quinta-feira, 10 de agosto de 2023

Avis Rara XVIII (Café Expresso)

 

Idade da pedra em novos blocos.

Cavernas são condomínios.

Quem morrer, verá.

Marketing de legítima imbecilidade.

Huxley teria um pesadelo.

Esperemos novamente um fim.

Sapatos para as mãos 

E luvas para os pés.

Um café bem quente. 

Que queime logo nossa boca.

Eu esqueci minha vergonha em casa.

Tudo numa paródia malfeita.

Malditos seja os burgueses.

E os cegos que enxergam demais.

Sem colírio ou óculos escuros.

Yes, nós temos barangas!

A mula parou de mancar faz tempo.

E o sol se cansou do amarelo.

Agora é de um lilás-prata chique.

Eu tomo no cu dia sim.

E no outro também.

Todo moralismo é tosco.

Sem money não há gênio.

Bikes são vermelhas.

Motos são azuis.

Não importa sua cor.

Se você é meu horror.

O morto está de regime.

Eu misturo bangulê com bangulá.

E até que dá.

Prefiro sonoridades surdas.

O pior tiro é a indiferença.

Escondam os ratos! 

A mulher-gato vem aí.

Meu dicionário caiu durinho.

E temos manchas de sangue na alma.

O monge veio de longe.

Para ver os nudes dela.

Taça quebrada não peca.

Eu manco já tem tempo.

Quem morrer, verá...


(Extraído do livro "Farol de Nulidades" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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