Somos filhos do avesso
Há mais de um preço
A violência tem endereço...
E na imensidão tateamos
Nem sei bem onde estamos
Acho que um dia amamos...
Somos filhos do avesso
Cada fim é um começo
A tristeza tem seu apreço...
E destruímos o que vemos
Acreditamos no que lemos
Mesmo se razões não temos...
Somos filhos do avesso
Com o frio me aqueço
Imóvel ídolo de gesso...
E no abismo que caímos
E nas ilusões insistimos
Covardes atos de heroísmo...
Somos filhos do avesso
Só diminuo se cresço
Só subo se desço...
E a moral nos falta
Só há uma febre alta
Como a presa incauta...
Somos filhos do avesso
Nem eu mesmo me conheço
E nem ao sol amanheço...
(Extraído do livro "Eu Não Disse Que Era Poeira?" de autoria de Carlinhos de Almeida).
Nenhum comentário:
Postar um comentário