quarta-feira, 26 de junho de 2019

Alguns Poemetos Sem Nome Número 12


eu estou fora do planeta
estou fora de tudo
só não virei careta
a loucura é um escudo
eu ando em ruas calado
eu sou apenas o mudo
o mundo não está acordado
eu tenho pés de veludo

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eu tenho lembranças
parecidas com minhas tatuagens
elas não sairão jamais

eu tenho tantas mágoas
idênticas à malvados cortes
eis aí as minhas cicatrizes

eu gostaria de ter amnésia
esquecer cada dor que já senti
que nem quando vemos alguém na rua
mas não lembramos quem é...

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água deslizando sobre as pedras
rio de eterno movimento
não podemos medir tanta distância
obra de arte
nuvens desenhando bem no céu
vários riscos sobre o azul
numa elegante e eterna matiz
obra de arte
sabedoria quase divina
o pó se torna em montanhas
as montanhas viram pó
obra de arte
o homem tão pequeno medido
toda vez que ama
torna-se quase um deus
obra de arte...

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por não sabermos exatamente
se chuvas ou sóis virão
dancemos sob eles indistintamente
por não sabermos a data certa
que a morte vai chegar
vivamos a vida o máximo possível
a flor qualquer dia desses 
arrancada ou não vai murchar
aproveitemos no ar seu perfume
o amor poderá ser eterno ou não
por isso amemos com desespero 
que só a ternura pode nos dar...

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linda e vulgar
linda e certeira
a paixão me agride
linda e malvada
linda e apática
a paixão me destrói
linda e tola
linda e safada
eu perco a paciência
linda e vulgar
linda e certeira
queria poder te agredir

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toda lenda
toda venda
toda renda
cega nossos olhos
todo caso
todo atraso
todo arraso
cega nossos olhos
todo agouro
todo choro
todo namoro 
cega nossos olhos

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esqueço o mundo por um segundo
esqueço o mês por uma vez
como sou esquecido!
a ferida foi doída
a vida para ser vivida
sem saída
sem apelo
sem pesadelo

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