cálculos esdrúxulos bem vindos de se ver mas com gosto demasiado amargo de sentir. Eu não erro palavras componho outras. E eu sou eu mesmo as tais regras feitas de um roubar quase louco. Comodamente deitado na minha rede vejo estrelas aos montes como a poeirinha fina dum dia bem quente. Sou em quem escreve com preguiça preguiçosa de incontáveis sonos. Sou eu quem grita aos quatro ventos palavras inaudíveis de pura aflição e gozo. E eu gozo em meio a tantas entrelinhas mais fáceis de se perceber. Não que não me embriague com goles maiores nem nuvens de fumaça maldosas amigáveis. É o incêndio do prédio e a nacional comoção. Eu sequencio longas frases de DNA. E desejo dar muitos tiros na escuridão. Eu sou o pássaro mudo que subiu nas estrelas galopou na simplicidade de quase tudo que aboliu em áureas escrituras. As cores foram só coincidentes e no mais nada há para se esperar. Em tons escuros fiz um luto alegre e no final da pista haveremos então de voltar. É a estrada é a estada é a estrada nem sempre fora das curvas. Eu faço quantas espirais quiser. E todas se materializam em poucos segundos. Eu sou o índio veloz de tênis de marca e casacos com nomes de bandas rebeldes. As horas perdidas na lição de casa sem lição. É o peixe fora d'água com muitas águas que caem das nuvens. Assim é se não lhe parece. São todas as coisas e alguma à mais. Eu sou solo na frente da grande multidão. O grito para o alto o punho fechado de intermináveis felicidades. São as cinco fases de uma lua de curvas safadas com bom gosto. A trombeta do arcanjo tocou em ritmo de jazz. E os quatro cavaleiros correram no primeiro páreo. Façam suas apostas senhores! Cuidado que eu xingo. E faço cara feia...

domingo, 18 de maio de 2014

Insaneana Brasileira Número 29 - Lábios Mortos

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Alterem-se as medidas de tempo e espaço. Até a exaustão. Bem. É só isso que tenho a declarar my dear. E como costumar inventar inventemos. Novas regras indecifráveis que devem ser obedecidas à risca. Mesmo com puro desconhecimento de causa. São todas as poesias do mundo ditas de uma vez com seus discretos versos de insônia e mais inocente malícia. Rios e rios de pedras preciosas e febres terçãs e quartãs e quintãs por assim dizer. Eu fui e fechei as janelas. Não entre mais incômoda luz. Eu não quero me ver mais no espelho e nem me conhecer. Basta eu ser o estranho de mim mesmo bandoleiro invasor soldado estrangeiro e mercenário. Basta um sorriso apenas do vulto estranho que me persegue na noite com sua lâmina refletindo os suspiros de noturnos postes. É complicado. E por isso o mais simples entre os possíveis. Durma bem o seu sono de injusto. E a consciência que tome a cicuta que restou no copo de Sócrates. Eu me orgulho de ser o que sou - nada. E também dos meus choros sejam justificados pela minha própria dor. Eu espetei meus dedos na roseira. E o sangue que molhou o chão era o meu mesmo. Nada devo. Minhas contas estão em dia. E sou um cidadão mais do que comum. E comuns são meus irados devaneios feitos de muita febre e estranheza. Três vezes realmente perdi os sentidos. Dois por causa de esquálidos leões e outros por um cobertor de água e um céu claro. Minha vida é um livro aberto mas o idioma que está escrito é deveras indecifrável. Gritem em praça pública. Tudo está certo e nada tem realmente razão. A felicidade é o travesti mais belo da pista. Estudos apropriados o dizem. Num novo código escrito em radiações interestelares. Bom dia sem café não é bom dia. Quem quiser que o entenda. Meus lábios estão mortos de tanto falar. Mesmo que ainda mais o digam...

Tudo Passa


Um dia foi a festa e o riso e o brinquedo
Foram nuvens douradas de qualquer estação
Depois veio até nós um grande medo
Que gelou no fundo do peito o coração
Vamos acabar com essa pirraça
Tudo passa... Tudo passa...

Um dia cada um sabia apenas sorrir

Todas as coisas tinham suas sete cores
Mas vimos nosso castelo apenas cair
E suas pedras nos trouxeram dores
Nesse jogo não há trapaça
Tudo passa... Tudo passa...

As flores que no jardim ontem brotavam

Estão murchas e espalhadas pelo chão
E o carinho que por nós mostravam
Agora é a apenas mais uma desilusão
E que o destino assim se faça
Tudo passa... Tudo passa...

