Um dia hei de te encontrar por aí
com todas as cores ou com cor nenhuma
Tendo todos os sorrisos ou todo choro
no peso das montanhas ou leve pluma
E nesse dia não te direi mais nada
porque afinal todo o que diria já foi dito
Apenas lamento que acabou o carnaval
e que já morreu o que era tão bonito
Pois o próprio amor já foi sepultado
e espantamos toda e qualquer esperança
Não és mais aquela minha bailarina
pois há muito já se acabou a nossa dança
A memória é como uma íngreme ladeira
onde tudo sobe e também onde tudo desce
Há coisas que o tempo não consegue matar
mas até algum amor por si mesmo perece
Deixa então que eu siga só o meu caminho
finja que não me viu e nem me cumprimente
O bem e o mal estão bem aqui dentro de mim
e mesmo amando pode ser que o ódio aumente...
(Para J., extraído do livro "Muitos Dias Já Passaram" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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