Virou banalidade a bunda de fora
Vai ser tão legal vai ser da hora
É porque está faltando até o pano
É muito complicado ser humano
Virou lugar-comum ser desonesto
Lá vem a procissão e vem o resto
Resto jogado e apanhado no lixo
A maldade é servida no capricho
E o covarde até criou coragem
E a puta corou com a sacanagem
E eu ainda sou apenas um moço
Pra cozinhar esse angu de caroço
Na TV tá passando mais besteira
E no jornal a mentira costumeira
Você mente e eu finjo que acredito
Porque o carneiro é bicho bonito
Não peça pra assinar aí no branco
Já caí e ralei o joelho no barranco
Caí de boca e fiquei quase banguela
E sujei os meus dedos nessa aquarela
Vou dançando e pulando é carnaval
E fingindo que vou rindo tão normal
Fui sincero e acabei sendo castigado
O errado é certo e o certo é errado
Amanhã será o mesmo que ontem
E a água passa agora sobre a ponte
Não importa ir no portão e trancar
Se existem formas sutis de atacar
Já tentamos errar com mais afinco
Bota aí dois contos no ornitorrinco
Não há prato vazio não tem prato
O gato agora virou compadre do rato
Me perdoem os moralistas de plantão
Mas se xingo tenho lá minha razão
Só tem cama de pregos não sou faquir
Estar vivo é o motivo de não desistir
Estamos no deserto e sem camelo
Quem sabe ao acordar acabe o pesadelo
Eu nunca pedi pra ser uma exceção
Mas se continuar isso tudo pego o avião...
(Ao grande terapeuta, amigo e camarada Angel Rojas Filho)
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