E o meu amor deixava tonto
(eu mesmo me tonteei)
como bebida de promoção
de mercadinho de bairro...
E o meu desejo me cegava
(todo ele é espinho)
como quem pede esmola
e não ganha uma moedinha...
E o meu segredo me corava
(confesso que eu a amava)
e eu não podia andar na rua
com medo que alguém me via...
E o carrossel que era o mundo
(que cansa, mas não para)
me enche de medo que nem cão
que levou pedrada na rua...
E tudo o que me aflige
(como um ralado no joelho)
não tem pressa alguma
de partir para bem longe...
E os versos faziam ciranda
(com suas luzes em volta de mim)
num rodopio tão mais bonito
que nem fogo de artificio no céu...
(Extraído do livro "Farol de Nulidades" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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