Mas até a dor um dia vai embora

Cansou-se até de nos torturar
E ao desamor é chegada a hora
Talvez seja o tempo de reamar
E que nos embriague qual cachaça
Tudo passa... Tudo passa...

Ode ao Ódio


Ódio grande ódio diferente
Talvez ódio talvez razão
Ódio ativo ódio dormente
Que me magoa ao coração

Ódio ao movimentado tédio

Desta vida e sua destruição
Ódio do mal que é remédio
Que destrói toda a razão

Ódio odiado ódio odiado

Guerras sem nem compaixão
O desamor que tem marcado
Quem afinal é meu irmão?

Ódio à todas as caras bonitas

Ódio às roupas da estação
Às competições mais aflitas
Que nos montam o dia de cão

Ódio para todas as mentiras

Ódio aos fatos indo na contramão
Que fazem da vida apenas tiras
Sem rumo certo na escuridão

Ódio e mais ódio verdadeiro

Como se fosse uma lição
Perde quem chega primeiro
E o grande prêmio é a solidão


Ódio grande ódio diferente

Talvez ódio talvez razão
Ódio ativo ódio dormente
Que me magoa ao coração...

terça-feira, 13 de maio de 2014

Ilusão de Ética


A cela a pena a porta
O dinheiro é que importa
A vela o fogo a chama
Não vamos fazer drama
A mentira o cínico o sincero
Isso é apenas um bolero
O ciclo a fome e o cio
É quente e temos frio
Os dias os postes a postagem
São ritos de passagem
O fruto a fruta o pé de goiaba
Tudo demora e acaba
A praça a massa o preço
Tudo tem um endereço
O belo a ética a estética
É tudo coisa médica
O Pierrot o nada o Arlequim
Quase tudo tem seu fim
A testa a festa a tarde
São coisas de covarde
A lida a tida a vida
É uma figura invertida
O prêmio a prenda a esmola
É mais um tango na vitrola
O osso o dorso a carne de pescoço
Eu nunca fui bom moço
A estima a rima o clima
Não fode sai de cima
A névoa a nuvem o nevoeiro
Não sei tocar pandeiro
A semana a dama o samana
É tudo tão bacana
A perna a guerra eterna
É o mito da caverna
É chique é chilique é tique
Fizeram mais um trambique
A tragédia o drama a comédia
Voltamos à Idade Média
Os cães os pães as vans
Não temos mais as manhãs
A menina a esquina a sina
Não temos mais vacinas
A beira a feira a esteira
É tudo uma besteira
O teste me veste o oeste
Livrai-nos desta peste!!!!

domingo, 11 de maio de 2014

O Banquete dos Porcos


Está pronto o banquete
É comida pra cacete
É o traço é o treco
É a trava e o traveco
É o passo é o troço
É a praga e o pai-nosso
É a farda da moda
É a fada é a foda
É cada um instante
É a cana e o refrigerante
É a fama e a tragédia
É a lama e a comédia
Vamos ir ao teatro
Vamos cair de quatro
Vamos fazer macumba
O frevo a salsa a rumba
Estou demente
É raiva simplesmente
É o mais um enterro
A paz um novo erro
A piada da carpideira
A estrada de poeira
Eu não vi aquele cego
E a minha culpa eu nego
Foi apenas um cinismo
À beira do abismo
Estamos todos abismados
Há tiros por todos lados
Há testes de inteligência
A fome a febre e a dormência
Não é o que queremos
Nem vemos nem temos
O bolso está vazio
No calabouço um calafrio
Vamos velar o morto
Há velas além do porto
Há esteiras estendidas
Muitas asneiras muitas vidas
O celular o relógio de pulso
Cedemos ao impulso
Corremos ao encontro
E ponto e pronto
Sujamos nossa mão
A bossa a fossa a lei do Cão
Corram que é a bomba
Socorro a sombra assombra
E nós todos temos medo
De partir mais cedo
Partir fora de hora
É a partida é agora
O dado está viciado
Não olhe mais pro lado
Eu amo com maldade
Me chamo piedade
É justo é pura malícia
Pensar é caso de polícia
Não fale seja covarde
Agora é muito tarde
Pra escapar dessa comida
É a vida é a vida é a vida!

Propaganda


Compre tudo
Compre já
Fique mudo
Sem reclamar

A nova marca de sabonete

O novo sabor de refrigerante
Vamos cantar em falsete
Ganhamos o elefante

Compre agora

Compre já
Isso é da hora
Vai funcionar?

