Quando o drama começou
Com todas as suas luzes acesas
Definitivamente eu não fui o herói...
Enquanto todos olhavam o céu
E desejavam ir até às estrelas
Eu acabei namorando o abismo...
Na hora da festa quando todos
Festejaram e riam e dançavam
Eu permaneci quieto e parado...
Os sonhos entraram n'alma
Até dos que estavam desesperados
E acabei só tendo pesadelos...
Eu olhava meu rosto no espelho
E contava todos os meus dias
Como se cada um fosse uma ruga...
A verdade das coisas e do mundo
Tiravam a cor de minhas flores
E calavam os meus passarinhos...
Não tive o amor da mocinha
E o azul dos meus olhos se tornaram
Na escuridão de uma noite eterna...
Eu fui a pedra do meio do caminho
O espinho que nasceu sem rosa
A morte que acabou falhando...
Venho apenas te dar minha presença
Porque a solidariedade não cura
Mas ameniza toda e qualquer dor...
Quando a trama se iniciou
Com todas as ruas agitadas e malvadas
Eu por certo já estava lá...
(Extraído do livro "Muitos Dias Já Passaram" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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