quarta-feira, 30 de abril de 2014

Insaneana Brasileira Número 26 - Brazilis Idade Ainda

Não contesto. Que sou o resto. Funesto. Indigesto. Desonesto. Mas quem diria. Que é o dia. A minha alegria. Desceu pela pia. De ver tanta covardia. É pirado. O errado. O estado. As coisas como estão. Sim e não. Não e sim. Ai de mim. O pirão. O clarão. Que ninguém nota. A marmota. A lorota. A xoxota. Meu irmão. A boa. A cara de broa. A outra pessoa. E tudo destoa. E é o muro. Adeus meu futuro. Tá tudo escuro. Tá tudo puro. Somos inocentes. Ai ai meus dentes. Morderam correntes. E indigentes. Choramos os erros. E os próprios enterros. Lá pelo aterro. Enquanto erro. Eu dou mais um berro. São apenas sons modificados. E os homens mortificados. São assalariados. Julgados e culpados. Num tribunal sem juiz. Fui que quis. A meretriz. O Assis. Pra ser feliz. Rimas baratas. São tantas Renatas. Tenho mais dez pratas. As outra trinta estavam no bolso. Foi aquele alvoroço. Eu era um bom moço. E me comportava na hora do almoço. Mas caí no poço. Peguei um avião. Foi tão bom. Mas não tão. Saltei naquela estação. Era a errada. Ó minha amada. Não deu em nada. Foi só furada. E deu enredo. Era o próprio medo. Fazendo segredo. E vindo mais cedo. E foi engano. Mas desumano. Eu sou suburbano. Entrei pelo cano. Vem ano e saio. Um rito profano. Sou um realista. Fora da pista. Capa de revista. Vou no analista. Seu porco fascista. Com tantas faces. São mero disfarces. E tantos impasses. Vendemos os passes. São meros dramas. Calçadas das famas. Calçadas com lama. Subi pelas paredes. Revi as minhas sedes. As frutas estão verdes. Ninguém me entende. Tudo se vende. O inimigo se rende. Não contesto. Que sou o resto. Funesto. Indigesto. Desonesto. Mas quem diria. Que é o dia...

Insaneana Brasileira Número 25 - Brazilis Idade


Eu tenho nas veias o consumo e o medo. As gírias bem mais colocadas da moda. Nem mesmo sei o que falo. Mas isso pouco me importa. Viva o café servido em copos de geleia de mocotó. E as notícias saboreadas como quem vê um filme em preto-e-branco. Viva a tela colorida que me dita as regras. Que fazem de mim um bom menino. Mesmo que com o sabor da gramática assassinada em uma emboscada perigosa no morro. Eu tenho na cara a falta de tempo e os celulares mais bem transados. E na internet faço os meus caprichos. É a fórmula mágica que caiu do bolso do alquimista. Viva o samba. E a bunda da mulata que deve pesar quilômetros de busca num dicionário de bolso. É o fogo fosfórico subindo da tumba de jovens assassinados pelo dia-a-dia que fez isso para espantar seu tédio. Cliente VIP. It's a very nice. Very good. É bola de gude. Falta d'água no açude. Eu fiz o que pude. Fique aí nude. Com os pentelhos fartos no meio das pernas e os grandes seios de madona caídos bem na minha cara. Vamos que vamos porque o tranco dá para pegar. Ladeira acima e depois ladeira abaixo. Minha sede alcoólica beira à marciana em explorações espaciais comandadas pela NASA. Acabou o vinho e o multiplicador estava de folga. Deus tirou férias e o cara que veio no lugar dele é simplesmente foda. Bate cartão de ponto religiosamente em versos brancos e sonetos camonianos de um português para lá de casto. Eu nem sei subir em muros e quando falo em político gaguejo que nem Renan escutando jingles novos que passaram no intervalo do jogo. Não faça cara feia. Eu já te comi e foi bom. E é um canto ao canto da mais inocente putaria do nosso século. É o macarrão instantâneo comido que nem biscoito nas madrugadas em que os pés somem sob um frio tropical. Chore por nada. E em nada colocamos todos os nossos palpites e fazemos todas as nossas apostas. Eu escolhi letra por letra. Somos robôs de carne e osso e uma dose cavalar de covardia assumida. Como ficou bom o pudim da sobremesa e o meu sono depois de tanto correr. Viva todas as tribos. E duas em especial - a que não entende nada e a que nada entende. Pegue o skate e caia fora. O jogo começou e há tiros e rosas para todos os lados. E certamente as rosas são mais perigosas ainda. Olhe o new look. Pintei os cabelos de cor laranja metálica para ter mais vitamina C em minha dieta. A minha dieta é rica. Tem conta num banco suíço e faz compras de quinze em quinze dias no Paraguai. Viaja de ônibus e tem tesão de mijo. O ônibus é espacial. Vamos para qualquer lugar menos para aqui. Eu sou um astro. E meus pés flutuam à quase um metro do chão. É o meu DNA que funciona às avessas e não me pareço com parente nenhum por parte de pai ou mãe. Sou carioca porra e cuidado comigo porque tenho uma faca entre os dentes que nem o pirata da perna de pau do olho de vidro da cara de mau. Eu sou mau como um anjo e gentil como o devil do seriado da TV por assinatura que sintoniza em um só canal. Bom dia. Tem um minutinho para escutar a besteira nova? Paranoia é uma pinoia. Se brochar na hora caio de boca e tudo certo. Que ela goze de escorrer entre as coxas cheias de belas manchas que faltaram o polvilho. Eu conheço todas as marcas e os comerciais antigos são velhos amigos que morreram de congestão. Está no pique. No alambique. Fiz um trambique. Deu um chilique. Multicolorido e bem chique. Bem chique mesmo. Chega a ser chiqueiro. Santo Bacon abençoai nossas veias e nosso volume de cintura. É o que queremos. Já chega. Brazil é Brasil...

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Insaneana Brasileira Número 24 - Só Segundo A.G.

