Querido Diário:
Como hoje faltou luz (depois fui saber que faltou no país todo) acabei me aventurando de dar uma volta pelo quarteirão. Me senti como um preso que de repente acha a chave da sela, mas só irá dar um rolê e volta já-já.
Na verdade, não sei se é desta forma que se sentiria uma pessoa numa situação meio insólita como acabo de imaginar. Mas se não for, façamos de conta que é.
Ainda tenho medo de cair na rua. Outro dia destes (nem marquei qual) fui na padaria aqui pertinho de casa e acabei tomando um tombo na porta. Literalmente, caí redondo mesmo. Até me ralei um pouco. Mas vamos ao que interessa.
Não sei se é pelo frio que estava na parte da manhã (ameaçando até chover), ou ainda, se era pelo dia da semana ou pela hora, as ruas estavam vazias. Vi pouca gente, mesmo assim cumprimentei algumas pessoas, mais por hábito do que por educação. Tive a sorte delas responderem.
Pelo que tenho observado, de uns tempos pra cá, os hábitos têm mudado e para pior. No meu tempo de menino era comum que as pessoas fizessem isso quando andavam nas ruas. Hoje não. Parece até que se fizerem isso com alguém que não possuam amizade, será uma coisa errada, mas é o oposto.
Deixemos pra lá então, não é? Pode parecer até perda de tempo, escrever isso, mas fique aqui registrado em você, já que este o seu papel. um velho triste foi dar um passeio num dia meio triste e voltou para casa com um pouco de dor na perna direita, que agora apoia mais um pouco o corpo do que antes, refletindo um pouco.
Agora que manco um pouco, mais pelo equilíbrio do que pela perna em si, devo parecer de longe um bêbado, mas observando todas as poucas pessoas que vi, que cada um tem lá o seu quê de ridículo para o outro.
É isso. Tchau.
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