Esferas a se encontrar pelo ar
Nada será como era antes
Eu só espero a hora de gritar
Como no orgasmo dois amantes
Meu amor vamos na rua dançar
Como dois loucos itinerantes
Vamos entrar pelados no mar
Vai ser o melhor dos calmantes
Os sonhos vão em breve chegar
Como se fossem apenas gigantes
Onde esse caminho vai dar?
Não sabem nem as cartomantes
Me dê um copo para me afogar
Mas não se esqueça dos adoçantes
À propósito eu queria perguntar
Se há notícias mais alarmantes
Se os loucos poder irão nos chamar
Para que sejamos apenas bacantes
Aquele vidro nosso vai se quebrar
São vidros não são mais diamantes
Não vamos nem mais então duvidar
É tudo parado nesse quartel de Abrantes
Esferas a se encontrar pelo ar
Nada será como era antes
O nosso barco vai naufragar
Mas ainda somos os remantes...
(Extraído do livro "Farol de Nulidades" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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