Só. Entre grandes feridas abertas dum tempo não tão bom. Só. Entre lágrimas escorridas lentamente duma oportunidade inoportunamente perdida. Dois segundos acabam com o sonho. Só. Entre ratos e urubus fantasiados de gentis-homens da nossa alta sociedade burguesa e falsa moralistas. São os moluscos agarrados em suas pedras. Só. Os ventos mudam de direção à cada suspiro que exagerou em sua própria morte. E fadados aos erros os sábios gargalham sem motivo plausível algum. O bom-senso pulou amarelinha e teve um incidente fatal. Há fantasmas no porão e no sótão:  é só escolher o que será o prato do dia. A tosse aumenta à proporção que a fumaça entra pelas narinas. E as reclamações manifestam-se debalde em protestos modistas. É tempo de chorar em largos passos e fazer bolhas de sabão artisticamente desenhadas em superfícies curvamente planas de papel laminado. Só. É tempo de pegarmos nossas bíblias de bolso e descobrirmos a nova maldição que vem por aí. Nada se confessa perante o flagrante peso da leveza das manhãs com olhos semicerrados. Ainda há sono e muito sono guardado de noites de convulsão e gratas surpresas. Elas querem é gozar. Façam isto por elas. E a herança do vazio virá no tempo certo. É algum dia e nada mais. Só. São palavras dificultosas que fazem o novo grego de velhos homens. E por mais que pensemos em respostas razoáveis é ao insólito que prestaremos o novo culto em altares de papel ou de chips. É o novo que vem disfarçando suas rugas e tramas. São as contas atrasadas que provocaram a taquicardia das coisas desnecessárias. Só. Com o câncer recomendado pelos médicos em caso de naufrágio de barquinhos de papel. É o réu que assinou sua confissão em branco. E são os atos humanamente idiotas como o resto da espécie. Tudo segue a mesma estrada. E que vai dar? Vai dar em claros labirintos sem minotauros e sem rastros na areia lavada da chuva. Pequenos rios formados pelas chuvas em solitárias ruas de barro. E haja adjetivos para o tempo que passou sorrateiro. Só. Não eram claros os teus olhos mas eram bonitos. E teu sorriso dava fome como se o tesão viesse no canto da boca. Era tudo. E me arrebento do grito que engoli me sufocando como em mais outras vezes. Ocus pocus abracadabra pelo de cabra. É a mágica do sininho de cabrito que zombava em belos sons. Não sabemos dizer se partiu ou ficou. Só. A. G. E nada mais...

domingo, 27 de abril de 2014

A Casa (Pequeno Poema, Pequeno Sonho)

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A casa ficava no escuro
Por entre muros...
E tínhamos sedes
Entre suas paredes...
A casa ficou lá trás
E não voltará mais...
Era a vida era a razão
Que há em meu coração...
Era o tempo sem mal
Era o canto do bacurau...
Era a dor e o susto
À todo custo...
Era só vida e morte
Era minha sorte...
A casa também voava
Quando eu delirava...
Era a monotonia da emoção
Chegou a TV no caminhão...
Sobre ela também chovia
Dias longos em que dormia...
Supostos versos em que a rima
Surgia e pintava o clima...
A casa foi embora
Um barco que chega a hora...
A casa foi embora...
A casa foi embora...
A casa foi embora...

sábado, 26 de abril de 2014

Insaneana Brasileira Número 23 - Finalmente


Finalmente. Veio a loucura. Fiquei demente. Finalmente. Era um amor. E era serpente. Finalmente. De tão covarde. Virei valente. Finalmente. Esperei a tarde. Fiquei doente. Finalmente. Fiquei sozinho. Não tem parente. Finalmente. Isso é dor. É o que se sente. Finalmente. Eu não vi nada. Faltou a lente. Finalmente. Partiu a amada. Fiquei carente. Finalmente. Eu quero teu corpo. É muito caliente. Finalmente. Eu quero um gosto. Bem aguardente. Finalmente. São tantas coisas. E tudo é evidente. Finalmente. E antos cálculos. Sem ter expoente. Finalmente. O coração pede. E a alma sente. Finalmente. Caiu a chuva. Sobre a semente. Finalmente. É tanta teoria. Cada vertente. Finalmente. Estou sóbrio. Num barato diferente. Finalmente. É tudo sol. Um sol poente. Finalmente. Em cada um poema. A sua vertente. Finalmente. Estamos na missa. De corpo presente. Finalmente. Um antigo canalha. É um pai decente. Finalmente. Cada sonho. Uma dívida pendente. Finalmente. É estrada final. É tempo quente. Finalmente. É final de mente. E a mente só mente...

Insaneana Brasileira Número 22 - Histórias Sem Fim

Intermináveis corredores de infinita escola. E números e letras embaralhados em frente aos óculos. Em número e em gênero e em grau. Qual a resposta final para tantos enigmas. O progresso me fez tremer de frio e as concepções dificultaram meu triste caminho. É delirar sempre a meta e a febre incomoda e cega mais de uma vez. Janelas e portas cerradas e todas as luzes apagadas. Antes que eu pudesse falar coisa alguma. É triste muito triste mesmo quando se pensa. E se tenta ser o mais certo. Pequenas fogueiras acesas em círculo e eu adoro. Eu ainda tomo vários cafés e compenso minha falta de sonos com vôos noturnos nas costas de uma coruja. E sei histórias que tristemente não acabaram. Era uma vez ou eram duas ou ainda quantas cansar de contar. Eu ainda te amo como amei sempre e eternamente. Um gosto amargo na boca confirma. Que eu era bom e o mais mau entre todos. É a explicação plausíveis para todas as equações que não fiz. É inglês e eu não entendo nada. A culpa nunca foi minha apesar de ser autor de todas as questões. Capas de toalhas e pulos pelo infinito. A morte é a única coisa viva em que podemos tocar com dedos indecisos. E isso foi muito bom. Veio em boa hora apesar dos segundos que perdi indeciso de mais um qualquer passo. Era assim e assim era. E fantasio coisas que nunca mais terei vista. Não me amole e nem tire sarro da minha cara. Eu ando em ruas em dias de chuva e assim mesmo avanço. Eram azuis as notas e a compreensão de todos os fatos um grande fiasco. Uma grande mentira contada com requintes de sã crueldade. Porque tudo é um grande quebra-cabeças de milhares de pedaços faltando e que colocamos felizes no tapete da sala inexistente. Era tudo tão simples e no entanto falharam as coisas que deveriam acontecer. Um brinde à nós mesmos e à todas boas idéias que morreram no primeiro respirar. Um brinde às inexistências presentes num ar bem pesado que fez mágicas e leu a mão qual a cigana bonita. A esteira está estendida esperando quem deite nela e feche os olhos silenciosamente. Viraremos números e frases de efeito e mais nada. Satisfação garantida ou seu dinheiro de volta. O tesão corrompido voltou à moda depois de tantas cerimônias de purificação. Errar o tiro é que é normal e acertar na mosca foi apenas o erro do erro. As imagens se mexem e não se engane com isso. É apenas fruto dos horários agendados numa agenda que acabou de sumir. Erga as mãos para o céu e não fale mais nada. As orações são hipócritas demais e a santidade é paga com boleta bancária. Vocês assinaram sua sentença e nem sabem disso. Tudo está perdoado desde a cena do crime mas não devemos exagerar nos risos que brotam. É água a água que me fizeram sangrar. Mortos não sangram e nem possuem mágoas lá na gaveta de cima. A separação foi amigável e o cachorro da família ficou com todos os bens. Eram bichos e plantas e começos sem enredo algum. Eu quero a maravilha do século e o dragão que enfeite o jardim. É de mim que falaram e mesmo assim não tiveram coragem de falar na minha cara. Vocês são dignos de pena...

