sexta-feira, 11 de agosto de 2023

Avis Rara XIX (A Mosca No Espelho)

Um sinal, nenhum sinal.

Descansemos de um grande caos pessoal.

Um filme preto-e-branco tão colorido.

Rio abaixo, rio acima.

Um dia chegaremos finalmente ao mar.

Virar praia é apenas questão de tempo.

Ventos quentes, ventos frios.

Toda novidade é apenas uma continuação.

Dançar balé descalço no chão molhado;

Eu te amo, eu te odeio.

Unhas pintadas de um preto bem cintilante.

Milhares de diários escritos sem letra alguma.

Um abrigo, ao céu aberto.

O passarinho agora tem bastante medo de voar.

O encanto do olhar dela acaba sendo veneno.

Tema livre, tema preso.

Os presentes de aniversário vindos do camelô.

O mundo só consegue rodar quando ele gira.

Mundo cão, mundo gato.

A lâmpada acesa pode queimar num instante.

Tudo permanece calma enquanto assim está.

Riqueza pobre, pobreza rica.

Uma dança meio estranha que agora é moda.

Somos os mais caricatos de todos os tempos.

O tolo fala, o tolo é mudo.

Vemos uma mosca pousar no velho espelho.

Agora percebemos que era uma simples mancha...


(Extraído do livro "Farol de Nulidades" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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