Tudo.
Onde eu piso.
De onde vim.
Para onde irei.
Limitação ilimitada.
Faço prodígios.
Céleres desesperos.
Um sinal.
Entre tantos.
Divagações.
Alguma febre.
Até o impossível
Pode ser possível.
Uso os dentes
Que me restaram.
E a tarefa leve
Dos faquires.
Cama de pregos.
Tapetes de espinhos.
Minha cabeça
Numa bandeja.
Meu sangue
Num grande pote.
E a casa.
E a reza.
O futuro não tem.
Uso a lâmina
Para meu sacrifício.
Um jogo.
Tudo tão entorpecido.
A vulgaridade rara.
Nem estamos.
Me calo.
Como um prédio
Que vai ser implodido.
Tanto caindo do bolso.
Está furado.
Não fui eu o vilão.
Mas nem o herói.
Era apenas sono.
Um pedaço Cão
O outro também.
Reze logo.
O tempo engole.
Tem apetite.
Engole os mortos.
Palita os dentes.
Que fome,
Só de você...
(Extraído do livro "Escola de Mortos" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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