Teoria do Caos


No começo era o começo
E o começo era aquilo que é
De verbos sem endereço
E a bola rolando no pé
Num pé de laranja lima
Num pé de vento audaz
E as mudanças do clima
Me faziam da cor lilás
E do lilás nasceu o luto
E do luto nasceu a questão
De como pode ser bruto
O mais nobre coração
No começa já era cansado
Já velho por natureza
E a rima já tinha marcado
A mais certa incerteza
Vamos ver o comercial
Na intimidade da praça
Um anjo cara de pau
Vem trazendo a cachaça
Escravos voluntários
Voam zunindo em bando
Só há um e são vários
É a canção de Orlando
É a canção sem os dentes
E a canção sem leitura
Os macacos meus parentes
Num sol da noite escura
Eu rio quando sou barro
Eu rio até sem entender
A lida é um grande sarro
No mercado vamos vender
Eu xingo em esperanto
Eu durmo enquanto vigio
Eu rio de tanto pranto
Toda vez que estou no cio
Ora veja ora essa ora bolas
Eu já virei um encantado
Me dê todas as esmolas
Eu acho muito engraçado
Eu não sou contraditório
Sempre fui contradição
A terra é meu escritório
O mundo é minha nação
A natureza é natural
Guarde consigo o segredo
E a noite tem o bacurau
Mamãe socorre tenho medo
A espiralada sempre espiral
Vai tomando proporção
Em agosto tem carnaval
Só depende da promoção
É ver o peso sem o peso
Assim caminha a humanidade
Eu até fiquei surpreso
Quando soube a minha idade
Ponto final ponto final
Até a próxima parada
Bacanal bacanal bacanal
E mais nada mais nada!

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Insaneana Brasileira Número 21 - É Tudo Um Minuto

É tudo um minuto milimetricamente medido em frases curtas que podem fazer bem ou não. Dependendo de quem faz o desenho. Hoje estava na rua como em quantas e tantas vezes e me entristeci. Tudo é igual em doses duplas. A ambição endurece os dedos e trazem mais dor do que o comum. Cidadãos comuns em sua rotina desesperadora. A garrafa sem fundo que um menino com tiques orientais bolou em seus planos bélicos. Um poço de águas perigosas que me fez chorar. Nem pensem nisso. Aboli todas as regras e de hoje em diante serei mais feliz do que nunca fui. Porque o deboche entrou em minhas veias endurecidas e me fez o verdadeiro dono das ruas. É parte do show e nisso sabemos plenamente. Sem prêmios ou coroa de louros andam os heróis. E em quadros óbvios sabemos tudo que a mão pode alcançar. Modéstia à parte tudo é assim. Um signo de cores esvoaçantes em que nada mais acontece do que o imprevisto. Surpresa é o prato do dia. Surpresa é o nome do novo game que acaba logo depois do começo. É nosso o carnaval fora de época. E o laudo adulterado de qualquer crime que virou folhetim em breves discursos de loucos mais letrados. Parem as engrenagens. É hora do almoço de meia em meia hora e ainda sentimos fome. Palitamos os dentes cheios de idéias sutis como o meu amor por todas as mulheres belas do mundo. Eu me transformo em lobisomem nas tardes de quarta-feira exatamente na hora do chá. E encho de luz as folhas molhadas da chuva passada. Sou inteligente suficientemente para me achar um idiota. E guardar minhas mancadas num museu de grandes lembranças. São as vitrines que fazem girar minha cabeça. Os lançamentos me dão tesão. E a nova meretriz da praça é uma impressora em 3d que produz estilingues de alta precisão que podem atingir o sol. Nunca fui um bom escritor. Anoto apenas fiapos de coisas em pequenos blocos de fabricação caseira desprovidos de qualquer culpa ou estilo brilhante e inteligente. Eu mudo mais de idéias do que um paciente bipolar que ama folia e detesta carnaval. Só gostou de um em que o menino agora morto ria sob a máscara e era tão bom a visão lá de cima de um mar noturno. O primeiro beijo e as primeiras malícias duraram quando muito um minuto...

Caminhos

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São muitos estes caminhos
E essa é a grande questão
Em uns vamos sozinhos
Em outros vamos na contramão
Uns são cheios de espinhos
Outros cheios de escuridão
E alguns achamos carinhos
Em outros só há podridão
Em uns há muitos vinhos
Tudo é só comemoração
Em alguns só desalinhos
Outros drogas e desilusão
Há o bom dia dos vizinhos
E outro há extrema-unção
Temos cantos de passarinhos
Temos a moda da estação
Voam no ar insetos daninhos
Ecoa no ar uma oração
Fazemos nossos barulhinhos
Seja pra sempre a canção
São muitos estes caminhos
E essa é a grande questão
Em uns vamos sozinhos
Em outros vamos na contramão...

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Insaneana Brasileira Número 20 - A Emoção Segundo Quem Nunca Mais Eu Vi

