quinta-feira, 27 de junho de 2019

Alguns Poemetos Sem Nome Número 13

Resultado de imagem para crianças na favela
te trago enfim
nada nas mãos
porque tudo que havia
tudo que podia
o tempo devorou 
e nada pode retornar
se já passou
meus bolsos nada têm
à não ser 
a dor de muitos sonhos
que jazem no ataúde
do um peito em pedaços
não espere nada de mim
à não ser 
o que te trago nos olhos
esses estão cheios
de minh'alma
que vem ao teu encontro...

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quando a poesia vier
ao teu encontro
não pense duas vezes
aceita-a
faz uma festa 
em sua chegada
muitas quando a viram
zombaram dela
muitos quando a sentiram
arrancaram-na de si
são esses mesmos
que hoje andam por aí
cabisbaixos e quase mortos
porque não sabiam
o não queriam saber
que poesia é a única 
e possível forma
de sobrevivermos
aos temporais
de nós mesmos

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fumaça
resultado de nossos desejos
poeira
nossos  sonhos foram para longe
cinza
faltam motivos para sorrir
ruínas
nossas tentativas tão vãs
e mesmo assim continuemos
até não poder mais
fumaça

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nem sempre o engano 
nos mata
nem sempre a mentira
nos fere
mas a ilusão
essa sim
anda de braços dados
com a maldade

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eu não sei por onde andam
tantos que amei um dia
eu não sei para onde foram
as nuvens em que desenhei
eu não sei se continuam
as festas que aqui terminaram
e tudo se transforma
num simples pesadelo
eu nem ao menos sei
por onde ando...

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tudo quanto
dá espanto
tudo nasce
toda face
um enlace
tudo à beira
da ribanceira
eu não tenho
eu não venho
o meu cenho
tudo quanto
dá espanto

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história
inglória
dos pobres
dos cobres
do nome
da fome
barracos caindo
as vítimas sorrindo
o sonho na mão
carnaval solidão
tudo certo
e tudo errado

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