O impulso balança a rede
E as perguntas multiplicadas
Doem em minha cabeça
Mais perigosas do que um AVC
Espirais de fumaça sobem
Languidez de alguns venenos
Parem a música do rádio
Enquanto se pode fazer isso
Havia sangue por aqui
Mas agora já não há mais nada
Não existe mais susto algum
Que me faça correr na escuridão
Eu acabei me tornando ela
É para falar de qual flor?
Pois todas elas podem ser
Alegres demais ou ainda tristes
Dependendo da ocasião e lugar
O tempo e o espaço são cúmplices
Para nos pregar qualquer peça
Carrego comigo o pior castigo
Envelheci demais por fora
Enquanto o menino teimoso
Cisma de nunca ir embora
O inferno tem muitas facetas
E cores agridem ou acariciam
Nada mais consigo inventar
Os lápis de cor fizeram greve
As piadas agora são para chorar
A lógica é sempre ilógica
Alguma água do rio evapora
E por isso não chega ao mar
Espero saudades além das fotos
Alguns epitáfios meio engraçados
Com discreto charme do nada
Estrelas também podem chorar
E pequenos insetos batem palmas
Todo rato é honesto para si mesmo
E o vilão tem sempre um perdão
O vinagre pode ter sido vinho
E a desculpa só veio depois do erro
Permanecerei calado e tristonho
Só as palavras vão falar por mim...
(Extraído do livro "Farol de Nulidades" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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