Em ruas e em ruas e em ruas. Não adianta mais te seguir e nem te encontrar. Sou louco e sou louco e sou louco em dietas da moda e versos esganados num lugar longínquo sem descansantes sombras de árvores boas. Falar do que já passou é amaldiçoar a própria alma por erros que foram imediatamente perdoados. Um copo e mais um copo e mais um copo enquanto os dentes rangem religiosamente com a dor de profecias baratas mais do que um maço de cigarros de baixa qualidade. Viva a probabilidade mais improvável em todos esses anos nessa carreira louca que deu em nada. Eu contratei uma carpideira para animar essa festa onde os ossos já foram enterrados logo de entrada. Cerveja e cerveja e cerveja até cair no chão e achar graça de ter sido a vítima de mais um solitário holocausto moderno. Não foi a guerra que nos fez chorar. Foi a paz de dias falsos onde tudo que se entende é que deveríamos sair de cena antes do tempo. Eu quebrei as regras e todas elas não choraram na minha despedida. O que se foi é o que realmente ficou e os barcos que içaram suas velas sumiram num horizonte vadio. E como é vadio o meu amor e como minha dor é parceira de intermináveis jogos de azar. Sim e sim e sim. O sim também diz não quando acorda de pé esquerdo e a ressaca de viver a noite passada. Todos os opostos contribuem para que o maquinário do relógio funcione e que eu posso gritar mesmo sem dor alguma. Era uma vez e era uma vez e era uma vez. E todos os segredos já foram publicados que o menino sem esperança vende na próxima esquina. Eu tateio pobre no escuro de mim mesmo. Os meus olhos mudaram de cor e entortaram pra fazerem parte de uma história engraçada sem graça nenhuma. As penas do cocar do cacique ainda estão manchadas com o sangue dos pássaros e ele quer outras ainda mais bonitas. Eu perdi a minha senha e meu desespero veio à flor da pele como num sucesso de bilheteria. Sacuda os quadris e rebole a bunda e me mostre os peitos como deve ser cada inocente putaria. Como é sexy teu sexo que me trouxe somente sofreguidão. Porque sou invulgarmente comum como quem fala aforismas num bar qualquer de bairro pobre. Eu não tenho defeitos eles que são meus donos. E se um andarilho tem todas as suas vantagens. Eu tive medo um dia e ele passou um pouco depois que descobri que nada na verdade tenho à perder...

Toda Ciência

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As balas perdidas não se perdem tanto
Encontram resistências não tão resistentes
E acabam acabando com os sonhos muitos
Pequenos ou não medíocres que sejam
Mas ninguém os poderia julgar

As novas notícias falam de velhas coisas

Do cheiro de pólvora que invade o ar
As novas guerras vestem velhas fantasias
E os homens estudam cada vez mais
Para entenderem pouco coisa ou nada

Há muito usamos apenas uniformes

E cada um com suas tribos e cores
E suas novas pílulas coloridas e venenosas
É tudo que queremos mesmo forçadamente
Passem respeitosamente pelas vitrines

É um suor frio esse que escorre do rosto

O relógio é o inimigo que crava suas presas
Na carne frágil que recebemos de herança
E as novas lendas surgem fora dos livros
Porque não temos mais necessidade de sonhar

Seja igual a tudo que é diferentemente igual

E guarde seus sonhos numa gaveta empoeirada
E assim tipo quem perde sem querer
Esqueça a chave num canto aí qualquer 
Porque eles são perigosos demais

Essa tecnologia está velha demais

Essa surpresa já passou da tela
E até as novidades crescem aleijadamente
Com seu abismo aguardando o pulo
Que não fere de forma alguma mas mata

Novos carnavais e velhas fantasias

Novos suingues baianos em acordes eletrônicos
São as receitas mais chiques que podemos fazer
A maratona de andar sem usar as pernas
E não se sufocar às mais duras penas

É o elemento surpresa que já esperamos

Com um cigarro aceso descansando no cinzeiro
Enquanto a fumaça rebelde foge aflita
Para um céu menos azul que não se vê
E que não importa mais do que brancos tetos

Os palhaços não fazem mais rir e sim chorar

Enquanto falam ditos mais chulos para a platéia
Que discutem sua moralidade em roupas sumárias
Porque medidas matemáticas agora importam mais
Do que versos parnasianos mais bem inspirados

Não percam o evento do ano mais casual 

Em um segundo se perde todo o valor 
E apenas um detalhe acaba com toda a graça
E a imortalidade de um vídeo bem visitado
Morre e morre sempre no seu próprio berço

Não adianta sequer qualquer um aviso

E as palavras são embaralhadas fora do dicionário
Eterna contradição feito um soco direto na cara
E o dedo do meio para filósofos bem intencionados
Que até falavam de coisas mais alegres de vez 

Eu tranquei a porta com muito cuidado

E guardei a ternura com todo zelo possível
E estou longe do deboche dos homens comuns
Que andam por todos os lados procurando
Até aquilo que nunca souberam o que é...

Na Dança! A Dança!


Ah minha amada! No nosso caso
O que morre primeiro é a esperança!
Vamos rir com a tristeza sem motivo
Vamos rir igual feito criança!

E ao contrário do que se pensa

Se corre mais e menos se alcança!
Vamos andando mais depressa
É a tempestade depois da bonança!

E os nossos beijos mais ardentes

Foram os cálculos de uma andança!
Desculpe se não sou mais o que era
É porque não é só a alma que cansa!

Temos segredos de estado

Mais ninguém pode dar segurança!
Eu pensei que era até feliz
Mas a fera nunca foi mansa!

Os fogos explodem no ar

A vida é uma grande festança!
Eu sonhei com tanta coisa
Mas a maré agora avança!

A minha amada! No nosso caso

O que morre primeiro esperança!
Vivamos então mais cinicamente
Porque tudo é só uma dança!

Eu Tive Medo da Tempestade

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Eram dias que se passaram
Em tempos sem mais idade
Velhas canções que cantaram
E eu tive medo da tempestade...

Eram fatos que aconteceram

Foram em dias sem maldade
Os dias que anoiteceram
Mas eu tive medo da tempestade...

Eram apenas os momentos

Que clareavam a cidade
Como fossem sentimentos
Como eu tive medo da tempestade...

Eram apenas o velho choro

Acabou minha mocidade
Acabou também o namoro
E eu tive medo da tempestade...