A nova garota uma bunda

A antiga nova moda
Uma paz tão profunda
Depois de cada foda

Compre isso

Compre já
É o seu compromisso
Nunca pensar

A nova banda canta bem

A nova droga deixa legal
Todavia contudo mas porém
Está chegando o carnaval

Compre logo

Compre já
Eu lhe rogo
Venha desperdiçar

O remédio nunca curou

Inventaram nova doença
Pelo plano que falhou
Essa é a recompensa

Compre bem

Compre já
Não há além
Vamos chorar

O rosto bonito engana

É tudo tão agradável
É um bom fim de semana
Num estado deplorável

Compre ali

Compre já
E eu nunca vi
O que vou venerar

O fogo não queima

O futebol nos redime
A vida é uma teima
E teimar é um crime

Compre lá 

Compre já
Comprar e comprar
Sem ao menos esperar

Compre já

Compre já...

Estou Vivo


Apesar de tudo estou vivo
E não encontro um só motivo
Porque talvez seja brincadeira
Viver de qualquer maneira
E sempre acordar assustado
Pois não sei quem está deitado
Bem aqui ao meu lado...

Apesar de tudo estou vivo

E não encontro um só motivo
Porque eu choro toda hora
Enquanto a fera me devora
Eu continuo sempre à andar
Mesmo sem sair do lugar
Como um barco sem mar...

Apesar de tudo estou vivo

E não encontro um só motivo
Porque já morreu meu jardim
E cada coisa tem o seu fim
E já espera a desesperança
A morte veio fazer sua dança
Que contagia e tudo alcança...

Apesar de tudo estou vivo

E sonhar é o único motivo...

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Medos


o sangue manchando as mãos
o sangue escorrendo nos vãos
é crime é flagrante delito
é um grito na noite é um grito
é um cantar mais aflito
é um cantar de pura aflição
e é um sim mas é um não
é como um ranger de dentes
som de enferrujadas correntes
é uma subversão dos fatos
é o passo furtivo dos ratos
é a aparição o ectoplasma
é o corredor e o fantasma
é a morte vindo mais cedo
é o medo é o medo é o medo
é nenhuma luz é capaz
de trazer de volta a paz
é a realidade sem ter cor
é o peito sentindo dor
e há perigos pela frente
e são reais e são da mente
são os pensamentos inermes
são os vermes e são os vermes
é uma silenciosa luta
é a puta é a puta é a puta
é o destino mais ingrato
é a doença e o assassinato
é a tara que não se exprime
é a cena intocada do crime
é a fumaça leva ao subir
é virar para a parede e dormir...

Vários Deles

era um espaço muito grande que não se podia imaginar muitos metros separando a realidade do sonho que apesar de tudo estavam colados um no outro e era assim tudo em várias portas em vários corredores que metiam medo o que havia atrás daquelas portas incontáveis segundos vividos em deleite e que não existem mais e recontamos todos os dias reticências à parte como é previsível todo e qualquer final eu sou o que sou e mais um pouco talvez o mais um pouco que não conheço e bondade e maldade andam juntas de braços dados eu franzo o cenho e sorrio com ares de maldito é a bebida que sobe ao cérebro enquanto desce pela garganta e não sabemos expressar de forma exata a nossa revolta ah bom que bom que você veio trazer toda sua culpa entre as delicadas e bem tratadas mãos o sangue está nelas mas nem reparamos porque vocês movem o mundo e são felizes resultados de dúbias previsões aí está o que aconteceu o resultado da aceleração do carro e do choque entre milhares de nuvens cobertas de aflição eu sei todos os detalhes mas não revelarei nenhum eu tenho todas as chaves no bolso mas faço a cara mais cínica do mundo e é por vocês eu mudo de idioma tantas vezes for para falar cada palavra e que não entendam absolutamente nada eu sou a alegria que chora e a brancura das flores da cicuta nascendo despreocupadamente em algum jardim por aí as flores em cima das campas estão quase vivas e a quase vida se torna mais perigosa que a vida em si toque a viola violeiro é tão óbvio o gosto da festa que chega a me enjoar cada história sensacional é o que dá certo e se assim não fosse perderia sua pretensão um mar revolto de muitas águas e muitos portos que não sabemos onde parar o que há são velhos ídolos com esquecidas venerações que andam claudicando sem pausa e com descobertas unânimes em que o homem fez o seu papel o papel do menestrel e do bobo de uma corte sem cortes e o carrasco chora uma lágrima abandonada este é o céu onde nunca existiram estrelas e faz um cobertor que abriga todas as mágoas lâmpadas acesas na noite de todo mundo...

