sexta-feira, 25 de agosto de 2023

Contradictio

Eu sou

o círculo reto

que circula

por aí

A Sansara

louca

sem ter

culpa alguma

O luxo barato

ouro de tolo

para o tolo

no meio da noite

O telefone

mudo

e a notícia pirada

mentindo

O mimetismo

escondendo

a cara

e a bunda de fora

O contratempo

nos fazendo

uns meros

palhaços

Eu sou o cego

pensando

enxergar

mas no escuro

Motivo

algum para

motivo algum

eu tenho

A barata tonta

o sol

com peneira

a topada

Sem-grana

sem-vergonha

sem-tino

quase nada

Eu sou

a curva fechada

que o tempo

não abriu...


(Extraído do livro "Escola de Mortos" de autoria de Carlinhos de Almeida).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Alguns Poemetos Sem Nome N° 322

O amanhã é o hoje com requintes de ontem. Todo amor acaba sentindo raiva de si mesmo. Os pássaros acabam invejando as serpentes que queriam ...