terça-feira, 14 de maio de 2019

Aqui Tem

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Aqui tem malandro saindo pelo ladrão. Perdedor querendo ser campeão. Discurso falto de razão. Peteca difícil de segurar com a mão. Herói com cara de bundão. Roupa bonita fora de estação. Cada sim com jeito de não. Tem cachaça com limão. Cerveja terminando a questão. Criança exibindo no selfie trezoitão. Barrabás oferecendo salvação.
E putinhas bonitas com a bunda de fora. E morte sem relógio perdendo a hora. E inimigo que me adora. E galo de briga delicado de espora. Um mundo louco que o fim não demora. E caipira que não é mais de Pirapora. É madeira de dar em doido cada tora. 
Aqui tem ateu vendendo religião. Pois quem acaba sendo bonzinho é o Cão. E filas paradas pra próxima aflição. E distâncias cheias de aproximação. Tem desfile bonito sem concentração. Vamos sair correndo pois caiu um caminhão. É melhor não ter nada se tiver um pão. A margarina escorrendo e sujando a mão. Eu não se lutei ou foi tudo em vão.
E garotos que fazem qualquer programa. Eu não consegui vaga na Politheama. Nem por isso sou cara de fazer drama. Como qualquer palito de fósforo em acendo o drama. Lugar quente sempre foi na cama. Um dia isso aqui foi chamado de Pindorama. Hoje em dia é apenas mais um monte de lama. Com qualquer amigo-urso fazendo escama.
Aqui tem poeta que não gosta de emoção. Vamos orar pra não ter mais inflação. Garoto educado é aquele que fala palavrão. O honesto é objeto de suspeição. Cada muro pode ter agora seu pelotão. Pois bala achada aqui tem de montão. Não é comida pois agora virou ração. Central no rush também sua solidão. A vida é um carro insistindo na contramão.
Fiquei bolado com o produto importado. Fiz tudo certo e acabou com tudo errado. O preconceito tem que ser ensinado. É proibido você olhar de lado. O peixe é fresco e só está estragado. Maldita hora d'eu ter pensado. Mais um pouco e poderia ter escapado. Eu não entendo e gosto de falar enrolado.
Aqui tem assassino que é irmão. Droga que te deixa caretão. Vida pregressa lavada com sabão. Político honesto parecendo aberração. Dramas reais parecendo encenação. Lindos michês que se compram à prestação. Marafonas velhas dormindo na escuridão. Só tem um pouco e dá pra fazer um balão. Ganhar um qualquer não é mais corrupção. 
Um dia eu me mando e saio daqui. Não sou Ceci e muito menos Peri. Eu quero paz e preciso até dormir. A escada é alta e posso até cair. Eu sou teimoso e nunca vou desistir. Tenho cuidado pra não dar um piriri. Se duvidar vou à pé em Itaguaí. Sou bem esperto e já passeei em Japeri. Não tem tamanho e ainda dá pra engolir.
Aqui tem meu país que é uma nação. A coisa é velha e é dos tempos do charuto de Dom João. Tempos idos e tempos do esquadrão. É uma guerra com tão pouca munição. Tem muita brasa e tem pouquinho tição. Não fale mais nada e pare com a embromação. O babaca estuda e não aprende a lição...

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