A mesma mão que acaricia
É a mesma mão que nos fere
E ainda sob a luz do dia
A piedade em nada interfere...
A mesma voz que se declara
Se assim o quer roga a praga
E a cor que era a mais rara
Um dia qualquer se apaga...
A mesma festa que nos alegra
Acaba terminando de repente
A própria coragem se entrega
Porque o medo está presente...
Giramos tanto estamos tontos
Mesmo não havendo carrossel
E já nascemos todos prontos
Para querer impossível céu...
A mesma amizade nos traiu
A decepção faz companhia
E o mesmo anjo que caiu
Era o que a nós protegeria...
A mesma espada que defendia
Agora nos corta ao pescoço
A mesma vida que prometia
Agora não pertence ao moço...
A mesma mão que acaricia
É a mesma mão que nos fere
E quando chega a morte fria
A vida em nada interfere...
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