Feridas o são. Feridas estão. Em todos os cantos da vida. Feridas nos pés. Feridas na mão. Em todas as partes. Chegada e também partida. Que choram. Que fazem até rir. É cedo. É medo. De voar e também de cair. Feridas aqui. Feridas ali. Feridas acolá. Na alma. Na carne. Não dá pra classificar. Feridas no enterro. Feridas na festa. Feridas no erro. No que é bom e no que não presta.
Cada um leve as suas. Guarde-as. Não há mais o que fazer. Algumas são minhas. Outras são de você. Não mexa muito nelas. Algumas são feias. Outras até belas. Guarde-as. Umas podem doer mais. Umas foram nas batalhas. Outras foram em carnavais. Umas em quem trabalha. Outras simples temporais. Umas delas acidentes. Outras alguém é que causou. Umas foram deprimentes. Outras até se festejou.
Feridas o são. Feridas estão. Na vida rotineira. Se é que podemos chamar vida. Uma é a companheira. Outra é porto de partida. Uma até são desculpadas. Outras nem perdem perdão. Umas são tão relembradas. Outras nem sem dá atenção. Umas escrevermos no caderno. Outras temos que esquecer. Umas são como o inferno. Somos mortos sem morrer. Falamos de boca fechada. Olhamos em nossa cegueira. Escolhemos a porta errada. Queremos qualquer besteira.
Cada um que tenha as suas. Use logo seu remédio. Algumas andam nas ruas. Outras dormem de tédio. Algumas se atiram nos carros. Outras do alto dos prédios. Umas suportam sempre. Outras saem gritando. Umas odeiam tudo. As outras vivem amando. Umas vivem falando. Outras preferem nem comentar. Umas vivem rezando. Outros à debochar. Algumas têm paciência. Outras vivem no pó. Umas tem consciência. Mas na solidão vive o só.
Feridas o são. Feridas estão. Algumas jogam cartas. Acabam roubando seus ases. Algumas falam baixinho. E outras colocam cartazes. Algumas nos deixam ilesos. Outras são ladrões contumazes. Umas belas moças. Outras belos rapazes. Umas tantas inspiram cuidados. Outras más capatazes.
Cada um que tenha as suas. Umas sempre vão. Outras sempre ficam. Umas são a explicação. Outras apenas complicam. Umas nos deixam na mão. E algumas apenas implicam. Não temos outra saída. À não ser aguentar. Consequências inevitáveis da vida. Só podemos chorar. O menino acabou de cair. E já ralou seu joelho. O tempo acabou de existir. Já está quebrado o espelho.
Feridas o são. Feridas estão. Amando, desamando, apenas desejando. Haverão sempre, mas até quando?...
Cada um que tenha as suas. Umas sempre vão. Outras sempre ficam. Umas são a explicação. Outras apenas complicam. Umas nos deixam na mão. E algumas apenas implicam. Não temos outra saída. À não ser aguentar. Consequências inevitáveis da vida. Só podemos chorar. O menino acabou de cair. E já ralou seu joelho. O tempo acabou de existir. Já está quebrado o espelho.
Feridas o são. Feridas estão. Amando, desamando, apenas desejando. Haverão sempre, mas até quando?...
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