A
mãe bate maldosamente no menino cego
Porque
ele está teimando chorar
Como
gostaria que o inferno abrisse o chão!
Por
isso me arrependo de todos os pecados
Menos
daqueles que um dia cometi
Falta
algum perdão em meus bolsos
Já
os gastei comigo mesmo
Andar
pode ser uma boa opção ou não
Depende
de que tipo de fome nós temos
E
quais são estes arlequins de cristal
Nem
em praias tropicais encontrei tanto
Nem
na falência de sólidas fortunas
É
que às vezes cinzeiros me surpreendem
Depois
da quinta dose do bom e velho conhaque
Eu
tento anotar tudo que vai passar
Existir
é mais uma não-existência meio teimosa
Não
há mais pratos para servirem o almoço
E
a simplicidade ainda me leva até as lágrimas
Nunca
encontrei mais sabedoria além dela
Mil
palavras encontrei no meu baú do tesouro
E
não posso reclamar sequer um pouco
Faz
parte desta corrida de nosso século
E
ainda tem mais depois da espera
Cuidado!
Não soltem as feras das jaulas!
Confortavelmente
vivemos tão mal!
Mas
não sabermos porque é um consolo
Minhas
mãos estão trêmulas demais
E
os meus pés mais vacilantes do que nunca
E
os meus passos afoitos para o nada
Quase
nunca tudo foi tão assim
Mas
agora já foi dada a última largada
Não
duvidem de toda essa incerteza
Tudo
foi feito para rir e não para chorar
Se
repito coisas e coisas e mais coisas ainda
É
porque fui sorteado para tal encargo
Eu
até não queria e insisti para tal
Mas
os argumentos que foram apresentados
Valeram
bem mais que as trinta moedas de praxe
Não
existe mais perigo algum que o valha...
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