segunda-feira, 14 de agosto de 2023

Alguns Poemetos Sem Nome N° 243

Foi o que eu não sabia

Que me deu alegria,

A máquina infalível

Que sofreu avaria,

Mesmo com sol

Que choveu meio-dia,

Foi o que eu não sabia

Que me deu alegria...


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Um grande teatro...

Onde quase todos mentem,

Onde quase todos fingem,

Muitas máscaras

Mesmo sem carnaval algum...

Até que todas caiam...

Mortos não mentem

E nem participam

Deste grande teatro...


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Era a minha esperança me esperando sentando num canto da sala. Olhando para o nada como quem caça estrelas em velhos muros de ruas vazias. A paz é possível mesmo em meio às guerras. Eu possuía alguma pressa em lhe dar alguma atenção. Mas meus pés doíam. Enxuguei as mãos no pano de prato como quem toma alguma grande atitude. E, afinal, não seria? Sentar ao lado de quem me daria atenção também...


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Não saber pode ser uma forma de escravidão. Em outras vezes, não. As crianças que o digam. Apontam seus pequenos dedos para as nuvens como quem podem tocá-las. Deve ser muito fácil tocar naqueles grandes pedaços de algodão onde anjos deitam preguiçosamente e brincam de esconde-esconde...


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Toda alegria tem um quê de inusitado, todas elas um pouco de surpresa, esse é o toque mágico para que sejam mais bem-vindas ainda. Toda alegria fala alto, mesmo que isso só aconteça com palavras que somente os olhos consigam dizer. Ela dança loucamente como quem acabou virando dono da praça e essa praça está tão bonita. A alegria tem sua linguagem própria como rios e marés. 


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O velho poeta olhava a chuva no dia frio na janela quase fechada. Hoje passarão menos pessoas por essa rua quase silenciosa. Agosto tem seus nuances únicos. Antes ele os esperava com uma ansiedade pelos anos todos. E quando chegavam e iam deixavam a mesma ânsia para o próximo. Tardiamente percebeu que o tempo se esgota e nem percebemos. Hoje agostos dão uma saudade que acaba entristecendo. É inevitável certas coisas, sobretudo a morte...


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Todos os nós, todos eles, que a mente dá e a vida acaba dificultando mais ainda. Todos os enigmas que vêm para ficar, mesmo quando não são bem recebidos. A vida é um quebra-cabeças de muitas peças, muitas delas perdidas e que não serão recuperadas. Os dilemas são moscas, todas elas impossíveis de ser pegas, apenas nos atormentam...


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