sexta-feira, 10 de maio de 2019

De Vários

Eu acordo cedo. Antes do sol nascer... E da janela do meu quarto não vejo o mundo que queria. Mas não importa... O relógio tem lá seus caprichos. E é assim mesmo... 
Guerras frias. Guerras quentes. Tudo de acordo com a vontade do freguês. Novidades inéditas. Novidades fictícias. E mais quantas precisar pra encher nossos olhos. Hoje é o primeiro dia pra muitos e o último pra outros. Faz parte...
Como estão tantos que acabaram indo embora? Não sei... Quase não sei coisas que passam pelo meu coração. É um grande enigma... Aí eu corro pro lado da minha mente. E pode ser até pior...
Carros andando. Gente correndo. Cidades enfumaçadas e barulhentas pelo mundo. A tranquilidade só em algumas figuras lindas e duvidosas. Mais um café. Mais um cigarro. Não é a melhor opção. Mas pode ser a única que tenho...
Tudo passa. Menos os sonhos... Esses são marcas mais profundas que minhas quase apagadas tatuagens... E o teclado do meu computador brinca comigo. Porque espera que escreva algumas lágrimas...
Nossa dignidade acabou batendo as botas. Uma multidão que pensa é algo muito perigoso. Inimaginável. Varra o chão. Escravo. Capriche no rebolado. Escrava. Carne negra e carne pobre é que temos pro jantar...
Meus tiros não são diretos e fazem curvas. E assim doem mais... O pavão ter que ser enfeitado. Quase todo fevereiro tem um carnaval... E chuvas e sóis se alternam. Vale o que está escrito...
Que mania feia essa que eu tenho. Que todos nós temos. De acreditarmos em lobos vegetarianos. E em raposas que têm alergia à frango. Muda o baile e a droga é a mesma. Muda a arma e o tiro procura o mesmo alvo...
Eu me supero nas minhas loucuras. Cada vez um novo pesadelo... Ainda ontem tive um de molhar a cama. Pesadelei que cada dor que senti se repetiria... Ainda não descobri o que mais eterno. Se é alma que não morre ou a matéria que apenas se transforma...
Tentamos correr com o que restou de fôlego. Mas há paredes por todos os lados. E muitas janelas estão emperradas sem se abrir. Não me faça promessas. Detesto esperar mais que um segundo qualquer. A paciência nos falta na lista de compras. É que estamos num grande viveiro de pássaros...
Estamos sozinhos no meio de muitos. Faz parte do menu... Enfeitamos a sala pra festa. Mas os enfeites são mais feios do que a rotina... Pra tudo existe uma desculpa. Menos pra vida...
O general apertou o botão sem dó nem piedade. Isso estava em seu scrip. É como uma dançarina que faz seu striptease. Mesmo que esteja frio e o álcool foi demasiadamente pouco. Pra maior parte das coisas não existe escolha...
Curvas são apenas curvas. Isso faz parte do nosso inquestionável tesão... Os pintores tentam economizar nas tintas. Mas quase nunca conseguem... Tudo vai seguindo como um burro manco. Mas levar a carroça é preciso...
Há coisas que não se engolem. Mas a garganta até que colabora com tal fato. Cada vez estamos mais cada vez. Em algo antigo surge o novo também. O desconhecido é como uma cola se ninguém o conhece. Tudo faz falta se não é de menos...
Os passarinhos cantam todas as vezes que cismam. É porque não são patos... Avise pelo menos um minuto antes. Pra que haja tempo do susto chegar... Existem muitos estados críticos. E esse é apenas mais um deles...
As ondas dos teus cabelos serão suficientes pra nadar? Existem muitos e muitos verbos. A conjugação deles são outros mil. Faço questão de pequenos detalhes até em painéis. Ninguém tem culpa da dor. Muito menos ela. Cada um no seu cada um até o fim...

(Extraído do livro "Eu Não Disse Que Era Poeira?" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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