Eu me mato todo dia...
Na mais lenta e constante agonia
Do tempo que passa malvado
Do certo que deu todo errado
Como um paciente terminal
Ou um louco em pleno carnaval...
Eu me mato todo dia...
E nem a dor mais me afligia
As rugas agora são meros sinais
Que o tempo também corre pra trás
E que as carpideiras foram embora
Porque tudo na vida tem sua hora...
Eu me mato todo dia...
Quando até minh'alma tem apatia
Pois ser feliz é coisa que custa caro
E nem meu medo agora eu reparo
Vou em frente e vou caminhando
E não reclamo dos meus pés sangrando...
Eu me mato todo dia...
A ingratidão agora é o prato do dia
Morrer vivendo é mais fácil que se pensa
Não espere mais nenhuma recompensa
A fome mata mas mata mais o desamor
Até a maldade vem com mais de uma cor...
Eu me mato todo dia...
Me mato até de alegria...
(Extraído do livro "Só Malditos" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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