Roubei, roubei mesmo. Aliás, não foi roubo, fui furto mesmo. Os moralistas de plantão podem arregalar os olhos e abrir a boca de indignação. Mas eu não resisti. Deus que me perdoe, mas sou humano e, por isso mesmo, não sou infalível. Dizem que erro é erro, independe do tamanho, mas acho que nem prejudiquei ninguém, sabe? Eu vejo tanta coisa bem pior por aí... Já estou até tomando medo de me informar. É guerra não sei aonde, um monte de casas e prédios atingidos por bombas; gente morrendo de fome (especialmente crianças); campos de refugiados, todo mundo amontoado feito bicho; bala perdida matando inocente; Federal pegando mala de dinheiro na casa de político vagabundo. Tanto que o velho aqui acaba entrando em parafuso. Tira o tesão de qualquer um. Ontem tava deitado quando Léo chegou do serviço. Nem passou dois minutos e escutei o barulho da lata abrindo. Não era latinha, era latão mesmo. Estão uns três dias lá no canto da nossa geladeira quase vazia. Roubei mesmo, furtei, sei lá, pra mim é a mesma merda, só muda a palavra. Coloca aí na lista, quando tiver dinheiro, coloco outra no lugar...
Perdido como hão de ser os pássaros na noite, eternos incógnitas... Quem sou eu? Eu sou aquele que te espreita em cada passo, em cada esquina, em cada lance, com olhos cheios de aflição... Não que eu não ria, rio e muito dos homens e suas fraquezas, suas desilusões contadas uma à uma... Leia-me e se conforma, sou a poesia...
domingo, 27 de agosto de 2023
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Carliniana XLV (Indissolúvel)
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