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Insaneana Brasileira Número 28 - Velhos Jeans

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Hino nacional cantado em brancas fileiras. E a mente em branco também. Compra pai compra. Meu Deus quantas e quantas voltas girou o giro giratório dos dias. Porque os dias andam tontos tontinhos sem saber olhar a hora no relógio de pulso de tortuosos ponteiros. Aliás pelo que me consta medir coisas é parte da tragédia humana. Não há ciclos. Isto faz parte da tortura torturante de querer ficar olhando coisas em seus momentos de non sense. Tomando conta e fazendo pedidos absurdamente justos se não o porém de nada ter justiça nesse mundo. Façamos rimas e esperemos os barris de pólvora explodirem. Só haviam maçãs dentro deles. E isso faz parte do evoluir mesmo que em contra maré. O marinheiro é meu velho conhecido. Mas ao início voltemos. Inocentes olhos que olhavam coisas excessivamente simples demais. E eram de um colorido que beirava um azul tão bom de se expressar com chaves misteriosas de bom zelo. A chama se apagou e as velas entraram em greve. Abaixo o aumento da parafina em dólares e máfias afins. Os exércitos estavam de prontidão e mais nada. Não há luz no fim do túnel porque não há túnel. E é tão gratificante o óbvio sem calor algum. Eu acabei sendo o caçador sem notar o sangue em minhas mãos. E a cena do crime era como uma pintura famosa de um anônimo. E a velocidade é uma doença que faz seu capítulo sem intervalos nem falta de boa vontade. Demos venenos aos ratos e eles deveras gostaram. E bateram palmas e pediram bis. Era um entusiasmo só que nem poderíamos antever mesmo com aqueles binóculos da hora. Eu quero sentir carme ossos pele e a pressão da ternura mais precipitada possível. Precipitada como as bicicletas que não andei e eram duas e as paradas de circo ou os passeios que me fazem desmaiar sem equação resolvida nenhuma. A brincadeira de fim de ano me faz contente mas nostalgicamente falando a dor é melhor que o remédio. O tiro não sai pela culatra porque não existe arma. São bodoques e não atiradeiras. É tudo de cada vez. O coletivo individual em certas celas de fumaça. Quem diria que hoje não existe mais. Descanse em paz em visões fantasmagóricas e cada um no cada um eu que o diga. Artistas de supermercados reencarnam no tesão que não tive. É a campanha da própria Espanha em versos de um rebelde famoso que nunca fui eu. Queima e dói e ainda foi ontem. Somos o sorvete da propaganda e a ciranda perigosa na beira do abismo. E o livro antigo com figuras de época. Eu aproveitei e tomei um café e conferi as figurinhas que haviam no mapa. É o sensato radicalismo de caminhar claudicando apenas duzentos quilômetros de pés descalços sob um frio sol escaldante. Eu não sei o nome dele mas sou bem pequeno para saber tudo. Onde estão os brinquedos que me davam no posto de gasolina agora fechado. Eu usava naquela época uns velhos jeans que eram bem bonitos...

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Miragens


No meio do deserto
Fiz tão perto
Meu coração
Garoto esperto
Qual é o meu tesão?
Amigos de montão
São cores 
São imagens
São amores
Curtidas postagens
É tudo arrumado
Bem compartilhado
Qual é o meu tesão?
Só de ver fico excitado
O crime premeditado
Passou na televisão
São cores
São imagens
São dores
São sacanagens
Que fazemos de montão
Qual é o meu tesão?
Esculachei a mina
Na esquina
Traí o irmão
É ponto de vista
Se foi a conquista
Se foi traição
Sou só um igual
Acima de bem e mal
Sou Deus
São meus
Qual é o meu tesão?
Beber até vomitar
Ser covarde e não chorar
Eu caí de avião
Eu comi de pensão
É uma vantagem
Qualquer miragem
Que sacanagem
Qual é o meu tesão
Sim e não...

terça-feira, 6 de maio de 2014

Você Não Me Perguntou...

