sábado, 7 de abril de 2018

Maldito! Maldito!


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O cigarro um dia há de me matar
Ou talvez seja a cachaça, quem sabe?
Um infarto ou um AVC ou um treco qualquer
Mas nunca o desamor...
Nunca a falta de ternura será a causa
Por falta de amor não morrerei...
Andarei pelo meu caminho
Até que tenha chegado o último momento
Porque apesar de todo o choro que tive
Tenho certeza que valeu a pena viver
Valeram todos os sóis que me banharam
E todas aquelas chuvas também,
Os dias que contei talvez ansioso
E as noites de luar que uivei para ela
Nada mais tenho à declarar do que isso...
Maldito entre todos maldito eu sou!
Rebelde como poucos se atreveram
Mal-educado debochado e cínico
Porém com um coração que nunca morreu
Maldito sim maldito, milhares de vezes!
Rude no tratar e ríspido nas palavras
Mas esperançoso na felicidade que virá
Eis-me aqui confessando a minha culpa
Mas os meus versos serão a minha defesa
Eis-me aqui maldito e maldito sempre
Mas com este meu lirismo inconformado
Qual um cobertor velho para o frio da sarjeta
Meus amigos! Se aproximem de mim...
Putas eu as amo como irmãs de infortúnio
Viciados eu compreendo os seus motivos
Não sou o juiz de ninguém e nunca serei
É bom gargalhar quando se rompe o silêncio
Tão bom ver as flores se abrindo
Ou ver quando o carnaval chega...
O cigarro um dia há de me matar
Ou talvez seja a cachaça quem sabe
Um infarto ou um AVC ou um treco qualquer
Bem que eu queria morrer era de felicidade...

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