Um sinal, nenhum sinal.
Descansemos de um grande caos pessoal.
Um filme preto-e-branco tão colorido.
Rio abaixo, rio acima.
Um dia chegaremos finalmente ao mar.
Virar praia é apenas questão de tempo.
Ventos quentes, ventos frios.
Toda novidade é apenas uma continuação.
Dançar balé descalço no chão molhado;
Eu te amo, eu te odeio.
Unhas pintadas de um preto bem cintilante.
Milhares de diários escritos sem letra alguma.
Um abrigo, ao céu aberto.
O passarinho agora tem bastante medo de voar.
O encanto do olhar dela acaba sendo veneno.
Tema livre, tema preso.
Os presentes de aniversário vindos do camelô.
O mundo só consegue rodar quando ele gira.
Mundo cão, mundo gato.
A lâmpada acesa pode queimar num instante.
Tudo permanece calma enquanto assim está.
Riqueza pobre, pobreza rica.
Uma dança meio estranha que agora é moda.
Somos os mais caricatos de todos os tempos.
O tolo fala, o tolo é mudo.
Vemos uma mosca pousar no velho espelho.
Agora percebemos que era uma simples mancha...
(Extraído do livro "Farol de Nulidades" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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