terça-feira, 22 de abril de 2014

Quase Desenhos


Quais são os cantos? Os quatro cantos do destino em linhas negras no fundo branco do papel. Eram dias e só isso. Tal qual os sons mortos que andavam vadios por aí de vez em quando. Eu ainda posso ouvi-los quando a tecnologia me permite. E isso magoa sem perceber. E as desenhos também. Isso magoa sem sentirmos e a mágoa atravessa desertos de areias escaldantes. Era uma vez uma era. Em que dragões de cores indeterminadas sobrevoam minha cabeça. E São Jorge tem um bigode fino que nem um malandro carioca... Era uma vez artistas autografando a pele da última moda que não passará já passando. Vale o que está escrito. Vale o que está descrito. Vale o que foi conscrito. Em decisões financeiras de alto valor social. De qualquer maneira a faceira beira é a primeira. E eu gosto de trocadilhos insanos que nem parecem ser o que mas o são. Dispense uma pontuação pontilhada de obviedades estilo bom rapaz. E eu sempre fui um bom moço até quando fazia mais maldades e meu sorriso era mais puro que os anjos andando de sandálias na procissão do Senhor Enganado. Me maldigam! Eu gastei todo papel fazendo meu papel... Eu até gosto de palavras bonitas e complicadas se estourarem a champanhe fora de época. Não era o líquido e era a taça. O encanto da taça. O vidro da taça que se quebrava como qualquer outro. Os cacos juntos num cantinho com ou sem brilho casual. Na verdade eu não faço textos e sim tramo solitárias rebeliões que terminam como um orgasmo desejado de desesperança. Não há motivos e mesmo a insistência insiste em insistir. É tão chique ficar quieto e impassivo no meio da tempestade. Ser normal como se isso servisse para alguma coisa fora a aparência. Não fume. Não beba. Não corra. Não pise na grama. E nem olhe para os lados. Ver pode ser muito perigoso. E o perigo é quase sempre perigoso se não for a pedida da estação. É o choque na tomada. E o pulo de asa delta de cima da laje. Como envelheceram as meninas de ontem. Mesmo que insistam no sorriso inocente que nunca tiveram. São vários tons e tons permitidos. Mas o sorriso da verdade sobe em todos os muros e derruba quaisquer paredes e implode prédios e pontes. Eu também cliquei fotos e ainda clico de vez em sempre. A imobilização eterna de algo que pode ter sido bom. Muito riso e pouco siso. Mas que se danem os réquiens. Skates e patins podem ser eternos. E as bikes funcionam como rotações planetárias. Os deuses modernos usam tênis e são bem comportados como a rebeldia de seu tempo determina. Nem eu sei o que falo e de que tribo distante eu vim. Só sei que eram muitos e muitos mesmos. Eram todo um caderno que eu chamei vida...

segunda-feira, 21 de abril de 2014

E As Noites Não...

Os dias têm sua certidão
São todos acertados
Eles possuem seus dados
E as noites não...

Os dias têm sua razão
São todos enfeitados
São sempre lembrados
E as noites não...

Os dias têm seu verão
Raras manhãs vazias
Com nuvens vadias
E as noites não...

Os dias têm sua diversão
Quase sem choro
Sem aves de mau agouro
E as noites não...

As noites não têm nada...
As noites não...

Societas Mundi


Quem mora na vila é o vilão
É de bom tom não ter educação
Só se acredita no que se tem na mão

O sexo é apenas uma festa

A esperança é apenas uma fresta
Quase sempre o bom não presta

Vamos contar mentiras sinceras

Que nos perseguem de outras eras
Cada uma rua tem as suas feras

É uma festa na frente do vídeo

Temos mil motivos prum suicídio
É menos pior que qualquer pensicídio

Números foram feitos pra numerário

A melhor carreira que temos é a de otário 
Tudo nesse mundo tem o seu salário

A tela manda em tudo em todos os lados

Não temos cascos mas estamos ferrados
Maldades são apenas casos encerrados

Queremos apenas os que não são nossos

Mesmo que doa todo corpo até os ossos
E quando tiver água cavemos os poços

O chefe de família quase que infartou

Tudo deu ao contrário do que planejou
E como todos eu já nem sei quem sou

Como é puta essa minha amada

Como é curto o tempo pra estrada
Aos palhaços só resta a palhaçada

Eu acabei de acordar com o Cão

É de bom tom não ter educação
Só acredito no que tenho na mão...

sábado, 19 de abril de 2014

Mesmo Que Ele Goste


Mesmo que ele goste de maiores riscos
Que pule do lugar que for mais alto
Que se comunique apenas com rabiscos
E que costume chegar só de assalto

Às vezes sorrateiro como um gato
Ou ainda mais feroz do que um cão
Um cavalheiro do mais fino trato
Ou um mendigo que estende a mão

Ele vem rindo todo debochado
Ele vem chorando de cabeça baixa
Com a cara fechada e zangado
Falando à todos o que ele acha

Mesmo que ele goste de só gostar
Ou isso é o que há de menos
Sem vem apenas me maltratar
E distribuir os seus venenos

De dia de noite de madrugada
Na hora que eu mesmo cismo
E do alto de qualquer escada
Me convida à pular num abismo

Me ensina à tentar ser honesto
Enquanto fala de roubar no jogo
Mostra que sou anjo e que não presto
E que na fogueira há muito fogo

Vem como se nascesse agora
E tivesse a idade do mundo
E pertencesse à ele toda a glória
Mas não passasse de um vagabundo

Ele vem com as suas mãos vazias
Mas são para poder me acariciar
É quase um sol nas manhãs frias
Que nem mesmo quero acordar

Mesmo que ele não goste do que bebo
Da cachaça que me põe para dormir
De braços abertos eu o recebo
Mesmo doendo sonho pode vir...

sexta-feira, 18 de abril de 2014

São Aqueles

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As nuvens que flutuam no espaço
O olhar que se perde ao longe
A praga que nasceu da mágoa justa
As ruas que nos fazem andarilhos
Os prédios que constroem vertigens
As brigas de família em segredo
O tédio que se aparenta com a morte
A rotina que vai doendo aos poucos
As mentiras de goela abaixo
Os sonhos de morro acima
As cartas marcadas entre os dedos
As explicações que atrapalham mais
O poder fazendo cara de santo
A falsa lógica da nossa moda
A via-crucis dos mais comuns
As histórias contadas no rodapé
As estatísticas que amedrontam
Os heróis de uma batalha inexistente
A tela fazendo deuses e demônios à granel
Os papéis gastos à toa com cálculos
As guerras executando planos falidos
As ambições escorrem como água
O tesão gasta as peças de suas engrenagens
As rugas acabam com qualquer festa
As canções alcançam surdos ouvidos
A esperança também entra de férias
Os remédios chegam como carpideiras
Os motivos nem sabe que chegaram
A verdade mentiu para si mesma...

