Ontem não teve noite...
Amanhã não sei...
Todos os soldados marcham
Para a frente de batalha...
.Os meus olhos morreram...
O azul mudou de repente...
Faltou apenas o ar...
Não fiz canção alguma...
Nem pássaros haviam...
O silêncio é mortalha...
O prato está vazio...
O coração talvez...
As manchas nas roupas...
A estrela caiu agorinha...
O cometa a seguiu...
Apenas dois segundos...
O que está feito...
Agora mesmo que está...
O veneno da serpente aqui...
As caras todas repetidas
Ainda que não...
Alguma pista na pista...
A nossa fome canina...
Todo tamanho é...
Venta demais da conta...
Algumas contas de cristal
Caídas do rosário...
Tão incomum e mera...
Um oi para todos...
Um todo para ois...
Cada qual no seu quintal...
O verso é meu
Quero nascer já...
Algum gesto já feito...
O mundo não é...
Há quem coma...
E quem não o faça...
Ontem não teve noite...
Amanhã não sei...
(Extraído do livro "Farol de Nulidades" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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