Eu ando em ruas solto como o vento e bem mais que isso. O dia é meu tempo e o espaço o meu lugar...
Não pense em me prender em frias prisões, tristes calabouços e brutais sofismas. Já enfrentei minha própria esfinge e do meu enigma já dei conta...
Querem saber meu segredo? É bem simples. Carrego comigo sempre um sorriso de sobra, daqueles que ontem acenderam a fogueira de uma noite sem escuridão. Querem saber como faço? Apenas espero o que pode acontecer...
Eu ando em ruas solto sem a morte. A vida que me acompanhe se ela assim quiser. Não com a sua cara feia, com seu jeito soturno de má-vontade. Os rios não se cansam, o mar nunca deixa de produzir suas ondas e o vento colabora com as mais exímias danças de folhas mesmo que mortas.
Querem saber como consigo? Faço disso uma meta e abandono os dramas para quem quiser se enlutar. Há muito num tempo atrás eu pensava muitas coisas e hoje não penso mais. Estou há muito tempo carregando tijolos meio que pesados. A construção? Eu mesmo...
Não desisti de mudar o mundo e as coisas ruins que existem nele. Mas o começo sou eu mesmo. A maior mudança tem que ser em mim.
Não importo mais com cabelos brancos e rugas teimosas. Esqueço quase sempre que aquilo que gosto saiu da moda e se algumas pessoas acabam reparando nisso. Repito aquela música que acho bonita porque assim eu quero.
Posso fazer mais alguma coisa? Sim, posso. Posso fazer dos passarinhos os companheiros de mais uma jornada. Posso olhar os cães vira-latas com mais alguma simpatia. Posso parar de reclamar mais um pouco.
Esqueci do que é ruim? Apenas não dou mais confiança para a tristeza e parei de gastar as lágrimas que podem servir para inesperados contentamentos...
Eu ando em ruas solto como o vento e bem mais que isso. A eternidade agora é minha companheiro. E eu fiz do mundo a minha casa...
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