quinta-feira, 17 de abril de 2014

São Estes

São estes dos dias que se apresentam em variados tons mortos de cores esmaecidas em que faltam palavras para expressar a morte que está vindo em passos variáveis.
São estes os olhares que nos seguem em cada passo embora sintamos que nada valeu a pena se o sonho não caminha conosco em busca de uma felicidade sem rótulo algum.
São estas as falsas notícias sobre os fatos que se travestem em cenas de um teatro tragicômico onde os atores estão cansados demais para receberem as palmas e as rosas que agora jazem pelo chão.
São estas as bandeiras levantadas que se encontram esfarrapadas por ventos malvados para carrascos e vítimas que esperam seu lugar nesta grande comédia de resultados inevitáveis.
São estas as ruas sem sentido nenhum em que as placas só indicam contramão por mais que que achemos uma sobriedade ilusória em que as leis matemáticas brincam conosco de esconde-esconde.
São estas as tristes figuras enfileiradas em velhas paredes mostrando antigos sorrisos que na verdade nunca souberam dar e que expressavam apenas velhas máscaras.
São estes os idiomas incompreensíveis que cada um carrega num peito oprimido por uma solidão devoradora que cria muros e muros que crescem à medida que queremos escalar.
São estas as virgulas e os pontos e os demais sinais que fazem que morra a ternura e que o sal fique insosso e a água turve em canções abandonadas que ninguém afinal escutou e que nem bem importa.
São estes os formulários para serem preenchidos com respostas erradas e informações falsas sobre o que somos e que queremos quando na verdade a verdade dorme em sono solto.
São estas as masmorras confortáveis em que deixamos as portas abertas para que seja mais impossível de sair porque os condenados recusam-se à sair se terminadas as suas penas.
São estas as lágrimas que escorrem quentes em meu rosto frio embaçando o vidro semelhante à chuva que escorreu em várias janelas e que torturam a mente.
São estas palavras e daqui não sairão tão cedo porque de todas as coisas empilhadas num canto qualquer só a poesia conseguiu sobreviver por toda uma eternidade mesmo sem importar se um dia será lida...

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Eu - A Poesia


Eu - artista do impossível
Vivendo grandes carnavais
Com o corpo do sensível
Vivendo estes temporais
Inacreditável! Incrível!
Vivendo e querendo mais...

Eu - vivente de corredores

Mesmo não tendo alegria
Guardei todos amores
Que nem alcançar podia
São lágrimas! São dores!
Era tudo que não queria...

Eu - o grande debochado

Rindo dessa minha vida
Mesmo estando machucado
Não fechem minha ferida
Rebelde! Revoltado!
Não há uma outra lida...

Eu - profeta do cinismo

Faço todos os versos
E falo desse abismo
E dos homens perversos
Sem ternura! Sem lirismo!
Com sentimentos diversos...

Eu - somente eu...

terça-feira, 15 de abril de 2014

O Teatro de Juh Rcs


Palmas e palmas e mais palmas
À imbecilidade humana 
Em seus mais mesquinhos desejos
E suas ambições sem piedade alguma

Palmas e palmas e mais palmas

Os senhores do poder que oprimem
Que fazem chorar e fazem morrer
Irão dormir na mesma horizontal

Palmas e palmas e mais palmas

Ao sistema amaldiçoado
Que fazem de cada cidadão um idiota
E de cada sonha só uma desilusão

Palmas e palmas e mais palmas

Aos enigmas claros demais
Aos amores sem sabor algum
E as vitórias de cartas marcadas

Palmas e palmas e mais palmas

Às podridões sob o tapete da sala
Segredos de família imorais
E ainda tudo que não se pode falar

Palmas e palmas e mais palmas

Para as intermináveis filas para a morte
Para os remédios que não curam
E para as igrejas que não salvam

Palmas e palmas e mais palmas

Aos jardins que não têm flores
Às flores que agora são cruéis
E para a ternura que nunca chegou

Palmas e palmas e mais palmas

Aos que ainda  nem sabem que morreram
Aos que esqueceram de suas máscaras
E que acham que não acabou o carnaval

Palmas e palmas e mais palmas

Senhores por favor de pé!!!

Pelo Mundo

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Pelo mundo o diabo se faz santo
E as cartas todas se embaralham
O barulho substitui o canto
E as novas pragas se espalham
Estamos no espaço sem sabermos
Qual este espaço que nos envolve
E temos a culpa que nem temos
Porque à Barrabás que se absolve
É a nova música é o novo som
É a nova onda o novo barato
Nos afastamos do que é bom
E a mentira é o mais novo fato
É a nova mídia e seu comercial
É paradoxo a nossa normalidade
O objetivo agora é ser o tal
Mesmo que isso seja maldade
Os seres humanos viram objetos
E cada um tem o seu real preço
E que se danem os nossos afetos
Se o fim agora virou o começo
Bala perdida vida também perdida
Falta de moral falta de cultura
A escada rolante só tem descida
E a bunda se mostra no carnaval
Estética falida com falida norma
Não ruim é apenas pior ainda
Que morra a essência é só a forma
E a forma é feia mas é linda
Uma chuva cai em todo dia
Uma lágrima cai toda hora
E o que é afinal é a alegria?
É tal o nada que vem agora
Os novos cânticos cantados
É aquilo que a mente mente
São remédios inventados
Para deixarem tudo dormente
Mas ainda há alguma chance
Algum tratamento de choque
Me deixem fazer um lance
Coloque aí um outro rock...

segunda-feira, 14 de abril de 2014

A Frágil Fragilidade do Frágil


A rotina alterada é o tiro no escuro
Pois não há mais nada além desse muro
E bem longe na estrada acabou o futuro

Cuidado! É frágil! Pode quebrar!

E a menor das chamas queimar!

A sina marcada de tudo depende

Pois a verdade mudada é o que se vende
E a revolta encontrada não mais acende

Cuidado! É frágil! Pode rasgar!

E depois não dá pra consertar!

A pantera domesticada não é mansa

A espera justificada nada alcança
A quimera criada já tudo alcança

Cuidado! É frágil! Pode tombar!

E uma vez caído não dá pra levantar!

A esperança esperada é uma ilusão

A confiança depositada um alçapão
E a balança calibrada é uma decepção

Cuidado! É frágil! Pode acabar!

E nem boca há pra poder gritar!!!!!!!

domingo, 13 de abril de 2014

E A Chuva Molhou A Calçada

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Era tudo que eu queria
Mas era quase nada
Era o vôo que eu fazia
Ou o tombo da escada
Era uma vida vadia
Sem o beijo da amada

À eu mesmo confesso

Que nada que quis tive
Ainda assim mesmo peço
Para um dia ser um livre

Era os óculos no nariz

Mas sem a vista cansada
Era tudo por um triz
Uma alegria e inesperada
Era viver o meu país
Mesmo sem ter estrada

À eu mesmo confesso

Todos os erros que errei
E mesmo sem ter acesso
De todos eles lembrei

Era um rosto que sumiu

Parecia carta marcada
Era um barco que partiu
Mesmo com vela rasgada
Era um amor mesmo vil
A chuva molhou a calçada...

