Não há poesia...
Nos sentimentos bem-comportados
Nos amores sem ter paixão
Nos versos secos arranjados
Nos moralistas de plantão...
Os versos terão de sangrar
Num lirismo quase que louco
E o poeta haverá de chorar
Todo choro do mundo é pouco...
Não há poesia...
Nos sorrisos só de fachada
No contentamento sem razão
Numa boemia sem madrugada
Naquele sol sem verão
A ternura tem até que doer
A saudade pode nos machucar
É mais que mais um bem querer
Vontade sem motivo de cantar...
Não há poesia...
No testa que a febre não arde
Nos gestos sem compaixão
Na violência de todo covarde
Na maldade com o irmão
O sentimento então prevalece
A imaginação acaba de chegar
O dia aos poucos anoitece
E não poderemos evitar...
Não há poesia...
Nos gestos bem planejados
Nos amores sem paixão
Nos versos só rebuscados
Nos moralistas de plantão...
Não há... Nunca houve... Não haverá...
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