Eu te sonhava naqueles sonhos mais confusos que tremem
Eu te queria como um desesperado queria a salvação
Como os mortos ainda vivos que no silêncio gemem
Com a fidelidade maior do que a de qualquer um cão
E contava algumas histórias mais bonitas que inventava
Rindo aquele meu riso que não tinha e era meio forçado
E com o canto silencioso dos meus olhos eu te ninava
Eu velava teu sono atravessando as noites triste e calado
Eu te explicava aquelas coisas que mesmo nem eu sabia
E contava as estrelas do céu só pra poder te agradar
E fazia os planos mais inocentes, ah! como eu fazia...
Mesmo sabendo que os meus planos poderiam falhar
Tudo custa tão pouco mas mesmo assim tem seu preço
Tem seu preço as coisas boas e também as coisas más
E tu partiste sem ao menos deixar o teu endereço
E até hoje ainda te lembro nestes meus carnavais
E agora triste e pobre sem ter nem mesmo uma janela
Conto os segundos e isso tudo a mim muito maltrata
Como poderia saber eu que tu eras a mais bela
E ao mesmo tempo aquela joia assim tão barata?
(Para Renata Ramos de Souza, in memorian enquanto viva).
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