sábado, 12 de abril de 2014

Insaneana Brasileira Número 19 - O Enigma de Ortiz

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Um olho vazado e uma confusão dos diabos de números e datas. A cruz trouxe os pesadelos e os vai levar. Barro é a cor do mundo. E chuvas marcaram mais que inúmeros sóis. O resto é apenas umas fogueirinhas de mato seco e papel pegado. É uma grande procissão que segue adiante e o casaco atrapalha ou até não. Não deixem de assistir o programa pra depois me contar. Os azulejos brilham brancamente em um amarelo pálido que dá gosto de se ver. Era meu o tempo e a solidão brincou comigo o tempo todo. Uma sofreguidão danada por algo que era norte e sul ao mesmo tempo e que não deu em nada. São pesadelos quando muito e em outras eras distantes as cicatrizes eram grandes feridas abertas. Eis o filósofo com sua capa de cobertor e sonhos indescritíveis para se contar. A espada também brande entre rodopios de vento que fazem muito e mais ainda barulho. Cantemos quantas vezes forem necessárias e deixemos de lado uma amizade sólida com a gramática careta. Não há recursos e águas secam dos leitos dos rios e só uma lagoa imaginária de sonos maldormidos pode nos dar alento. Tudo foi e nada foi. Ficamos por aí estendidos no confortável e gelado sofá de inúmeros desenhos. Marte será invadido brevemente e na mercearia do português está em falta. Cambalhotas sim e piruetas também num grande pântano que até alguma vez deu medo. Olhem e olhem quantas vezes olharem com algum olho. Peçam e peçam desesperadamente aquilo que não pode ser atendido por vias normais de burocracia e jeito ternamente cruel. Não controlamos as palavras e elas se aproveitam disto e nos vão empurrando docemente ao abismo de superlativos e figuras mal arranjadas. A casa está assombrada por nossos próprios fantasmas e nem damos conta disso. A bebida chegou na boca antes do copo e não sei se isto entristece ou alegra mais. Atenda a porta porque lá fora não há ninguém chamando. O risco de fazer um mau riscado é exageradamente exagerado. Só se arrependa quando muito dos cinco minutos atrasados teimando em não ir. Na sala de espera fumamos nervosamente charutos cubanos e secamos as mãos e a testa no veludo mais caro. Ouça o que a letra da música diz e se esforce para não entender mais nada. O corregedor já corrigiu as coisas e tudo ficou mais facilmente enigmático. É isso que podemos fazer e falta outro qualquer tom. Não há outro socorro que um desprezo disfarçado em joviais conversas. Meio mundo está na nossa boca e o outro meio mundo acabou de cair no chão. As coisa todas importavam um dia e depois já não importam bem mais. É uma colheita feliz esse nosso jogo de dardos quando miramos ao alvo e acertamos nós mesmos. Quase todo pecado é perdoável à não ser que ferimos os sonhos sem querer ou não. É um luxo estes teus cabelos modificadamente insanos e esteticamente intolerados. Ouça bem esse silêncio quase todo o tempo e não diga mais nada...

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Uma Velha Nova Alegria

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Eu não vou elogiar os homens 
E seu carros possantes
Não vou elogiar o luxo e o lixo
Com seus passos hesitantes
Não tenho tempo pra isso
Nem futuro nem passado
O meu tempo é agora
E ele me tem ensinado
Que há muito o que fazer
Que há muito que mudar
A vida ainda está aí
E tem muito que ensinar
Vamos nos unir novamente
Vamos saber qual o dia
Que haverá nos quatro cantos
Um nova velha alegria
Eu não vou elogiar os homens
E nem seus discursos falantes
Não vou elogia o luxo e o lixo
Nem nuvens intoxicantes
Não tenho tempo pra isso
Nem certo nem errado
O meu amor é agora
É tudo que tenho guardado
Que há muito o que dizer
Que há muito pra cantar
A vida há de seguir
E muito ainda que respirar
Vamos nos unir novamente
Vamos saber qual o dia
Que haverá nos quatro cantos
Uma velha nova alegria...

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Paisagens


É o que temos
E nem ao menos podemos
Abrir a boca e reclamar
O que que há?
Duras e novas paisagens
Modernas miragens
Num deserto moderno
Talvez eterno
Talvez não assim
Nem começo nem fim
Mas barra
Levado na marra
Quase tudo
Ferro e veludo
Se arrume
Se aprume
Direita volver
Ver para crer
Já falta semente
E a história mente
Faz parte
Dessa nobre arte
Da coisa mal contada
Mais nada
Queimou meu PC
Eu quero morrer
Me dá vitamina
Eu quero a mina
Pruma transa só
Sem pena sem dó
Prazer só de cama
Estrada de lama
Certamente errados
Estamos cansados
Presos na solidão
Nessa contramão
Que falo nem penso
Acenda o incenso

É o que temos

E assim nos fodemos
Abrir a boca e reclamar
O que que há?
Duras e novas paisagens
Eternas visagens
Num deserto moderno
Até um pouco terno
Talvez não assim
Mais dentro de mim
Talvez uma fera
Paciente espera
Quase mudo
Servindo de escudo
Se manque
Não espanque
Esquerda volver
Ver para descrer
Já falta a mente
E a alma doente
Faz um tempão
Que eu sou o vilão
Da coisa mal contada
Que bela cantada
Queimou meu cigarro
Me pare esse carro
Me dá uma chance
Eu quero revanche
Pra minha vingança
Perdi a esperança
Viver só de karma
Estou sem a arma
Fatalmente fadados
Estamos errados
Presos na escuridão
Nessa solidão
Que falo nem penso
Acenda o incenso...

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Insaneana Brasileira Número 18 - Os Leões dos Chafarizes

Minh'alma não tem dono e se teve foi há muito tempo e não me lembro mais. Sem vírgulas e pontos miúdos dignos de nota eu fiz um mundo onde cores e gostos se diferem e ao mesmo tempo se combinam. Vamos olhar com bons olhos aquilo que antes não pudemos ver. É uma chance única que faltam mais mãos para poder realmente segurar e dedos para poder fazer carícias. É o Éden que nos acha em qualquer esquina empoeirada e cheia de um sol moleque que às vezes faz até falta. Era um jogo de bola que não joguei e bolas de gude que só serviam pra olhar através do colorido simpático de seu vidro. É um vôo na maioria das vezes noturno que pode também pode ser de dia se o sol me deixar. Ah! Esse sol que amo com todas as forças e que vinha no meu quintal me visitar em dias de mais tristeza. Esse amigo de fogo que espantava a chuva malvada pra bem longe de mim. É o vidro! É o vidro! Que faísca como as fogueiras incomodadas na nossa mais cruel e inocente das brincadeiras. Não importa se queima ou não porque éramos nos que ficávamos em volta dela bem pequena contando histórias que ninguém nunca ouviu. Uma ternura me envolve como uma nuvem de fumaça que caiu lá de cima e gastou pleonasmos e hipérboles de mil e umas satisfações. É o samba-enredo e é o frevo e é a dança-da-chuva ou mais aquilo que o corpo quiser dançar.Venham e quem quiser me acompanhe entre jardins ainda vivos com cores escondidas e cheias de plena satisfação. Não preciso de sagrados elixires e nem de mais nuvens do que aquelas que guardo no bolso fazem muitos anos. São sonhos o que tenho! São sonhos! O que os homens podem ter mais de real neste mundo. São sonhos! A chuva passou e o sol renascerá num céu mais limpo...

