Uma canção veio ontem...
Mas hoje já foi embora...
Era uma canção de alegria...
Toda alegria não demora,,,
Uma canção que não sabia...
Mas que comecei a cantar...
Isso foi um dia, tudo morreu...
Agora só me falta esperar...
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Não é mais do que menos
Os pés andam maltratados
Se insisto em falar de choro
É porque virou companhia
Se continuo falando da morte
É porque é a única certeza
Um manto escuro cobre o dia
A tristeza disfarçada que há
Fingimos que está tudo bem
E fazemos alguns falsos versos
Não há rota alguma de fuga...
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Eu sou meu próprio fracasso
Porque fui contra a corrente
E me feri sem socorro algum
Eu sou minha própria paixão
Que acaba enlouquecendo
E me apunhala sem dó algum
Eu sou minha própria ousadia
Que vai correndo sem medo
Para o abismo de minha autoria...
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Tudo que foi e não é
Árvores e rios e cantos
Teus cabelos nunca cortados
Percorrendo o mundo inteiro
Eu acabo me tornando
Algo que eu mesmo não sei
Velhos livros de coloridas páginas
As evidências falhando
E alguns óculos que foram quebrados
Na manha do mundo...
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A cana-de-açúcar quase doce
(O tempo era mais, bem mais...)
Muitos mistérios num quintal
Pedaços de ferro de trilhos
Um pé de tangerina místico
E a minha mínima impaciência
Bailado de fadas invisíveis
E eu sempre o menor de todos...
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Viver os versos
Sem culpa
E nem desculpa
Sem medo de si mesmo
Viver os versos
Como quem se come
Um pedaço por dia
Até não ter mais
Acabou tudo
A culpa foi deles...
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Apenas uma aflição
Que tonteia
Tonto que nem pião
Na areia
Caiu aqui da mão
Não volteia...
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