quinta-feira, 2 de maio de 2019

Festa No Inferno

Resultado de imagem para inferno
Entre intrusos e intrusões. Cada dia um frio diferente. Diga-me lá doctor qual o remédio. Tenho canseiras em minha alma de forma deveras preocupante. Qualquer vídeo que passe de trinta segundos é apenas mais uma eternidade. E os vestígios de nossa passagem por aqui apagados da areia. Uma foto com a frase habitual já é o bastante. Uma lembrança quase inlembrada.
Minha cegueira tem melhorado bastante. Todos os níveis agora conduzem para baixo. Não sabemos. Saber é que causa alguma admiração. A prática na prática é outra. E a teoria assiste o tombo de cadeira. Economizamos loucuras e nos tornamos apenas fragmentos. Um tempo perdido sem letras. A imbecilidade é agora um rapaz bem comportado.
As viúvas agora fazem falta no mercado. Os sentimentos possuem prazo muito pequeno de validade. Não é nada. Passa logo. O tempo suficiente para mais alguns likes. Seja breve. Seja leve. Nossa cegueira nos têm ajudado. Vê mais uma. Aquela da promoção. Não é droga se é moda. Se mata a vida com satisfação. 
Vai chover. Chove sempre. Principalmente se o fogo acendeu. Principalmente se a hora chegou. Nada mais.
A perfeição busca outras terras. Meu país. Meu nariz. A fumaça entra pelos meus poros. A sujeira faz companhia. Parem logo com essa bagunça. E façam outra pior. Queria falar tanta merda. Mas meu dinheiro não dá. Ser pequeno tem lá suas vantagens. Capriche aí no molho. Eu quero sujar meu bigode. 
Lelê está pronta pra farra. Eu quero ficar entre suas pernas. O tempo passa ligeiro. O hoje é o ontem desesperado pra chegar no amanhã. Isso é apenas mais um detalhe. Façamos um ponto de encontro. Cair até beber. Em chás e adjetivos menos toscos. O paciente deu sinal de morte. O rei tem o controle da televisão em suas mãos.
Tenhamos lá certas raivas. Nossos preços andam lá em cima. E nossas calças andam lá embaixo. As caras ficam vermelhas. Só que agora qualquer cor tanto faz. Tanta cor e cor nenhuma. Um verdadeiro pasto de feras. Mesmo que as feras usem crachá. É dando que se dá. E mesmo assim fenômenos naturais se repetem sem que percebamos. Tudo coisa fina mesmo. Tudo nos conformes mais disformes possíveis. 
As possibilidades foram água acima. Que nem um bando de andorinhas desorientadas que nem querem isso. Os óculos estão sujos e é assim mesmo. Acabou o açúcar de nossas almas. Só resta-nos o sal de algum deboche. Mamãe eu quero um carnaval por dia. E uma explosão por hora. Dante é bem pouco para mim. É a marmita que chega com endereço quase errado.
Extremamente não há mais extremos. O hermetismo acabou com meus cigarros. É tudo quase normal que meu tesão passou. Nem mais nem menos isso. Quase sempre quando acordo estava dormindo. Como todo malvado cidadão de bem. Com os firmes princípios de não morrer de fome novamente. Joguem fora tudo aquilo que guardaram. É apenas uma festa. Façamos um brinde...

(Extraído do livro "Insano" de autoria de Carlinhos de Almeida).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Os Poemas do Meu Avô

  Quando meu vô Eusébio morreu Deixou um monte de papéis guardados, Segundo me contaram eram seus poemas... Vó Augusta deve ter ficado trist...