Você não me perguntou onde estavam os canhões que agora cheiram à morte e ameaçam encobrir aos céus. Eram céus tão azuis como palavras óbvias que saem de nossa boca à cada instante sem que o percebamos. 
Você não me perguntou onde estavam os sonhos agora despedaçados como se fossem rosas violadas. Eram rosas tão vermelhas como a face dos anjos que caíram no mais profundo abismo.
Você não me perguntou qual era a hora que chegou o amor de verdade. Verdade seja dita ele chegou como um ladrão que roubou todo o fôlego e que nos deixou falando palavras sem qualquer razão.
Você não me perguntou onde estava o menino que fugiu da vida como quem cavalga em brancas nuvens. Em brancas nuvens que se escureceram quando veio esse temporal malvado que matou as pipas e assassinou os balões.
Você não me perguntou onde anda a onda que parecia lasciva curva em muitos detalhes tão bons de se olhar. O olhar de inocente pecado que me arrastou durante anos e anos por dentro de páginas amareladas do livro da vida.
Você não me perguntou onde andam tantos mistérios que foram os mais claros que pudemos viver em bons dias. Eram bons dias em que planos de estados com conquistas mais inocentes povoavam nosso imaginário.
Você não me perguntou onde anda a escada solitário que já brincamos com os sustos do sozinho e do infinito. E o infinito tinha meu nome e cabia na minha mão mais pequena ainda.
Você não me perguntou sobre as fileiras enfileiradas em dias de um setembro tão longe e longe que me dá um vazio que dói. E a dor é esse companheira que às vezes incomoda e às vezes não porque o costume já fez a escuridão ser nítido caminho.
Você não me perguntou sobre entradas e bandeiras e sobre as aventuras deste lobo marginal que vive fora do bando por culpa própria e risco. Riscos riscavam o céu em dança cuja coreografia era o próprio corpo e mais nada além dele.
Você não me perguntou onde estava o cântaro cheio de idéias que perseguiam o caminhante e seu caminho e ainda abafava como o céu antes da chuva. Era a chuva a minha inimiga lealmente declarada que povoava de medo as promessas de passeio.
Você não me perguntou quem eu era... Nem o que eu fazia ali naquele momento... Nem quanto tempo tinha para lhe ofertar... Nem se eu era a vida ou a morte... Nem quantos cigarros eu fumava por dia... Ou se era tudo tão cruel para se viver mais... Você não me perguntou.

domingo, 4 de maio de 2014

Uma Ilha

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Eu, você, todos nós, uma ilha, uma triste ilha. Onde os sonhos começam e acabam...
Milhas e milhas dentro do mar e nenhum porto para atracar... Assim foi, assim é, assim será...
E se há sol ou se há chuva, tempestades bravias ou dias de calmaria, é tudo a mesma coisa...
Somos grandes estranhos que perambulam por ruas cheias de poeira que não sabemos nem o nome...
Eu, você, todos nós, uma ilha, uma triste ilha. Como a que o menino desenhou um dia...
E há diálogos que são monólogos no dia-a-dia. E incompreensões que só fazem chorar. Nada foi como o previsto...
E tudo que eu queria te falar foi num idioma há muito esquecido. Que nem eu mesmo sei ler ou escrever...
E por um segundo à mais ou à menos a casa caiu e os sonhos fugiram pra bem longe...
Eu, você, todos nós, um triste ilha. Como a boneca velha que uma menina embalou...
São passos marcados e indecisos. Aqueles que damos sem perceber onde vamos parar. Mas que temos que ir, isso sim, temos...
Ontem foi o dia que mais nos marcou. Hoje é o desespero como uma sombra que nos persegue onde quer que vamos. Amanhã é uma fábula moderna de terror...
Eu mal posso respirar, mas sinto um cheiro no ar. São dias cinzas de luta entre os homens. É a manchete falando a verdade finalmente...
Eu, você, todos nós, uma triste ilha. Morrer ou não. É a mesma coisa que ficar na solidão...

sábado, 3 de maio de 2014

A Massa


A massa amassa a massa...

A massa sabe de tudo

A massa resolve qualquer questão
A massa é a senhora do descuido
A massa abomina toda razão

A massa foi amassada pela massa...


A massa tem conhecimento

A massa nunca teve coração
A massa é que faz o linchamento
A massa que também é multidão

Pela massa a massa foi amassada...


A massa não gosta de escola

A massa só sabe dizer não
A massa é humilde pede esmola
A massa cria ratos lá no porão

Amassada a massa foi pela massa...


A massa todo ano faz carnaval

A massa chora de tanta emoção
A massa faz o bem e faz o mal
A massa só usa roupas da estação

Foi a massa amassada pela massa...


A massa tudo vê e nada entende

A massa vive sob a escravidão
A massa é honesta e se vende
A massa se vende à prestação

E a massa como massa foi amassada...