E Que Comecem Os Jogos!


Que comecem os jogos
Da maior insensatez humana
Que se acendam os fogos
Da pior insolidez urbana

Porque é isso que temos agora

Porque a fera vem não demora
E alguém já puxou aquela escora
O cavalo não obedece mais a espora

Que comece a parola

Da mais cínica conversa fiada
Que seja dado o chute na bola
E não se veja mais nada

Porque não vemos há anos

Porque viver está fora dos planos
E se ainda somos algo humanos
Se há piedade então disfarçamos

Que comecem as fogueiras

Do diário desabamento moral
Que não tenhamos maneiras
Como se recomenda o geral

Porque não vemos mais elas

Porque se apagaram as velas
E foram invadidas as favelas
E só sobraram as sequelas

Que comecem os discursos

De covardia e de destruição
Que venham os amigos-ursos
Já falta no mercado o irmão

Que comecem os jogos

Da maior estupidez humana
Que se acendam os fogos
Da pior estupidez urbana...

Balada de Todo Mundo


Somos todos iguais
Somos todos normais
Queremos paz na terra
Mas fazemos a guerra
E fazemos até mais

Todo mundo quer se dar bem

Quer ter mais do que tem
Queremos ganhar a corrida
Algo parecido com a vida
Sem pensar mais além

Somos todos iguais

Somos todos boçais
Forjamos as correntes
Que prendem nossas mentes
E fazemos até mais

Todo mundo quer se dar bem

Não encontra nisso um só porém
A nossa alma só fica aflita
Pela bunda mais bonita
E que se dane o bem

Somos todos iguais

Somos todos gerais
Todos bem comportados
Moedas com três lados
E fazemos até mais

Todo mundo quer se dar bem

Pro dinheiro diga amém
A vida e um cheque em branco
Entre na fila do banco
Tem o poder quem o tem

Somos todos iguais

Somo todos anormais
Queremos paz na guerra
E destruímos a terra
E fazemos até mais...

terça-feira, 8 de abril de 2014

Mirabolantes

Imagem relacionada
Em sonhos sonhei coisas mirabolantes
Impossíveis giravam feito carrossel
Eram livros fechados pelas estantes
Nuvens vagabundas pelo meu céu

Cavaleiro de cem batalhas perdidas

Conservo entretanto alegres figuras
Tenho que viver muitas e muitas vidas
Para que as feridas tenham suas curas

Façamos agora o mais novo ritual

É hora das fadas virem aqui também
Em cada dia um novo carnaval
E uma partida em mais um trem

Nova telas vão se desenhando

Na forma de artísticas espirais
E vamos no até e no até quando
Até poder ou até não poder mais

Eu daqui vejo mais mil miragens

Em meio ao que chamo deserto
E queria as minhas velhas imagens
Que não estão mais aqui perto

Tremulam ao vento os pavilhões

E as notícias estão vindo do norte
Acabou-se o medo dos canhões
E caiu a máscara da cara da morte

Em sonhos sonhei coisas mirabolantes

Impossíveis giravam feito carrossel
Eram apenas resultantes instantes
Que povoavam este meu céu...

Quase Isso


Eu amei e não vi mais nada
E a vida foi quase um rebuliço
E quando vi havia estrada
E a morte era quase isso

Logo eu que era um louco

Que não tinha compromisso
Que vivia e achava pouco
E a vida era quase isso

Mas o amor não deu em nada

E em nada me desperdiço
Procura ainda minha amada

E se arrefeço eu mesmo atiço

Ladro feito cão pela madrugada
E o amor é quase isso...

segunda-feira, 7 de abril de 2014

É O Que É

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Tudo mudou entre o começo e o fim. E mesmo que reclamemos do ontem os motivos foram extintos. Somos o que somos. Cidadãos de um tempo sem tempo mais do que nunca. As nuvens continuam no céu mas ninguém pode olhar para o alto. Somos o que somos. E na frente de um vídeo cumprimos nossa sina. As ordens estão aí para serem obedecidas sendo lógicas ou não. Mude logo essa roupa para que a próxima entre na fila. Coma logo toda a comida. Saudável ou não pouco importa. Leia logo essa frase e a memorize. O que ela diz pouco importa. Novas guerras estão aí em variados tamanhos e diversas cores. O que faltar a gente inventa. Quem é você? Leia a código de barras e saberá. O que é a vida? A próxima moda posta em ação. E o telefonema para votar naquilo que não existe. E os produtos falsificados genuinamente e vendidos no camelô mais próximo. Tudo é novidade. As velhas coisas principalmente. Vamos atrás dos enigmas. Não para resolvê-los e sim para acentuá-los. É a vida que corre pra morte em passos largos e de braços abertos. Não com a serenidade dos sábios. Mas com o conformismo dos tolos. Vamos viver! Ainda gritam algumas vozes. Mas o barulho dos carros e o apito das fábricas ainda são muito altos. E os que mandam não sabem no que mandar. Há muitos disfarces e muitos medos. E quase nenhuma perfeição em jogo. Eis o homem. E o campeonato nas noites de meio de semana. Eis o homem. E as liquidações sem sentido que nos deixam febris. Comprar e comprar e comprar. E vender a alma ao diabo pelo primeiro lance dado. Que seja. A pele do gato está estendida na corda para o próximo tamborim. Que seja. Queremos arrotar da satisfação não tida. Visada sim. Tida não. As noites são mais curtas e a insônia maior. As novidades estão aí mesmo espreitando pelos cantos...

Não Pense Nisso

Não pense nisso
Não pense em nada
A única escolha
Pode ser a errada

Não pense nisso
Não pense em nada
Talvez não seja amor
O que você quer amada

Não pense nisso
Não pense em nada
Talvez a vertigem
Venha da escada

Não pense nisso
Não pense em nada
Só há poeira
Onde há estrada

Não pense nisso
Não pense em nada
A chuva escorre
Pela calçada

Não pense nisso
Não pense em nada
Até meus versos
Já dão risada...

Come Na Cuia

Comê na cuia Comê na tuia Comê na nuia Experimente o berimbau catreiro Em todas as noites de pé de sapo! Paca tatu Paca tutu Paca Dudu Apert...