Cegos sim, cegos de montão, o ego nas nuvens, o Eu no chão.
Num quarto de paredes escuras, à prova de luz e de som, eis que estamos. É mentira dizer que algum dos seus sentidos funciona perfeitamente, nenhum deles funciona. O pensamento é o único sentido exato que possuímos, mas esse quase nunca (em alguns casos nunca) é usado para coisa alguma.
Erramos, erramos, erramos. Como idiotas inveterados na sublime escolha de Barrabás.
Cegos sim, cegos sem razão, o ego no tão iluminado, o Eu na escuridão.
Numa cela de paredes sujas, fora do mundo e dos fatos, eis que estamos. É mentira dizer que algum dos sentidos nos ajuda em algo, são nossos inimigos declarados. O pensamento é o único sentido exato que possuímos, mas a ilusão é sua droga predileta.
Choramos, choramos, choramos. Como crianças pirracentas que quebram seus brinquedos.
Cegos sim, cegos de paixão, o ego lá nas nuvens, o Eu perdeu a razão.
Num beco repleto de lixo, escondido da vida e da morte, eis que estamos. É mentira dizer que algum dos sentidos é nosso aliado, nessa guerra sem trégua, são os mísseis que nos atingem. O pensamento é o único sentido exato que possuímos, mas os pesadelos o acompanham aonde ele vai.
Gritamos, gritamos, gritamos. Até que a garganta doa, mas ninguém nos escuta.
Cegos sim, cegos na explicação, o ego é o mais sábio, o Eu virou o bufão.
Numa sala cheia de livros, brigam o conhecimento e a tolice, eis que estamos. É mentira dizer que nossos sentidos nos leva à redenção, eles são nossa queda. O pensamento é o único sentido exato que possuímos, mas às vezes a sintonia do rádio falha.
Dançamos, dançamos, dançamos. Só que desconhecemos que era a dança de São Guido.
Cegos sim, cegos sem lição, o ego em cima do armário, o Eu bem lá no porão.
Numa tela cheia de ícones, nosso destino é traçado, vamos cair certamente. É mentira dizer que nossos sentidos são apurados, eles nunca foram tão primitivos. O pensamento é o único sentido exato que possuímos, mas as condições normais de temperatura e pressão impossibilitam seu uso.
Achamos, achamos, achamos. Queremos tantos tesouros para perder nossa alma.
Cegos sim, cegos como são, o ego é nosso dono, o Eu, nosso ladrão.
Num final inesperado de novela, a surpresa e a decepção nos acham, eis o fim de tudo. É mentira dizer que nossos sentidos nos mataram, eles apenas obedeceram nossas ordens. O pensamento é o único sentido exato que possuímos, mas o sistema o levou para bem longe de nós.
Erramos, erramos, erramos. Como trabalhadores assalariados cavamos nossas próprias covas...
(Extraído da obra "Eu Não Disse Que Era Poeira?" de autoria de Carlinhos de Almeida).
Cegos sim, cegos sem razão, o ego no tão iluminado, o Eu na escuridão.
Numa cela de paredes sujas, fora do mundo e dos fatos, eis que estamos. É mentira dizer que algum dos sentidos nos ajuda em algo, são nossos inimigos declarados. O pensamento é o único sentido exato que possuímos, mas a ilusão é sua droga predileta.
Choramos, choramos, choramos. Como crianças pirracentas que quebram seus brinquedos.
Cegos sim, cegos de paixão, o ego lá nas nuvens, o Eu perdeu a razão.
Num beco repleto de lixo, escondido da vida e da morte, eis que estamos. É mentira dizer que algum dos sentidos é nosso aliado, nessa guerra sem trégua, são os mísseis que nos atingem. O pensamento é o único sentido exato que possuímos, mas os pesadelos o acompanham aonde ele vai.
Gritamos, gritamos, gritamos. Até que a garganta doa, mas ninguém nos escuta.
Cegos sim, cegos na explicação, o ego é o mais sábio, o Eu virou o bufão.
Numa sala cheia de livros, brigam o conhecimento e a tolice, eis que estamos. É mentira dizer que nossos sentidos nos leva à redenção, eles são nossa queda. O pensamento é o único sentido exato que possuímos, mas às vezes a sintonia do rádio falha.
Dançamos, dançamos, dançamos. Só que desconhecemos que era a dança de São Guido.
Cegos sim, cegos sem lição, o ego em cima do armário, o Eu bem lá no porão.
Numa tela cheia de ícones, nosso destino é traçado, vamos cair certamente. É mentira dizer que nossos sentidos são apurados, eles nunca foram tão primitivos. O pensamento é o único sentido exato que possuímos, mas as condições normais de temperatura e pressão impossibilitam seu uso.
Achamos, achamos, achamos. Queremos tantos tesouros para perder nossa alma.
Cegos sim, cegos como são, o ego é nosso dono, o Eu, nosso ladrão.
Num final inesperado de novela, a surpresa e a decepção nos acham, eis o fim de tudo. É mentira dizer que nossos sentidos nos mataram, eles apenas obedeceram nossas ordens. O pensamento é o único sentido exato que possuímos, mas o sistema o levou para bem longe de nós.
Erramos, erramos, erramos. Como trabalhadores assalariados cavamos nossas próprias covas...
(Extraído da obra "Eu Não Disse Que Era Poeira?" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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