Desculpe se tenho lhe seguido
Por todos esse dias sempre
Momento após cada momento
Lembrando de todas as insatisfações
Que você nunca teve culpa...
Desculpe se eu tenho lhe culpado
Do risco que eu optei correr
Tudo foi de minha autoria
Eu sou o rei das minhas mancadas
Cavador dos meus abismos...
Desculpe se eu mesmo cortei
Essas minhas duas asas
Acreditando em qualquer mentira
Andando cego na contramão
Assinando contratos sem ler...
Desculpe se estraguei a velha máquina
Com preocupações desnecessárias
Com medos imaginários
Acrescidos do meu egoísmo tolo
E meus preconceitos absurdos...
Desculpe se a ternura
Não foi para quem merecia
O carinho não foi para quem me deu
Se não pensei no que falei
E perdi as chances que me deram...
Desculpe se exagerei na ousadia
De acabar com meus minutos
Nas tentativas mais vãs possíveis
Querendo pegar toda a fumaça
Que escapa entre meus dedos...
Desculpe se tenho lhe seguido
Mesmo afirmando que tenho medo
Desde esse primeiro instante
Até que lhe encontre por último
Até que sigamos juntos de uma só vez...
(Extraído do livro "Escola de Mortos" de autoria de Carlinhos de Almeida).
Nenhum comentário:
Postar um comentário