Vamos estudar a nova estética
Não-aparente de coisa não-estática
Sambar sozinho no meio do mato
Esperando aquela salva de palmas
Deu cupim no cavalo de Tróia ontem
O motorista acabou desmaiando
Nem sempre a tática é também ótica
Temos espinhas pelo rosto todo
Bacanais inocentes rolam por aí
Mais nunca não é nunca mais
A ordem do produto altera as parcelas
As nuvens são um véu nos céus
Espirais podem ser linhas retas
O travesseiros são pedras macias
Meu celular dorme mais do que eu
As palavras podem ser lavras
Douraram a pílula de amarelo
A paz está custando os olhos da cara
Nem tudo que gira deixa tonto
Nossa apatia anda tão apática
Façam o cálculo errado de vez
Vamos correr todos de costas
De frente somente para o crime
Elementar meu caro nada
Agora teremos sinais de fumaça
Na mais refinada das tecnologias
Atravessamos o Atlântico nadando
E o Saara com roupas de esquimó
Os carros agora usam sapatos
Vou ali na esquina ver se estou lá
Todo batuque tem seu truque
Mandrágoras são pets de estimação
Um chá de hora em hora para nós
Frutas bem doces tão amargas
Caça às bruxas ou caça aos patos
Tire logo o dedo do meu nariz
A reserva de mercado é tão egoísta
Que eu tenho medo de mim mesmo
Gelatinas feitas em muda oração
Seis bananas pelo preço de uma
Houve muita farofa na convenção
E muitos guaranás de igual forma
Raposas para guardar as galinhas
E lobos tomando conta do rebanho
Falo em libras com luvas de box
O mudo falou-me mais que podia
Vou uivar em direção ao sol
Como quem se crucifica por prazer...
(Extraído do livro "Farol de Nulidades" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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