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Eu de Mim


Eu de mim nada sei
E alguém ao menos saberá?
Brinquei de ser rei
De terras que estão lá
Chorei dores que suportei
Ninguém por mim chorará

Eu de mim tudo sei

Do teu amor à me torturar
Pesadelos vi e verei
Até não mais aguentar
E os meus olhos fecharei
Pra nunca mais acordar

Eu de mim algo sei

Mas nunca vou me decifrar
Meus brinquedos brinquei
Até cada um quebrar
Nenhum deles consertei
Pois não dá pra consertar

Eu de mim saberei

Quando a peça se acabar
As luzes eu mesmo apaguei
Não precisa ninguém apagar
E no meu lugar assim estarei
É onde sempre foi meu lar...

Insaneana Brasileira Número 27 - Impossíveis Impossibilidades

É como uma dança que não sabemos os passos. Mas é hoje o dia da apresentação. Ah! Em que jardins de sonhos perdemos tantas flores sem encontrá-las de volta? Eram braçadas e mais braçadas de margaridas e lírios. Mas tudo morreu.
É como um script que não decoramos. Chegou a hora da apresentação e mãos trêmulas procuram bolsos inexistentes para ter o que fazer. Não haverão palmas de pé e sim vaias debochadas. É o fracasso quem escreveu este drama. Um barco que se perdeu numa noite escura de tempestade.
É como o amor que não tivemos. Foi o beijo que não veio em nossa boca. A saliva que desconhecemos seu gosto morno e cheio de cores. Sim. Meus caros senhores. O gosto das coisas tem suas cores e preto-e-branco é a cor de quem vive a solitude. E quantas vezes te vi passar e meus olhos doeram. Porque o choro sempre dói.
É como a vitória que não alcançamos. São os décimos de segundo faltados. E a dor da perda do brinquedo que mais gostamos. É o sétimo sentido trazendo o medo de fatais convulsões. São os verões em que o frio chegou. E os passeios foram dentro de casa.
É como o amigo que nos traiu. O coração explodiu como um bomba que nas mãos do menino queimou seus dedos. É o perigo de insuspeitas máscaras. É a voz que mudou de tom. A caixa de Pandora foi aberta. E esquecemos onde está a chave. 
É como o rio de nossas veias queimando e queimando. Um rio de chamas e a boca quieta. As figuras forçadas e os sons confundidos. Não queremos esta covardia. Não queremos ser os pacientes deste grande hospício de normalidades infundadas. Somos livres mesmo que os deuses do mundo nos façam mal. 
É o carro na contramão. É  a festa que continua apesar do luto. É a vista turvando. É o cigarro queimando no cinzeiro. É o resto de bebida no copo. É a tua inocência que nunca existiu. São os fados de sotaque indecifrável. É o tédio de minutos contados em aflição. É o termômetro subindo. São as janelas fechadas para o dia. O ouro brilhando em distantes vitrines. E tudo aquilo que eu queria ser ou ter...

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Frio

Resultado de imagem para menino na chuva
Eram manhãs comuns
Mas não o eram
Era um frio de quase morte
Em que a única coisa quente
Era a lágrima que escorria
Bem lentamente do meu rosto triste
Ruas sujas de barro na memória
E a dor de cada toque mais forte
Onde está o sol?
Por onde anda a luz?
Até o mar era uma casa aborrecida
Onde mistérios nadavam em sal
Eis o que tenho - tristeza
Assim como todos que tiveram
Seus sonhos roubados um à um
Maravilha das maravilhas
Trazer um coração que ainda sente
Depois de tudo o que aconteceu
Cuidado com os degraus
Não subam muito rápido a escada
E nem olhem para baixo
Tudo mudou para o óbvio
E agora estão todos mortos
Ou fora do alcance dos olhos
Que vem a ser a mesma coisa
São as mesmas coisas que perambulam
Vadias em novas ruas sempre velhas
É o vôo e é o tombo de cara
Num chão que ficou cada vez mais perto
São versos tímidos e indecisos
Mas belos como eu nunca fiz
Doem as pernas e doem os braços
Mas já gastei minha parcela de chorar
Papai vamos dar uma volta no ford?
Mamãe conte de novo as bonitas histórias
Pra eu pensar que sou feliz...

Come Na Cuia

Comê na cuia Comê na tuia Comê na nuia Experimente o berimbau catreiro Em todas as noites de pé de sapo! Paca tatu Paca tutu Paca Dudu Apert...