Acordamos e nem sabemos,
Quando muito temos
A certeza que nada está certo
Meu coração deserto...
Cada dia, cada luta,
Cada carne, cada fruta,
Cada riso, cada luto,
Tudo terno, tudo bruto,
Tudo cego, tudo vendo,
Eu me nego, eu me rendo,
Fui na festa, fui na missa,
O que resta, tenho preguiça...
Acordamos e nem notamos
O quanto nós erramos
E nossos erros são louvados
Nesse palco ovacionados...
Cada dia, cada toque,
Cada samba, cada rock,
Cada voo, cada queda,
Tudo nice, tudo merda,
Tudo surdo, tudo ouvindo,
Eu descendo, eu caindo,
Fui na rua, fiquei em casa,
Tenho chifre, tenho asa...
Acordamos sem ter noção
Do que é mau, do que é bom,
Nesse teatro mal ensaiado,
Não há certo, nem errado...
Cada dia, cada prova,
Cada antiga, cada nova,
Cada pulo, cada tombo,
Tudo costura, tudo rombo,
Tudo loucura, tudo nexo,
Eu na dança, eu no sexo,
Fui na fila, saí correndo,
Eu me definho, estou crescendo...
Acordamos e nem percebemos,
Vivemos e morremos
A própria morte é a vida
Quem pode fechar a ferida?...
Nenhum comentário:
Postar um comentário