Veloz como uma pedra parada
repouso... mais nada...
Triste como casa desabada...
esquecida... inlembrada...
Assim os versos que rasguei um dia
chacina daquilo que já senti...
Semelhantes aos amores que acabaram
sem alguma explicação sequer...
Corri no meio da noite como quem brinca
mas no fundo era apenas medo...
Aquela fogueira era de papel e folhas
acho que nem alguma cinza sobrou...
Esqueci de pedir perdão pelos pecados
principalmente pelos que não cometi...
Uma hiena gargalhada desesperada
enquanto busca seus cadáveres...
Tantos festivais que aconteceram
e caíram no esquecimento quase morno...
Eu faço barquinhos de papel de revista
como quem apenas teima em viver...
E fiz minha agonia de descobertas
no banheiro de nossa velha casa...
Não me peçam para esperar novidades
que somente carnavais podem dar...
As redes sociais só podem disfarçar
minha morte mesmo enquanto vivo...
Veloz como uma pedra parada
definho... mais nada...
Triste como casa desabada...
esquecida... alterada...
(Extraído do livro "Escola de Mortos" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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