Eu vejo a vida em câmera lenta
como as cenas finais de um grande filme
onde nossos nervos estão à flor da pele
o suor escorre e a expectativa também
só que em outro corpo diferente
o corpo da minha alma...
O meu sangue também corre em câmera lenta
numa calma que não sei se deveria ter ou não
talvez seja por querer as coisas mais impossíveis
como o amor que acho que nunca terei
ou as nuvens que nunca irei para lá
e que mesmo assim insisto em querer...
O tempo vai agora como água em câmera lenta
porque o tempo dos jovens passa mais rápido
como já falavam tudo que é bom dura pouco
essa é a regra e quem nos amamos vai embora
e o que queremos vai seguindo em frente
mas o tempo dos velhos como eu não...
A dor que eu sinto sempre vem em câmera lenta
pois é assim a dor que acaba doendo mais
chega aos poucos e depois que chega não vai
vai conhecendo todos nossos pontos mais fracos
e não tem pressa alguma do nosso choro
pois o que virá não vai ter mais fim...
Eu vejo a morte em câmera lenta
como as cenas finais de uma grande peça
onde nossos nervos estão à flor da pele
o suor escorre e a expectativa também
só que em outro corpo diferente
o corpo da minha alma...
(Extraído do livro "Eu Não Disse Que Era Poeira?" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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