Achei
eu mesmo numa esquina
De
fraque capa cartola e varinha
Encantando
curiosos pedestres
Com
mágicas lindas e absurdas
Achei
eu mesmo na montanha
Falando
aos monges caretas
De
ter toda a calma na vida
E
ser uma garrafa sem fundo
Achei
eu mesmo no fundo do mar
Cantando
no coro de alegres tritões
Enquanto
lanchava com as sirenas
E
andava de cavalinho em Leviatã
Achei
eu mesmo em outra galáxia
Varrendo
a poeira de muitas estrelas
Enquanto
um suor laranja metálico
Escorria
em minha centena de olhos
Achei
eu mesmo numa vida distante
Preenchi
centenas de corpos diversos
E
se apedrejei algum dos mártires
No
outro dia fui também um deles
Achei
eu mesmo numa linda cama
Enquanto
fazia amor com a donzela
E
era por horas seguidas sem sono
Mas
a sua pureza ainda continua lá
Achei
eu mesmo no pátio sujo
Com
a cabeça baixa quase no chão
E
o sol banhava minhas costas nuas
Ali
me perdi e não me encontrei mais...
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