Água que cai
fazendo nossa prisão
Outono triste
não é mais verão
Água que cai
caindo aos poucos
e que nos deixa
serenamente loucos
Eu acordo
com todas as dores do mundo
Sem poder sair
pra achar um jardim vagabundo
Água que cai
não fere mas maltrata
Caindo aos poucos
até que me mata
Água que cai
caindo aqui caindo ali
E até maltrata
o bem-te-vi
Eu adormeço
com mais um aflição
Será que mereço
novamente um verão?
(Extraído do livro "Muitos Dias Já Passaram" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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